1ª parte

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Sobre aquele hospital não havia nada de informação em lugar nenhum e os dois andavam sozinhos. Sem bagagem, apenas conversando sobre psicologia. Liam era um forasteiro, não sabia nada sobre o lugar. Ninguém sabia, na verdade. Ele precisava de algo atípico ali, naquele pedaço perdido da história, para pôr em seu texto.

Foi um pacto com o Raph e Liam já estava disposto a entrar naquela sessão. Paredes manchadas, alguns cartazes espalhados, muito pneu e lixo e uma grande construção abandonada que ia ser usada como um manicômio.

Mas essa parte já estava abandonada. A parte que era usada pelas pessoas de Euthanas em sua maioria era o Lado D. Vários pátios coloridos e uma feira em volta de um grande prédio em construção, tudo isso dentro do hospital Euthanas. Euthanas foi alvo de muito estudo, principalmente dos arqueólogos como Liam.

Aquela várzea que se rastejava por quilômetros aqui era atenuado, quando esses habitantes acordavam e viam uma suposta escultura de gelo em forma de uma couve flor ou brócolis. Ninguém explicava muito bem donde que essa história veio, ou quem a criou.

-Pode começar, Liam. Sei que somos agora um material de estudo. - disse Raph, um senhor asiático com barba rala, cabelos grisalhos, olhos escondidos pelas rugas e uma boina verde, estando disposto a ajudar Liam

Abriam brechas para várias perguntas depois de passar por aquele portão enferrujado e esguio que fazia um som irritante perfurando ouvidos.
Liam se não sentisse ginge naquele momento com o arranjar do portão que dava passagem para Euthanas, se sentiria néscio a qualquer conhecimento que o foi disposto.

Pois mesmo que Liam fosse jovem, ele já tinha faculdade de história e estava querendo mostrar ao mundo sua maior descoberta, o hospital de Euthanas. Faculdade essa que veio muito prematuramente, aos 16 anos. Raph via que ele, o Liam se diferenciava de outros habitantes que já tinham visitado sua moradia.

-Esse lugar é espetacular, como eu nunca soube? É uma clínica enorme aparentemente velha, mas grande. Tem até áreas livres gigantes para vocês, enfermos passarem o tempo

-Sim, mas tudo aqui é cercado. A cada frase sua, Liam, percebo que você se distancia muito dos jovens daqui. Todos inescrupulosos

-Não podem ser tão péssimos como o senhor diz. Mas me diga, como chegou aqui?

-Até hoje me lembro, Liam. Um clarão amarelo e laranja, mais brilhante que o sol, me trouxe aqui. Me encontrava perdido como um operário comum, mas depois de ver essa luz, me guiei para um caminho menos desesperador.

-Sim, eu lembro de encontrar luzes para aqui. Mas eram postes soltos e sozinhos, é o que você está falando né? - perguntou Liam

Liam era facilmente reconhecível. Um rosto redondo, olheiras, cabelo liso e preto, alto, usava uma roupa muito colorida e parecia nervoso com um bloco de notas na mão. Ele anotava tudo sobre Euthanas. Mas precisava de mais fontes.

Lembrou de quando estava vindo para esse centro médico perdido, uma longa estrada e muitos postes corcundos. Encontrou Raph plantando cajueiros próximo a entrada.

Quando foi perguntado "o que te traz aqui?", Ele respondeste "sapatos me trouxeram aqui."

E os sapatos já estavam desgastados de tanto andar, mas Liam não precisava mais disso. Ao chegar no prédio em construção no meio do grande pátio de Euthanas, Liam pôde notar que não haviam trabalhadores por perto.

-Hoje é folga, provável.

-Que nada, o Pacificador é uma obra parada do governo. Ninguém quer continuar essa construção - Disse Raph pegando a boina com as duas mãos

-O que é exatamente esse prédio? - perguntou Liam anotando no bloco, ansioso para entender - por que ele foi construído no meio de um hospital?

-Esse prédio, se eu não me engano, era para ser uma sessão de SPA, onde todos doentes daqui poderiam descansar, por isso o nome. Mas o projeto foi para o espaço.

O clube dos sonâmbulos (conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora