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📑 DESCRIPTIVE
narrative

acho q eu escapamos dessa vez — Tate suspira enquanto se apoia na parede do beco. — eu ia te dar isso, mas acho que o pacote amassou um pouco — o mesmo tira algo do bolso, fazendo menção de entregar a s/n.

— sementes? — ela pergunta.

— sobrevivem por mais tempo — ele argumenta. — são de rosas, você disse que eram suas favoritas.

— muito obrigada, vou dizer que são lindas depois que crescerem — a garota riu dando um abraço e um selinho de longa duração em Tate. — quer ir para minha casa? Ainda não está muito tarde então acho que não iremos incomodar meu pai

***

— pai? — a garota chamou-o entrando na casa — estou com Tate

— boo! — disse o Sr. Williams pulando por detrás da porta fazendo s/n e Tate tomarem um leve susto. — boa noite filhota.. E Tate.

— boa noite, pai, como foi a distribuição dos doces?

— boa noite, Sr. Williams — Tate falou baixo acenando rapidamente com a mão.

— foi entediante, para falar a verdade. Fiquei sentado lá fora sozinho tendo que aturar algumas crianças chatas e vendo algumas coisas que nem sei se posso chamar de fantasia de tão assustador — ele disse tirando os dentes de vampiro de plástico enquanto Tate observava cada detalhe da casa. — graças a Deus acabou.

— me desculpa pai — a garota riu. — ano que vem eu fico com você.

— tudo bem s/n, eu só estava brincando — o mais velho falou enquanto fitava o menino. — Ele nunca veio aqui, não é? Pelo menos que eu saiba.

— não, pai, relaxa — ela soltou uma risada alta.

— vá mostrar a casa para ele então, já que provavelmente virá mais vezes — ele fez uma pausa. — e pode me chamar de James, garotão.

     Enquanto íamos para a cozinha - em direção as escadas, James deu dois tapinhas no ombro de Tate.

— realmente tem muitas orquídeas por aqui — o garoto falou — pelo que contei, deu umas 14 ao total

— pois é, tem bastante mesmo. — s/n falou enquanto colocava a palheta e as sementes que recebeu em uma prateleira de seu quarto.

— pena que algumas estão morrendo. Aquelas que ficam somente na água. Seu pai deveria cuidar melhor dessas flores.

— eu também acho. Mas sempre que alguma morre ele compra outra para substituí-la.

— ele não deveria fazer isso.

***

      "Sabia que deveria ter ido dormir mais cedo" s/n pensou ao desligar o alarme, logo se arrumando e indo tomar café da manhã para ir à escola.

— bom dia, pai.

— bom dia, filhota. Dormiu bem? Ontem a noite você não fez nenhum ato que eu não gostaria de saber sem camisinha, certo?

— dormi sim — ela riu. — não fizemos nada, papai, só ficamos conversando. Prometo.

— ok, ok. Agora come rápido ou irá se atrasar no primeiro dia na escola nova. — James falou entregando um prato com seu café da manhã na mesa onde s/n havia se sentado.

— obrigada.

Após voltar da escola - algo que achou ótimo, já que aquele lugar era uma merd, s/n decidiu plantar as flores recebidas.

A garota já havia assistido a diversos vídeos na internet sobre como plantar rosas, mas ainda estava completamente confusa.

Era visível para os carros que passavam e aquilo deve ter parecido absolutamente estúpido. Ela gemeu e passou a mão pelos cabelos. Plantar flores não poderia ser tão difícil.

— como alguém consegue fazer isso? — s/n sussurrou agressivamente para si mesma antes de bater seu joelhos com força na terra dura.

"Acho q elas irão nascer do jeito que devem agora". A garota concluiu após diversas tentativas falhas.

Nesse mesmo dia, s/n preferiu não ir à casa de Tate pois queria organizar melhor as coisas da escola e cuidar um pouco de si.

Tate ficou a sua espera a tarde toda, pensando se a garota foi a biblioteca e descobriu todo seu passado imundo. Mas ele estava diferente agora.. não é? Ele teria mudado. Ela o mudou. Ela o fez melhor. Ele estava melhor.

     Ela o perdoaria, certo? Depois de tudo que aconteceu entre eles, não seria certo ela o descartar e ir atrás de outro alguém - ela não deveria fazer isso.

     Tate gostaria muito de estar vivo agora e ir para a casa da amada, mas depois do homicídio em 94 isso tornava muitas coisas como essa impossíveis de serem feitas.

     Seus demônios internos estavam ficando mais fortes por causa de sua preocupação, o garoto ficara a tarde inteira pensando sobre isso e se irritando, o que não tinha um final muito bom. Mesmo assim, decidiu dormir (mesmo com seus pesadelos infernais) para o tempo passar mais rápido e esquecer desse problema, mesmo criando outros.

𝑭𝒍𝒐𝒘𝒆𝒓𝒔 𝑵𝒆𝒆𝒅 𝑾𝒂𝒕𝒆𝒓; Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora