Transforme a mágoa em coragem

Capítulo 4

(Jasper)

Eu não tive que procurar muito antes de sentir o cheiro de Bella. Eu ainda não conseguia sentir completamente suas emoções, mas o cheiro forte dela permaneceu do lado de fora da entrada da casa e entrei sem pensar duas vezes. Meu século experimentando as emoções dos outros me disse que eu precisava encontrá-la. A profundidade de sua tristeza tinha me esmagado tão fortemente no funeral que eu não achava que alguém em sua condição deveria ser deixado por conta própria. Lamentavelmente, eu sabia disso não apenas pelo que havia aprendido sobre a natureza humana por meio de minha habilidade especial, mas também pela experiência pessoal nessa situação.

Claro, o suicídio de um vampiro não era realizado tão facilmente e raramente sem a ajuda de outro. Eu tinha vergonha de admitir que minha mente tinha ido para aquele lugar escuro nas primeiras horas depois que encontrei o corpo de Alice ou o que restava dele. Estremeci com a memória de quão desesperado eu estava pela inexistência então. Meus pensamentos não eram racionais e meu único objetivo naquele momento era me retirar de um mundo sem Alice. Trancada no quarto que uma vez dividimos, eu me cerquei de itens que senti uma forte conexão com ela. No começo, meu único objetivo era encontrar uma maneira de deixar minha vida como vampira, mas quando eu não consegui pensar em nenhum plano racional, meu frenesi suicida diminuiu e comecei a refletir sobre Alice. Foi durante esses pensamentos que finalmente encontrei a salvação. Eu sabia a única coisa que precisava ser feita.

Cuide de Bella

Uma humana como Bella, porém, não teria que gastar muito tempo pensando em maneiras de se matar. Eu me encolhi com o quão mais fácil seria para Bella destruir seu corpo frágil em uma tentativa de deixar para trás a angústia mental. Eu não tinha certeza se tal capacidade existia dentro dela, mas o desejo que eu sentia irradiando de Bella me deu justificativa suficiente para segui-la. Se a garota sofredora ansiava por alguma coisa - e meu palpite era que essa coisa era Edward - era plausível que ela tentasse encontrá-lo talvez em outro mundo? Eu tinha ouvido o argumento que Bella costumava usar com Edward para tentar convencê-lo de que ele tinha uma alma. Se ela realmente acreditasse nisso, então eu não podia ver nada que a impedisse de seguir Edward para a luz.

Com esse pensamento me empurrando para frente, eu rapidamente entrei na casa com meu olfato apurado traçando Bella até o banheiro do andar de baixo, mas quando me movi em direção a ele, encontrei o pequeno quarto vazio. Procurei suas emoções e fiquei instantaneamente aliviado quando as senti. Ela estava perto... no andar de cima do quarto de Edward. O medo me chocou quando pensei no que isso poderia significar. Por que uma pessoa se colocaria em algum lugar que ampliasse sua tristeza? Uma imagem de Romeu e Julieta passou pelo meu cérebro e com velocidade de vampiro eu rasguei escada acima.

Levou tudo em mim para não carregar no quarto. Lembrei-me de que o medo que sentia era baseado em suposições e não queria assustar a garota. Eu tive que permanecer escondido para poder ser de alguma ajuda. Portanto, quando cheguei ao topo da escada, fiz questão de me arrastar ao lado da porta aberta de Edward e, da minha posição, olhei lentamente ao virar da esquina. Examinando a sala, meus olhos caíram sobre Bella e eu suspirei suavemente.

Ela ficou perto das fileiras e mais fileiras de música que meu irmão possuía. Ainda havia tristeza nela, mas percebi outra emoção fervendo sob a superfície. Então, em um instante, fiquei confuso quando aquele sentimento, uma onda de raiva intensa, tomou conta. Sua mudança de humor foi tão repentina que eu não estava preparado para a mudança e lutei com o ódio por si mesmo que se apressou em meu caminho. Eu assisti em choque enquanto Bella manifestava sua raiva com destruição. Os itens foram jogados sem cuidado no chão. Nada estava a salvo de sua fúria e isso me incluía também. Experimentar a força de sua raiva quase me derrubou, mas também era difícil testemunhar o colapso pessoal de alguém.