Estilhaços.

Cap O4.

CAPÍTULO O4.

Depois que eu praticamente expulsei Aleksander, fui tomar um banho daqueles que aquece até a alma. A água morna abraçou-me calorosamente, o cheiro do meu sabonete corporal favorito invadiu minhas narinas e agora pairava por todo cômodo. Afundei-me mais na banheira, tentando não pensar no que ocorreu hoje. Estou deixando o caso me afetar demais. O que de fato me surpreende, pois é a primeira vez que coisas do tipo me acontece.

Talvez eu saiba o porquê, mas me dói muito saber que não superei isso. Pelos deuses, faz tanto tempo. Então, por que diabos está tudo voltando como um turbilhão? Logo agora, quando estou com meu emprego dos sonhos e uma vida estabilizada. Taylor está morto, então não faz sentido algum eu está tão apavorada. Tenho que focar no caso, não posso deixar-me levar por águas passadas.

Não quero me afogar.

Se não fosse pelo fato de que eu já estava totalmente enrugada e o relatório que eu tinha sobre a mesa para resolver, provavelmente eu permaneceria aqui, submersa em uma mistura deprimente de escuridão e caos. As vezes acho que estou fadada a isso, sabe? Digo, no final das contas eu me torno uma pessoa fraca e vulnerável, escondida sob uma máscara de sarcasmo e uma falsa resiliência. Eu não sou forte. E me dói perceber isso. Eu simplesmente sou uma farsa, e não, eu não estou disposta a mostrar esse lado á ninguém. Guardarei em um canto qualquer da alma, enterrando-a sob sete malditos palmos de terra, para que nem eu mesma veja.

Puta merda.

Levantei-me e peguei minha toalha que estava sobre um suporte. Me enrolei e fui para o quarto, me enfiei em roupas felpudas e confortáveis. E em seguida fui para cozinha, preparei meu chocolate quente e comecei a trabalhar no relatório. Estava decepcionada comigo mesma por está demorando tanto para achar uma pista. Parece que estou andando em círculos. Fiz uma nota mental para falar com Charlie sobre o celular da vítima. Espero que ela tenha conseguido algo que ajude-me.

Tentei focar minha atenção no relatório, no entanto minha mente vagava para o colapso que eu tive nessa madrugada. Cargas d'água.Tenho que parar de pensar nisso.

Luke enviou uma mensagem.

Luke.

Ei, nosso encontro no bar depois do seu trabalho ainda está de pé?

Ahri.

Sim. A propósito, hoje é minha folga, havia me esquecido disso.

Luke.

Ah, verdade. Então, quando posso de buscar?

Ahri.

Pelas oito da noite está ótimo, Luke.

Luke.

Okay, okay. Tenho uma surpresa pra você.

Ahri.

O que seria?

Luke.

É surpresa. Dã! Não posso contar até a noite.

Ahri.

Odeio surpresas, você sabe. Então me conte logo.

Luke.