Cap II - Filha da noite

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A mão fechada em punho fez tremer a mesa, chovendo lascas de gelo em suas guerreiras.

- Inúteis! Todos inúteis! – A voz trovejante da divindade faiscava em fúria.

- Deusa, a casta celestial de guerreiros de Rao é poderosa demais.

A pobre criatura cometeu o erro de se justificar, e num mover de mãos da deusa, a guerreira virou pó diante dos olhos de seu exército.

- Eu sou a deusa do gelo, a senhora da noite, eu sou Cythonna, e o que Cythonna quer ela consegue! – Sua fala era fria, baixa, lota de cólera e veneno. – Vão, e só retornem com a cabeça de Rao!

- SIM DEUSA!

Batendo a mãos em punho no peito, suas guerreiras brandaram antes de saírem para o embate que traçaria o destino de todos.

- Minha deusa. – O som tenebroso sussurrou ao seu ouvido, levando um sorriso triunfante aos lábios do ser divino. – Sua criança foi deixada como ordenado.

Gargalhou alto...

Sabia das pretensões de Rao com seu herdeiro, e tomou suas providências.

- Tu nunca me decepcionas. – A mão gélida acarinhou a face oculta pelo capuz da capa que envolvia o corpo da bruxa, ocultando sua identidade.

Um clarão iluminou o salão brilhando forte nas paredes de gelo, sacodindo toda estrutura no mesmo instante em que o tilintar de armaduras e espadas se chocando inundaram o lugar com o som da guerra.

- Vá, e cuide para que esteja pronto para mim quando chamar. – Cythonna sabia o que estava por vir, e como chegou à filha da noite se foi, levada pela escuridão.

- Desista bruxa! - A voz feminina bradou firme a frente do exército.

- Não sou uma bruxa... – Caminhava majestosamente arrastando sua espada de gelo pelo chão. – Sou uma deusa!

Lançou-se contra o ser, que julgava ser inferior, cortando o ar com sua espada.

Gelo contra fogo...

A lâmina prateada se incendiou em uma densa labareda de fogo no exato instante em que se chocou contra a espada de Cythonna, fazendo a mulher contorcer a face em incredulidade cambaleando para trás.

- Luminífera... – Balbuciou atordoada pelo intenso brilho avermelhado. – Quem és tu?

- Zor'El ... – O sorriso dominava seus lábios. – Azor... – A confiança movia seu caminhar. - Ahai. – A determinação fluía em seu corpo.

- Não pode ser...

Mas não houve mais tempo para diálogos, Zor'El não era dotada de paciência para tal coisa, então agiu com sempre, prática, direta, implacável movendo a espada vermelha dos heróis em movimentos perfeitos fazendo a deusa recuar enquanto tentava se proteger, observando sua espada de gelo escorrer por seus dedos em um líquido negro e frio...

Encurralada...

- Eu voltarei, Zor'El, diga ao seu deus que a deusa do gelo retornará e sua fúria cairá sobre sua casa...

Foi tudo que se pode ouvir antes do portal ser fechado, lacrando Cythonna no que seria sua eterna prisão, a Zona Fantasma...

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⏰ Última atualização: Oct 28 ⏰

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