Capítulo 30 - The Lettler

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A noite chegou e junto com ela, um clima frio e chuvoso pairou por toda Los Angeles. A temerosa frente fria que estava sendo anunciada nos jornais, chegou com força total, fazendo com que um dilúvio caísse. Mas aquilo não era nada, até porque, nada me impediria de ir até Marília.

Eu já tinha tudo em mente. Ou melhor, tudo em um papel. Se eu fosse parar na frente de Marília e falar tudo o que eu sentia, eu não sairia de lá hoje, por isso, decidi escrever tudo em uma folha. Resumi tudo o que eu sentia por ela. Agora, eu só precisava ir em direção ao meu destino, que no caso, era sua festa de orgia e cachaça.

Mas tudo parecia estar dando errado. Não era só o tempo contra mim, o meu carro também estava jogando no time adversário. Ele simplesmente parou de pegar no meio do caminho. Ligava e morria logo em seguida, me deixando desesperada. A casa de Marília ficava em outro bairro e eu estava a vinte quarteirões de distância. A rua estava totalmente deserta, sem um táxi passando.

E ônibus, quase às dez da noite, seria praticamente impossível de aparecer. Por isso, eu só tinha uma opção: ir a pé.

Seria terrível, eu chegaria a sua festa totalmente ensopada, mas, vamos combinar: eu já tinha passado por todos os tipos de situações nas últimas semanas; aparecer molhada, de penetra, na festa dela, não seria nada demais.

Sendo assim, larguei o carro encostado em frente a um prédio comercial e desci, sentindo a chuva forte e gelada golpear minha pele. Meus sapatos de salto se tornaram insuportáveis, mas eu continuei a andar, segurando minha carteira de festa com força, sentindo o frio arrepiar todos os meus poros.

“Apenas continue a andar, Maiara, apenas continue a andar”.

A rua estava deserta, eu poderia ser assaltada, estuprada e morta, mas nada me faria desistir. Meu celular estava fora de área, ligar para Marcela era impossível, o que me fez percebe que: ou tudo daria certo nessa festa, ou o fim entre Marília e eu estava mais próximo do que eu poderia imaginar.

Levou exatamente uma hora e dez minutos para que eu visse o prédio de Marília. Meus pés estavam com bolhas, massacrados. Minha pele estava gelada, eu tremia da cabeça aos pés, mas pelo menos, eu havia chegado ao meu destino. Quando parei em frente ao prédio, dei uma rápida olhada em meu celular novamente, apenas para constatar que o maldito continuava fora de área. Perguntei-me sobre como iria entrar no prédio sem ser vista, até que a porta do estacionamento se abriu, para um carro preto e luxuoso entrar.

Era a minha chance.

Discretamente, passei colada ao muro do prédio e estava extremamente mal iluminado. Assim que o carro passou, eu passei logo em seguida, correndo antes que as portas fechassem. Eu estava dentro do prédio! Agora, era só torcer para que o porteiro não estivesse monitorando as câmeras do estacionamento e do elevador.

Meus passos ecoaram pelo lugar silencioso até o elevador, que chegou logo depois de eu apertar o botão. Agradeci novamente pelo mesmo estar vazio, percebendo que, finalmente, agora estava começando a dar tudo certo para mim. Apertei o botão da cobertura e segundos depois, estava no andar de Marília.

Nem me atrevi a olhar o meu estado no espelho do elevador, apenas saí correndo em direção ao corredor, escutando a música eletrônica que tocava em último volume. A porta do apartamento de Marília estava aberta e pude ver que a sala estava toda escura, uma iluminação verde, vermelha e rosa propícia para uma boate.

O cheiro de álcool e de cigarro dava para ser sentido de longe. Várias pessoas dançavam pela sala e, podem acreditar, se esfregavam como se estivessem sozinhos em um quarto. Era tudo... Obsceno demais. Nada a ver com Marília e sua personalidade.

Avistei Marcela e Luiza perto do sofá, no centro da sala e, com certa dificuldade, consegui chegar até elas. Tenho certeza que eu havia ensopado metade do chão da sala de Marília, mas eu não podia evitar. A chuva havia acabado comigo.

Pornstar | Adapt. MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora