r o u n d | 03

801 62 28
                                    

——————

Quase no final de um dia qualquer, Pat decide ir buscar Pran na aula de luta. Sem aviso prévio. E ele sabe: foi um golpe baixo. O que ele não esperava, era chegar lá e se deparar com a imagem daquele corpo macio e familiar — que, meu deus do céu, estava tão gostoso naquele macacão — em cima de outro cara.

Das costas de outro cara, para ser mais específico.

Ele reconheceria aquela bunda a quilômetros de distância, mas não gosta nada do que vê. Na verdade, existem alguns sentimentos confusos dentro de Pat. Ele gosta de ver como Pran está nas costas do outro cara, enquanto o mesmo luta para se soltar do gancho dos braços de Pran em volta de sua cintura e ombro. Ele gosta de ver que Pran está ganhando, ele é realmente bom em tudo que faz, pensa.

Mas a facilidade como Pran se empurra para cima do corpo do outro cara, usando todo o comprimento de suas deliciosas pernas para pegar impulso — e isso é inteligente da parte de Pran, pensa Pat —, deixou Pat realmente desconfortável. Ele está tremendo, respirando fundo e cada vez mais rápido — de ciúmes. Pat está fodido!

O professor sopra o apito, terminando a luta e assim que Pran se levanta, ele vê um Pat inquieto encostado no batente da porta, mas ele não fica bravo com o namorado sorrateiro. Na verdade, Pran sabe que quando Pat quer alguma coisa, ele simplesmente vai lá e pega. E, como sempre, ele foi.

Pran atravessa a sala, não na direção de Pat, mas sim, na direção oposta. Ele está se exibindo, Pat sabe que ele está. Até quando ele inclina o corpo para a frente sobre o bebedouro, as pernas esticadas, as coxas apertadas pelo macacão, as nádegas ligeiramente separadas pela costura, deixando a água se espalhar pelo seu rosto, as covinhas aparecendo ao sentir o líquido frio, seu cabelo grudado na testa e, seu olhar, fixo no de Pat — reconhecendo e certificando-se de que estava sendo assistido pelo mesmo.

Ele fala algo rápido com o professor, pega sua bolsa e vai ao encontro daqueles olhos ferozes que o encaram quase sem piscar. Pran sai segurando as mãos suadas de Pat — ainda vestido com o macacão —, como se tentasse deixar seu namorado ciumento mais à vontade. Sem contar que ele queria se exibir também, saindo da sala guiado por aquele homem enorme de calças pretas bem ajustadas, por cima de uma camisa social branca. 

"Você é inacreditável."  Pran diz quando Pat liga o carro.

"Eu nem vou dizer o que é inacreditável."  Pran sorri com o tom, franzindo os lábios para o olhar severo de Pat.

O caminho para casa foi algo novo. Silêncio e baforadas de ar da boca de Pat vindas do nada. No entanto, sua mão esquerda não parecia ter nem a ligeira intenção de soltar a coxa de Pran que estava mais próxima de seu alcance.

Quando entraram no apartamento, Pat olhou Pran de cima a baixo.

"Então, está gostando do que vê?" Pran pergunta depois de longos segundos de espera.

O som pesado da respiração de Pat toma conta da sala à medida que Pran vai chegando cada vez mais perto.

"Oh meu Deus, Pran, é claro que eu estou gostando do que vejo, mas agora minha vontade é arrancar tudo."

"Porque..."

"Por que você não pergunta aos seus colegas de luta? Você parecia super confortável se esparramando por cima deles." Pran não consegue conter o riso e Pat lhe lança um olhar consternado.

"Então esse é o motivo dessa careta em seu rosto?"

"Argh! Me desculpe por eu estar agindo assim, mas porra só consigo sentir raiva agora." Pat cruza os braços mordendo a bochecha direita. "Pelo menos você estava ganhando."

[06] • ALGO • [ BadBuddy | PatPran ] ):)Onde histórias criam vida. Descubra agora