1 - Brisa

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por Fe

— Posso te levar até em casa? — Oto me pergunta, assim que saímos do bar do Nunes.

Penso em dizer para ele ir para casa, mas algo me impede de negar o seu convite. Esse encontro com Oto, foi definitivamente, uma das melhores noites que tive depois de perder Tonho. 

— É claro... — eu respondo, insegura.

Nós caminhamos em silêncio, ouço apenas a respiração de Oto e a música alta do bar se distanciando. A lua nos ilumina pelas ruas escuras da Vila Isabel. Diminuo o passo quando avisto a casa de Ciça, logo na esquina.

Estou nervosa e insegura.  É impossível evitar. Esse relacionamento é uma nova experiência na minha vida. Fiquei anos com Ari, e não sei como agir com outro homem. Ari foi meu primeiro beijo, minha primeira vez, meu primeiro tudo. Agora Oto... Como ele mesmo me disse naquela viagem de carro, já teve várias namoradas, ele é um homem experiente.

Apesar da mútua atração, eu e Oto ainda não saímos dos beijos e mãos bobas passeando pelo corpo. Mas, estou disposta a me entregar, de corpo e alma, só não sei como tomar a iniciativa para fazer isso acontecer.

Nós paramos na frente da casa. Uma súbita onda de coragem me invade, e faço a pergunta que quero fazer a dias:

— Oto, você quer entrar? — eu pergunto, recebendo um olhar incerto — Pra conhecer a casa...

Ele suspira fundo. Será que ele não gostou? Eu penso, apavorada, não foi uma boa ideia.

— Eu posso? — ele pergunta, eu apenas assinto afirmativamente com a cabeça.

Minhas mãos tremem e eu quase não consigo encaixar a chave na fechadura, mas me recomponho rapidamente, abrindo a porta. Saio acendendo as luzes da pequena casa. Ciça ficou no bar do Nunes trabalhando, e só voltará de madrugada, quando a roda de samba acabar.

Oto tira os sapatos para entrar e eu rio baixinho, achando graça de seu ato.

Caminho até o quarto, ouvindo os passos dele me seguindo. Eu sento na beirada da cama, tirando a rasteirinha que aperta meus pés.

— E você se sente bem morando aqui? — Oto pergunta, sentando ao meu lado.

— Pra ser sincera, eu me sinto uma intrusa — Confesso, tirando um pouco do peso das minhas costas — A casa não é minha, então sempre sinto que estou atrapalhando a Ciça...

— Você sabe que,  se você quiser, amanhã mesmo eu arrumo uma casa no Rio e a gente se muda.

— Esse é o problema Oto, a minha vida inteira eu nunca tive algo realmente meu — Eu desabafo — Eu agradeço muito pela sua ajuda, você tem sido maravilhoso, mas...

Oto me interrompe, virando delicadamente o meu rosto em sua direção. Seus olhos transmitem o maior carinho que alguém já teve por mim. Eles brilham como um céu cheio de estrelas.

— Brisa, no momento em que começamos isso, eu me entreguei totalmente a você — Oto diz — Eu sou seu, Brisa, então tudo o que é meu também é seu. Nós vamos conseguir superar isso, juntos.

Coloco meus lábios sobre os dele, calando-o. Ele parece surpreso no primeiro instante, mas logo retribui o meu beijo de forma delicada, como se estivesse se segurando. Eu quebro a nossa distância, ajeitando-me em seu colo, sem separar minha boca da dele. As pernas firmes de Oto me acolhem, junto com seus braços envolvendo a minha cintura. Ele agora me beija intensamente, com fome. Sua língua invade minha boca e suas mãos passeiam pelo meu corpo, apertando a minha bunda com força.

Eu sinto o volume crescendo em sua calça. É a confirmação que eu precisava: ele me quer, assim como eu o quero. Eu desço minha mão até seu pau, acariciando-o e recebendo um gemido em troca.

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