O artista

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Tenho ânsia por uma noite
Em que respirar saía do léxico de atos obrigatórios
Para permanecer no real mundo
De caminhos que deixam a desejar mais

Para que a paixão me veja como real súbdito
Do seu cruel e injusto universo
De homens, pássaros e estátuas
Que, traçados de um propósito,
Servem a rainha do ocidente.
Apóstolos Dela, doutrina do século XXI,
E que da paixão a fazem
Matriarca do sucesso, hoje rei de tudo e de todos.

Aos que nunca viram a passagem da Nossa Senhora do Moderno.
Resta-lhes o sangue e as lágrimas
Que os fazem de sentidos
Sentimentais
E prontos, para que numa noite,
Em que vivam ânsias
Em que um aperto no coração se torne do mais intolerável sofrimento
Em que o respirar saía do seu léxico

Gravem o seu nome na lama

Para que permaneça no real mundo
Uma contagem dos menos afortunados
Que tiveram o maior dos agrados
A viver de caminhos que deixam a desejar mais.

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