Capítulo 01

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O lugar era coberto com uma densa bruma gélida, que rodeava toda a floresta de gelo, ao sul do reino de Avalon. S/n pisou seus pés na neve fofa afundando, o lugar era completamente coberto por uma crosta branca. Ela se apoiou na árvore congelada queimando sua mão sem luva, respirando com dificuldades, já tinha dois dias que subia daquela montanha, atrás das tais rosas de gelo ― A mulher teve conhecimento que valia um bom dinheiro, o dinheiro suficiente para ir embora daquele lugar, daquele reino que repudiava.

Caminhou mais um pouco, segurando sua pequena pá de encontro ao seu peito, na outra mão sua cesta para coletar o necessário para vender. Subiu mais um pouco respirando com certa dificuldade, o lugar era muito perigoso.

S/n sorriu, lembrando que tinha bestas e monstros naquela terra, sempre havia pessoas desaparecendo ali. Ela era louca o suficiente para correr o risco de pegar algumas rosas de gelo e ganhar o dinheiro para ir embora, do reino que odiava profundamente. Sua vida jazia numa sucessão de fracasso.

Ela era uma órfã da guerra que ocorreu há alguns anos, onde muitas pessoas morreram, e outras milhares ficaram órfãs. S/n tornava-se uma dessas crianças de guerra que lutava para sobreviver, o que era muito difícil naquele reino que tinha somente opressão da nobreza, que tratava os demais como inferiores.

A mulher parou outra vez, ela soprou entre seus dedos que ardiam pelo frio descomunal daquele lugar. O gelo caia sobre sua derme a deixando ainda mais fria, olhou para sua mão notando uma queimadura de gelo, não tinha muito o que fazer. Sua pobreza não lhe dava o direito de ter luvas para usar.

S/n se perguntou quando exatamente teve essa ideia brilhante de subir aquela montanha para pegar as rosas. Ela se lembrou de alguns soldados conversando na taverna que trabalhava.

Estava despretensiosamente limpando as mesas, o salário que recebia mal dava para pagar a pensão e outras coisas. E como era uma mulher solteira, não estava interessada em ir para cama com o seu padrão, ele miseravelmente diminuía sua comissão. O velho era casado, não se rebaixaria tanto, por uns míseros trocados

Quando sem querer ouviu dois soldados falando sobre as rosas de gelo, ouvindo que eram raras e dariam uma boa grana. O problema é que elas quando saiam da montanha viravam água ou desapareciam.

S/n veria isso depois, o importante era primeiro achar aquelas malditas rosas, ela continuava andando e o tempo começava a escurecer. Caminhou mais um mísero passo, até que chegou em um campo, as árvores eram de gelo, entretanto, o lugar tinha uma atmosfera densa, como de uma mata verde virgem.

Olhou para frente respirando fundo, seus pulmões doíam, e tossiu seco quando olhou para baixo, apoiando suas mãos nos seus joelhos para respirar melhor já que todo o seu corpo começava a ser vencido pelo frio.

Seu olhar parou na rosa azul diante dos seus pés. Ela caiu sobre suas pernas, e chorou quando ela finalmente tinha achado o lugar com as flores-de-gelo. Levou sua mão para ela, a quebrando, pegou entre os seus dedos. Com toda a certeza do mundo, era a coisa mais linda que já tinha visto na sua pouca vida.

Colocou na cesta e correu até a frente, quando parou no campo de rosas azuis que brilhavam como um mar cristalino, quando a escassa luz do sol as tocava. Ela ajoelhou, começando a escavar o terreno para pegar o maior número de rosas e vender.

S/n perdeu a noção do tempo e uma das regras que tinha ao subir aquele lugar. A noite chegava lentamente, o céu claro dava lugar, paulatinamente ao tom escuro que caia na montanha.

Perdida na sua tarefa de completar sua cesta, cega ― Talvez ― pela ganância que instalou no seu intrínseco ser, não notou os dois pares de olhos vermelhos, acompanhados com uma grande fileira de dentes de marfim, as bestas das montanhas os lobos das neves.

Ouviu um rosnado, quando olhou para trás viu um par de olhos vermelhos, que logo se transformou em vários outros, S/n se levantou assustada olhando para os lados encontrando mais deles. Estava cercada, o líder deles caminhou na direção da mulher, com uma grande lua no meio da sua testa, ele rosnava mostrando seus dentes grandes e afiado, ela derrubou sua cesta no chão e não viu outro dele pulando sobre ela, com suas garras afiadas rasgou suas roupas e pele, fazendo seu grito e sangue ecoar pela floresta.

Ela caiu a centímetros dos lobos, cortando suas mãos e pernas como as rosas de gelos. Levantou-se segurando suas roupas, sua ferida estava sangrando muito. Começou a correr desesperada para longe da matilha, ela escutou o uivo alto, sua respiração estava entrecortada, a adrenalina corria pelas suas veias, a fazendo não sentir dor.

Correu se cortando mais entre os galhos das árvores geladas, até avistar uma caverna para esconder-se, sentiu suas pernas fraquejarem, com um último esforço apressou-se até a cavidade, andou no máximo a parede escorregando, não tinha mais forças, sua respiração entrecortada, sentia vagarosamente a dor abraçar seu corpo, espalhando-se pelos seus membros congelados.

Ela sentiu suas vistas escurecerem, vendo o lobo rosnar entrando na caverna para lhe devorar, riu em amargura, sentido seu trono bater no chão frio do local, gradativamente perdendo sua visão.

― SOCORRO! ― Um grito despertou a atenção do homem que derrubou seu saque no chão, bebendo solitariamente no seu cálido palácio, ele sentiu o cheiro de sangue humano no ar.

― Merda! ― Rosnou, levantando da cadeira deixando o líquido na mesa de cristal, andou sobre o chão com seus pés descalços sobre o local gélido. Abriu a grande janela, pulando liberando suas asas azuladas, voando em direção ao grito e do sangue humano, pousou na frente de uma caverna, vendo os lobos de gelo parados ali na frente, rosnando para o intruso da montanha.

O rastro vermelho, entrava por aquele lugar. Olhou para frente encontrando o líder dos lobos, fez um afago no pelo branco do animal, o mesmo o lambeu, rosnando de volta para o espécime humano jazido no chão.

― O que aconteceu aqui, Moon? ― O lobo, soltou uma rosa de gelo da boca para o chão, apontando com a pata a fêmea humana desmaiada a sua frente, o dragão caminhou até o corpo da mulher, checando se tinha vida, ela ainda respirava, pegou a no colo, e liberou os lupinos, que guardavam as flores voltarem para o seu lugar.

Roronoa Zoro, olhou para o rosto delicado da humana, não era a primeira vez que eles tentavam levar as rosas sagradas da montanha. Voou de volta para o palácio, ouviu a humana gemer de dor, usando seu poder pediu a ajuda de um velho conhecido para lhe ajudar, não deixaria a humana morrer, algo fazia querer cuidar da fêmea.

Ao voltar para o seu palácio caminhou com ela até a sua cama, colocando por ali, com cuidado, esperando Chopper aparecer para cuidar da criatura feminina, já que as divindades do mundo, eram proibidas de usar seu poder com os humanos, isso incluía usar o poder de cura. Somente sua alma predestinada, poderia receber uma dádiva sagrada, olhou novamente, sentido que deveria cuidar da mesma.

Seu coração desejava proteger a mulher. 





Palacio das rosas - Imagine Roronoa ZoroOnde histórias criam vida. Descubra agora