Capitulo 67

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Cadu narrando: 

Eu estava olhando pro nada e pensando em tudo. Cade esse medico que não chega nunca? Até que depois de horas e horas ele apareceu. 

Heloisa: Oi Doutor, tem alguma noticia? 

Doutor: Então... 

Cadu: Desembucha. 

Doutor: Maria Luisa não havia tomado apenas um tiro, ela estava TODA machucada. Muitos hematomas, desculpa a sinceridade: Eu não sei como ela sobreviveu por conta dos hematomas. Em relação ao tiro, passou de raspão e não foi no peito esquerdo. Graças a Deus. Resumindo: Está tudo bem. Mas...

Isa: Falaaaa por favor

Doutor: Ela está em coma.

Meu mundo desabou. Eu não podia estar ouvindo aquilo! 

Cadu: COMA? Você acabou de dizer que do tiro você já tratou e que ela não corre mais nenhum risco. Como assim?

Doutor: Perdão jovem. Eu disse isso sim, mas também disse que a Maria Luisa esta toda machucada e cheia de hematomas. Fizemos raio-x, não há nada quebrado. O coma geralmente acontece de um acidente de carro, moto e etc. Resumindo: Quando a pessoa tem uma queda muito forte na cabeça. Não houve um acidente de carro ou moto POREM houve "espancamento". Malu chegou aqui destruída. O tiro praticamente não foi nada em vista das marcas no corpo, foram muitas batidas na cabeça. Muitas! Pra deixa-la em coma, tem que ter sido muitas. 

Eu chorava feito um louco cara, não era possível. Na verdade, todos choravam. Todos! O que estava melhor ali, era o Matheus. Que estava consolando a Isa. 

Heloisa: Quando ela acorda? 

Doutor: Quem dera se eu pudesse te falar isso. Eu espero que vocês tenham uma coisa em mente: EU FIZ TUDO O QUE PUDE. Agora eu já não posso fazer mais nada. Sabe quem vai controlar a vida da Malu agora? Deus. Apenas ele. Lá em cima! Ore, tenha fé. Acredite. TUDO vai dar certo. Está nas mãos de Deus! 

Cadu: Amém. Tudo vai dar certo. 

Rodrigo: Quais são as chances de vida? 

Doutor: Prefiro não falar isso. Ela está em coma hoje, mas se for da vontade de Deus amanhã ela pode acordar e estar pulando por ai. Tudo depende de Deus meu senhor. 

Rodrigo: Tudo bem. 

Doutor: Agora eu aconselho a vocês a irem embora, por que infelizmente ela não vai acordar agora. Pode ser que ela acorde amanhã, ou ano que vem, ou semana que vem. Não tem data. 

Cadu: Eu vou ficar aqui até ela acordar.

Isa: Bom, eu estou indo pra casa. *disse chorando desesperadamente, mal podia falar* Por favor Cadu, QUALQUER noticia me fala. Seja a hora que for. 

Cadu: Pode deixar. 

Eles se despediram e foram. O Rodrigo disse que iria também, nos despedimos e ele foi. Só sobrou eu e a Heloisa.


Heloisa narrando: 

Eu jamais pensei que um dia ouviria essa noticia. "Sua filha esta em coma, ela pode acordar amanhã. Assim como pode acordar semana que vem, ano que vem. Ou nunca mais" Não foram exatamente com essas palavras, mas foi isso que ele quis falar. Doi, dói muito. E eu não indico essa dor pra ninguém, nem pro meu pior inimigo. Doi mais que uma facada, mais que um tiro. Eu só quero minha filha bem. Nem que seja pra vê-la discutindo com o Rodrigo e se trancando no quarto. Eu quero minha filha aqui comigo. Rodrigo estava muito abalado, ele não disse nada. Mas eu tenho certeza que ele estava se culpando. E eu não vou dar forças nenhuma a ele, não era ele que culpava tanto Malu? Agora ele que se culpe bastante. Por que se a Malu levou um tiro, se Malu foi espancada, se Malu está em COMA a culpa é toda dele. Digo e repito: A CULPA É DELE! Só sobrou eu e o Cadu ali. E nós estávamos perdidos em pensamentos. 

Heloisa: Não quer ir pra casa Cadu? Já ficou aqui bastante tempo. 

Cadu: Não tia. Eu vou ficar aqui. 

Heloisa: Eu vou pra casa, mas só vou quando eu ver você indo na lanchonete comer algo. 

Cadu: Tudo bem, vou comer e já volto então. 

Heloisa: Te espero. 

Ele foi e eu fiquei o esperando. Quando ele voltou ainda insisti um pouco pra ele ir embora comigo, afinal já eram 20:00 e suponho que não teríamos mas noticias. Me despedi dele e fui embora.


Cadu narrando: 

Vi que ela continuaria insistindo então fui comer algo, comprei um salgado e uma coca e comi bem rapidinho. Quando voltei ela estava sentada me esperando, nos despedimos e eu fiquei por lá mesmo. Eram 21:30, liguei pro meu pai. 

LIGAÇÃO ON:

Fernando (pai de Cadu): Onde você está Cadu? 

Cadu: Sem sermões por favor. Não ta sabendo o que aconteceu com a Malu? 

Fernando: Ah sim, o Rodrigo me explicou algumas coisas sem dar detalhes. E você não vai vir pra casa? 

Cadu: Claro que não. 

Fernando: Ela está em coma Cadu, infelizmente não vai acordar do dia pra noite. 

Cadu: Eu sei, mas não vou sair daqui. Só quero te pedir um favor! 

Fernando: Não vai adiantar eu brigar com você né?

Cadu: Não. Amanhã de manhã eu vou pra casa, tomo banho e troco de roupa e volto. Pode ficar tranquilo! 

Fernando: Tudo bem então meu filho, se cuida. Boa noite

Cadu: Boa noite pai. 

LIGAÇÃO OFF: 

E assim eu passei a noite, cochilava alguns minutos mas acordava com um susto. Meus olhos estavam pesados e eu estava morrendo de sono, mas estava com medo de dormir e acontecer algo. Todos no grupo também não dormiram, pois ficaram a noite toda me pedindo noticiais. E eu não tinha noticia alguma pra falar, afinal: O médico já não pode fazer mais nada. 

Hoje era dia 10/06, eu poderia estar aproveitando minhas férias. Mas qual é a graça de sair e curtir sabendo que a Malu está em um hospital? Preciso confessar: Estou apaixonado. Nunca pensei que sentiria isso por ninguém. Pra ser sincero, eu nunca me apaixonei de verdade. É muita viadagem estar falando isso, mas eu estou apaixonado. Sinto que ela é a mulher da minha vida. E não posso perde-la! 

Amanheceu, comprimentei o médico e as 9:00 eu fui pra casa. Cheguei em casa meu pai não estava, com certeza já tinha ido trabalhar. Subi, tomei banho rápido, coloquei uma bermuda, blusa e minha havaiana. Desci pra comer algo, peguei uma maçã e um suco qualquer. Quando deu 10:30 eu já estava no hospital novamente.

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