Parte 1

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   Uma garota corre pelos telhados improvisados do subúrbio, essa é Masae Adachi. As ruas iluminadas demonstram o que está ocorrendo. Uma perseguição.

A jovem que habilidosamente continua sua fuga, logo se distancia consideravelmente da movimentação. Então, entra pela janela de uma casa aparentemente abandonada. Com um ferimento no seu braço direito e coração acelerado.

– Jade verde? Acho que não é só isso. Desconheço essa mistura, e acho que preciso de ajuda para tratá-la rápido. Sinto que está afetando meu corpo rapidamente. – Ela arranca uma parte do tecido da saia que está usando e amarrada sobre o ferimento. – Preciso chegar na oficina da Suhi.

Se levanta, apoiada na parede desgastada. Sentindo o corpo não responder tão bem quanto antes, e por isso, impossibilitada de continuar seguindo pelos telhados. Faz o resto do caminho com cautela, por becos e ruas escuras.

Um toque secreto na porta, e ela é aberta.

– Dachi! O que aconteceu? Falaram que a missão era simples, sem riscos.

– Ele tinha uma arma escondida. Tinha alguma mistura diferente naquela arma. Não estou me sentindo bem, acho que estou envenenada.

Suhi levou ela para dentro de sua oficina e fechou as portas. Começou a examinar a ferida com atenção.

– Não sei muito como tratar essas coisas. Estou completamente perdida aqui mas, vou fazer meu melhor Dachi. – Ela ia de um lado ao outro. Pegando aparatos e mais aparatos, totalmente perdida. – Ai! O que faço... O que faço? Não me preparei para isso. Cadê o Kaname nessas horas?

– Está atentamente observando o alvoroço.

– Real Dachi. É bem a cara dele.

– Eu não falei isso Suhi. – Masae estava suando muito e quase perdendo a consciência.

Um homem observava sentado nas escadas do salão que levavam até um pequeno escritório em cima. Ele usava uma roupa comprida que cobria seu corpo quase inteiro, tirando pelos braços. Usava um capuz, e uma enorme máscara de gás que tampava grande parte do rosto.

– Fui eu que falei. O que houve aqui? – Ele começou a descer as escadas, caminhando até as duas.

– Me ajude Kaname, ela não está bem. Machucaram ela com alguma coisa ruim.

Ele olhou o ferimento com calma.

– Algum preparo estranho com Jades. – Ele puxou um jarro e uma pequena máscara de inalação.

– Eu lembro dessa máscara.

– Claro que lembra Yasuhiro. É criação sua.

Ele colocou a máscara no rosto de Masae e conectou o jarro na parte de baixo. A máscara logo dispersou uma composição gasosa que Masae inalou.

– Kaname! É errado fazer os outros inalarem o que você quer sem permissão! – Ela falou com uma expressão um pouco brava, inchando levemente as bochechas.

– Yasuhiro. Tenho dificuldade de lidar com esse seu jeito, e te levar a sério. Eu acho que ela não vai ficar irritada com isso, vendo a situação que se encontra agora. Inclusive, ela desmaiou. A intoxicação está piorando rapidamente.

– Mas vai melhorar agora?

– Talvez.

– E se não melhorar Kaname?

– Vamos torcer, Yasuhiro. É o melhor.

– Ok! Vou botar fé. Vai dar tudo certo. - Yasuhiro sorriu para o rapaz, que ficou desconcertado. Ela levantada a mãos em um gesto positivo.

– Eu realmente não sei lidar com esse seu jeito. – Ele se levantou e caminhou até as escadas. – Fica de olho nela. É o que podemos fazer por agora.

– Vai onde?

– Tirar um cochilo no seu escritório. Estava no meio do meu descanso quando começou o escândalo. Gosto do sofá novo.

E subiu as escadas.

– Livre e solto como sempre. - Yasuhiro então, se levantou e voltou para seus afazeres. Vez ou outra, checava o estado de Dachi.

Logo se viu uma melhora considerável, e a noite seguiu sem mais complicações.

O novo dia surgiu, e a luz que invadiu uns dos buracos do telhado tocou o rosto de Masae. Seus olhos se abriram com a vista de Yasuhiro dormindo sobre uma mesa bagunçada. Bem em frente de onde ela estava.

– Suhi! - Ela tocou no ombro da menina, que saltou da mesa.

– O que?! Tá tudo certo. Nem tô dormindo. - Olhou o canto que sua amiga estava antes. - Meu deus! Cadê a Dachi?

– To aqui Suhi. Eu que te acordei.

– Ah tá! Então tudo certo. Pera! Nem tava dormindo. - Dava para ver marcas feitas pelas ferramentas e peças da mesa as quais, ela acabou por dormir em cima.

– Que seja. Cadê o Kaname? Acho que devo um agradecimento.

– Talvez dormindo no meu sofá. Lá em cima. - Apontou a escada, balançando de um lado ao outro.

– Parece estar cansada ainda. Vai descansar Suhi. Estou bem, obrigada como sempre. Pra cama agora, certo?

– Ok! - Bateu uma continência desajeitada. E caminhou para uma sala próxima.

Masae subiu as escadas e encontrou Kaname sentado no sofá.

– Acordou cedo? Isso é algo surpreendente.

– Todo esse alvoroço da noite passada, me deixou em estado de alerta. Minha mente não conseguiu descansar direito.

– E como anda o Shinji? É estranho não encontrá-los juntos, como de costume.

– Em alguma missão.

– Você tem alguma ideia do que foi usado contra mim?

– Diria que o veneno era composto por Jade negra, verde e azul. Só que é bem diferente, o modo que foi preparado. Foi sorte, meu vapor funcionar.

– Agradeço a ajuda.

– Sem problemas. E o que vai fazer agora?

– Terei que falar com Shaiming. Algumas coisas saíram do controle por falta de informação, o que não costuma acontecer. Precisamos rever algumas coisas nos contatos do grupo.

– Boa sorte com isso. - Foi deitando novamente e virando de costas para ela. - Agora que meu corpo está voltando a relaxar, vou aproveitar para descansar melhor. Sayonara. - Fez um gesto de despedida com a mão esquerda.

Ela então desceu as escadas, e deu uma olhada em Suhi. Ela parecia estar em um profundo sono. Respirou fundo e saiu da oficina.

A luz de um novo dia, lhe cumprimentou.

– Então. Vamos conferir alguns informantes.

Pelas Honras em um novo dia.Onde histórias criam vida. Descubra agora