Eu virei Você

CAPITULO 1- LENA

Ódio, era o que Lena sentia por Emily. Todas as manhãs, a adolescente atormentava a cabeça da pobre garota, mas, ela não sabia o motivo de odiar ela, não sabia quando começou, mas virou rotina para ela fazer isso.

Acordo e olho ao redor, vendo a luz do sol entrando pela janela de meu quarto, me fazendo sorrir de leve. Me levanto, colocando minhas pantufas em formato de um gato preto com olhos verdes, já que é parecido com um de meus gatos.

Vou em direção ao banheiro e faço minhas necessidades e toma um banho, relaxando. Ao sair do box, começo a secar meu cabelo com o secador e o deixa liso, do jeito que gosto. Meu celular começa a tocar e logo olho a tela, vibrando com o número de meu irmão, Lucas, a mostra. Desligando o secador, atendo a ligação do mais velho, sendo recebida pelo mesmo gritando.

—CADÊ VOCÊ? ESTAMOS ATRASADOS! — O mesmo grita do outro lado da chamada e eu olho as horas, notando que faltava menos de trinta minutos para começar a primeira aula. Merda, havia demorado demais no banho.

Saio correndo do banheiro, indo correndo para o closet, me vestindo com uma blusa preta de manga grande e uma calça social bege, arrumo o cinto da calça, pego os meus colares e minha mochila preta, coloco um de meus fones e desço correndo, indo até a saída, encontrando meu irmão em seu Audi branco com o teto aberto.

Entro e o abraço, dando um beijo em sua bochecha. O caminho da faculdade é feito e nesse tempo, termino de me arrumar, prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo e coloco meus colares em tons de prata.

— Da próxima, não demore no banho, entendeu? Não quero perder a primeira aula por sua culpa. — Lucas diz, tirando o cinto depois de estacionar em seu local do estacionamento. Apenas reviro os olhos, não ligando para o sermão que recebi.

— Não se preocupe, senhor Perfeito, não demorarei tanto no banho novamente. — Digo sarcástica sobre seu apelido. Havia dado este apelido para ele, já que era o filho perfeito de nossa mãe e eu? Era apenas a irmã rebelde.

Saio de seu carro e pego minha mochila, jogando em minhas costas. Coloco meu fone e ativo a música no máximo, querendo ficar só eu e as músicas de Chase Atlantic tocando em meu ouvido. Minha banda favorita, adorava eles, eram ótimos.

Vou pro meu canto da faculdade, já que, gostava de matar aula, mas pelo jeito hoje não seria meu dia. Vejo a diretora andando de encontro comigo e logo viro para trás, como se tivesse passado de minha sala. Olho pra porta perto do bebedouro, vendo o número na porta, era a sala 25, e era a minha sala. Entro rapidamente e dou de encontro com alguém com tudo, fazendo nós cairmos de encontro ao chão.

Me levanto e olho para quem eu cai em cima, dando um sorriso, vendo Emily caída no chão. Ela foi basicamente o colchão para eu não me machucar.

— Olha só quem temos aqui? A favorita dos professores. — Rio da mesma, ela se levanta e tenta passar pelo meu lado e eu vou indo na mesma direção que ela, bloqueando sua passagem. Adorava isso, era ótimo irritar ela.

— Dá pra sair de minha frente? Por favor? — Ela diz, um pouco irritada e eu nego com a cabeça, a fazendo bufar. Ela tenta passar por um tempo, até que eu dou a passagem e quando a mesma vai passar, eu me viro e pego em seu braço, a puxando pra mim.

— Você nunca vai fugir de mim. — Sussurro em seu ouvido e dou um sorriso de leve a solto, a deixando ir, em quanto eu vou para o meu lugar, que era por sinal a duas carteiras atrás dela.
A aula se passa e eu só fico preocupada em perturbar Emily, não ligava se ela contava para o professor ou não, iria fazer isso de qualquer maneira e ela sabia disso, é sempre assim, nem chamando minha mãe eu parava, então do que adianta?.

Vou em direção a lanchonete e vejo meu irmão com Julia, Hellen, Zaio e claro, Emily. Não sei o motivo, mas Emily é uma das amigas mais próximas de meu irmão. Sorrio e vou indo até lá, atormentar mais ainda Emily, e pelo que parece, eles estão falando de alguma coisa da faculdade, deve ser o trabalho que o desgraçado do professor Kalas passou.

—A rainha chegou, mas não precisa se reverenciar, meros plebeus. —Digo em uma forma de zoar com a cara deles, alguns reviram os olhos e outro só sorriem de leve. Me sento ao lado de Lucas e dou um beijo em sua bochecha e coloco minha mochila ao meu lado.

Olho pra Emily e pego um salgadinho do saco que estava em minha frente, tacando na mesma com um sorriso brincalhão em meu rosto. Ela apenas revira os olhos e volta a falar, confirmando minha suposição sobre o que eles estariam fazendo.
Era um trabalho sobre a construção de um robô, pelo jeito ela iria fazer da maneira mais fácil, já que ela não tem uma vida financeira muito boa, tanto que Emily era bolsista. Teria mais uma semana para fazer, a entrega seria dia 19 de Julho e hoje era ainda 28 de Junho, então, nem me preocupei com isso.

—Cara, por que diabos você está fazendo isso hoje? É só lá pro dia 19, vai aproveitar seu tempo livre. — Digo, recebendo a atenção da mesma sobre mim, sua cara fecha quando termino de dizer, não podia negar, ela ficava bonita brava.

—Como você consegue ser tão estupida? Nem todo mundo aqui tem gente pra ficar pagando suas vagas. — A mesma diz com um tom de voz misturado de raiva, dou apenas de ombro, não ligando pra isso. — Você é muito hipócrita garota, você só pensa em você, nem liga pros outros, se toca, o mundo não é apenas você! — Ela diz, arrumando suas coisas para sair do local. Sorrio e olho pra ela.

—Cara, mesmo se eu fosse bolsista, eu faria isso semana que vem, curtiria meu tempo, se você não sabe aproveitar ele, então não posso fazer nada. — Digo e ela me olha, se levantando da cadeira e revira os olhos. Ela me olha, seu olhar estava com raiva, mas ela deveria estar acostumada com isso, já que fazia todo dia.

—Ei, já deu de briga sobre vocês duas, acabou esse assunto, Lena você vai se segurar agora, e você também Emily. Caralho, todo santo dia a mesma briga das duas, poh, isso cansa. — Julia diz, fazendo Emily olhar para ela, a cortando sobre qualquer coisa que ela poderia dizer. Julia era basicamente a mãe do grupo, como a chamamos, era a que acabava com as brigas, a que cuidava de cada um. — Hoje tem uma coisa boa, vai ter a festa do pijama na minha casa, lembra? Ou vocês esqueceram? — Ela fala com um pequeno sorriso, esperando que não fosse a única a esquecer da festa na casa dela.

Seria hoje e eu havia esquecido completamente disso, faz muito tempo que marcamos, então imaginava que a maioria também tinha esquecido disso, mas pelo jeito era só eu, já que eles começaram a falar sobre está bendita festa.

— Le, nós temos que ir, nossas coisas para a festa ainda não estão prontas. — Ele diz com um sorriso falso em seu rosto, estava enrolando-os. Que bom que não era só eu que tinha esquecido.

— Claro Lu, vamos. Galera, até depois. —Digo com um sorriso e nós já nos levantamos, saindo do local, indo até o carro dele. Entramos e ele dá a partida, indo em direção a nossa casa.
Entro em casa correndo e subo para meu quarto, indo até o closet e pegando minha mochila, guardando alugas roupas e coisas de higiene para o dia seguinte e depois, iriamos ficar na casa de Julia o fim de semana todo. Vou tirando minha roupa para vestir o pijama, que era um top com mãos de esqueletos em cima do meu peito e um short com desenhos de esqueletos por ele todo, as bordas eram feitas de voltinhas de leve. Adoro vestir esse pijama

Pego o carregador e meus fones conectados ao meu celular, indo em direção ao quarto de Lucas, encontrando o mesmo em seu pijama do Mickey Mouse, era preto pelos ombros e o resto branco, com uma escrita de Mickey com o rato no I e a calça era preta, sem nenhum detalhe.

— Pegou tudo? — Ele me pergunta, pegando a mochila, que estava na cama, junto com o carregador e o celular em sua mão.

— Bora. — Digo me virando para a escada, descendo a mesma. Olho para a sala e vejo a mamãe no sofá, ela escuta e olha para nós. Lá vem.

— Onde estão indo assim, de pijama? — Ela diz, curiosa e ao mesmo tempo meio brava.

— Estamos indo a uma festa do pijama, voltamos segunda-feira. — Digo, virando a cara para a porta da sala, indo pra saída.

— Sem minha autorização? Não vai mesmo. — Ela diz, vindo em nossa direção, querendo nos impedir de ir, ou pelo menos eu. Eu vou, nem que tenha que correr.

— Eu vou, já sei cuidar de mim mesma, não preciso de sua permissão para sair. — Digo olhando para ela, não aguentando que toda vez que vou sair, é a mesma conversa de “Não vai mesmo”. Abro a porta e puxo Lucas, indo até o carro e jogando minha mochila no banco de trás, abro a porta do motorista e me sento, vendo Lucas ligar o carro e indo de caminho da casa de Julia.
Odiava seriamente minha mãe, gostaria que pelo menos uma vez na vida, ela olhasse pra mim como olha para o Lucas, isso as vezes me da raiva, já que eu sempre era a errada da história, o Lucas pode ter matado alguém e eu ter tirado uma nota vermelha, eu que recebo sermão e coisas do tipo.

Chegamos na casa de Julia, era uma casa simples, mas aconchegante e espaçosa, tinha dois andares e uma garagem espaçosa. Mando uma mensagem e após ela ver, a mesma abre a garagem, Lucas começa a manobrar o carro para guardar lá dentro, era costume fazer isso, já que, quase toda semana estávamos aqui. Abro a porta, saindo do automóvel e pego minha mochila, indo em direção a Julia e dou um sorriso.

— Estou pronta, cadê o povo? — Pergunto animada. Ela nos leva pra dentro e me jogo em um dos colchões que estão no chão.

— Foram se arrumar, mas já que chegam. — Ela diz com um sorriso e se senta no colchão ao lado do meu. Escuto alguém descer as escadas e olho em direção do barulho, vendo Emily descer as escadas em seu pijama de cereja, a calça parecia ter alguns desenhos em vermelho e verde, imagino que seja a cerejas, e ela está com um top, mas como está de costa para nós, não dá para ver se tem algum desenho ou escritura.

—Vou só pegar uma água, já que me deito aí. — A mesma avisa, indo até a cozinha, nem dando um olhar em nossa direção. Jogo minha mochila no sofá, voltando a olhar para os dois.

— Então, você e Emily voltaram a morar juntas? — Pergunto, já que Julia e Emily são irmãs, mas seus pais são separados e antes, Emily morava com o pai, agora pelo jeito voltou a morar com a mãe.

— Sim, já que a casa de nossa mãe é mais próxima do que a casa do pai, então ela voltou para cá. — Ela diz e eu dou um sorriso. Emily, Emily, nem sabe o que te espera. Me levanto e vou indo até a cozinha, vejo Emily procurando algo na geladeira e eu apenas me inclino sobre a cômoda, pegando um copo, me virando até onde está o bebedouro do local.

— Julia, acabou o leite condensado? — Emily grita, perguntando para Julia, virando de leve sua cabeça pro lado, mas sua visão ainda estava no conteúdo guardado na geladeira.

Coloco o copo para encher de água e vou indo até Emily, que fecha a porta da geladeira e se vira para mim, indo para trás quando me vê. Caralho, agora que notei, ela é mais alta que eu.

— Então, você está morando na casa de sua mãe agora? Iremos nos ver tanto, gatinha. — Digo e sorrio, levando minha mão até sua bochecha e dando pequenos tapas de leve, para não machucar. Me viro e pego meu copo, fechando o bebedouro, para não derramar. Sinto algo em minha cintura e só escuto uma voz em minha orelha.

— Por que você... É tão... imatura? Não tem outra pessoa para perturbar? Ou isso é apenas uma maneira de querer chamar minha atenção? — Ela sussurra em minha orelha, me fazendo ter pequenos formigamentos. Quem ela acha que é? A Taylor Swift? Sorrio e me viro para a mesma, fazendo nossos rostos estarem apenas centímetros de distância.

— Se eu quisesse mesmo ficar com você, não acha que saberia disso? — Digo e rio de leve, olhando para baixo, encontrando seu top escrito Cherry entre seus seios. Escuto passos e Emily se afasta de mim e eu pego meu copo com água, o bebendo. Vejo Julia entrar e ela dá um sorriso.

— Não se comam na cozinha, jesus, aqui é um lugar sagrado. —Ela diz com um sorriso e ao mesmo tempo com um pouco de nojo e eu apenas reviro os olhos. Termino de beber e deixo meu copo na pia, voltando para a sala.

Depois de um tempo, Hellen e Zaio chegam e começamos a se divertir, jogando jogos, zoando entre si e assistindo alguma coisa. Mas o melhor sempre estava para o fim, Verdade ou desafio, era o nosso favorito. Hellen gira e cai de Julia para mim.

— Verdade ou desafio... Ou melhor, consequência? — Ela diz e sorrio, mostrando para a mesma que queria desafio. — Desafio você a contar uma de suas maiores aventuras sexuais que você já teve, no ouvido de quem cair a garrafa. — Quando a mesma termina de dizer, eu começo a fingir estar com sono, para não ter que fazer o desafio, mas pelo jeito não engana ninguém. — Bora, chega disso. — Ela diz e gira a garrafa e cai em Emily, que me faz dar um pequeno sorriso e ela recua para trás.

— Ahn, estou com sono... Por que não continuamos amanhã galera? — Ela diz, abrindo a boca para soltar um bocejo e a deitar no colchão.

—Ah, a boa menina não sabe brincar gente. — Digo querendo zoar com a cara dela, mas ela nem liga, já que não fala nada.

Ela acaba dormindo, mas não sei o motivo, parecia que depois de ela dormir, o jogo havia ficado sem graça, já que não queria participar de algo que achei sem graça, fui dormir.

Dia Seguinte
Acordo no dia seguinte, meio sonolenta e com apenas as respiradas suaves dos meus amigos.

Solto um bocejo e me levanto, indo até o banheiro, onde faço minhas higienes e volto pra sala, para pegar minha bolsa com coisas de banho, já que gostava de tomar banho de manhã. Volto para o banheiro e  tiro minha roupa, entrando no box e ligando o chuveiro quente, banhando. Relaxo por um tempo e saio, me secando, quando olho no espelho, dou um grito, estava com a cara da Emily, não com a minha, o que aconteceu? Era uma brincadeira? Que merda era essa?.

Passo a mão no espelho e não sai, seguro a toalha no meu corpo e saio do banheiro, quando olho para o pessoal, meu corpo estava em alguém que não sabia quem e grito de novo, estava assustada.

O pessoal começa a acordar e quando se olham, gritam também, o que estava acontecendo?