De volta, Brasil!

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- Tá vó, eu vou tomar cuidado! E juízo também... Um litro de juízo...
- Então tá. Fique atenta a sua bolsa, olha os mala. - VOU SER ASSALTADA? TÁ PRÉ - VENDO MESMO?!
- Tá vó...

Finalmente entrei no avião.

Eu (Livia) nunca fui do tipo de conversar com o meu cérebro, só que morar com uma avó dos horrores, em uma casa de favela no CANADÁ! É tudo de horrível... Você acaba enlouquecendo e cria "Um-amigo-cerebral"...

Amigos? Hahaha Nunca tive... Depois que minha mãe (em seu alto índice de pobreza) me mandou pra cá ela nunca mais ligou. Certamente eu cresci com traumas e não criei nem um tipo de * Amigo de verdade forever *.

Nunca namorei... Sei nem o que é isso. Tudo culpa dos meus cabelos loiros e cacheados que nem uma garota tem, e todos os garotos odeiam...

Tenho 17 anos. Sou, infelizmente, loira... Tenho seios (pois algumas loiras de 17 anos não tem, e já que eu não quero causar mal imprenção de mim...Er... Entenda)
Magricela, brancona, com a boca rosada (a única coisa que gosto em mim).

Viver é realmente um dom. Quando não se tem pais retardos, avó esterica e uma horrível casa, no meio da favela do Rio de Janeiro (assim como é a minha vida no Brasil... Querido Brasil! Onde matamos, roubamos e fazemos o capeta, e nem preso somos).

Rio de Janeiro - Morro da Piriquita. Moro lá.
(Um dia vocês iam descobrir).

*
*

Um belo vôo. Durmi até demais. Foi ótimo. Mas, como sempre, eu acabo acordando ao ouvir alguém mastigar pavorosamente um chiclete.
- Vem cá cara, dá pra mastigar isso direito?! - Falei com a mão na cintura, só que bem seria.
- Ah... Dá. - Um NERD horrível, com aparelho na boca, cabelo LOIRO liso e magro, magro como uma vasoura recém comprada.

Estava demorando para o show dos horrores começar comigo!

Batam palmas!

15:43
Enfim... O fim.
O avião tinha chegado no Brasil.
ALELUIA!

Lá estava a minha mãe. Bem arrumada! COM OS CABELOS RUIVOS?! MEU DEUS!
- Ooooiii! Quanta saudade de você! Como foi o vôo amor?! - Perguntou ela me abraçando.
- Vo- você tá ruiva? - Gaguejei.
- Ruiva não filha. Arrumada!
- Que horror... Ficou péssimo.
- Que inveja toda é essa Livia? FICOU COM INVEJA DE MIM?!
- Nunca nessa vida. Só me assustei... Mas como você dizia * Eu adoro mudar de assunto*, vem cá. O que deu em você mãe?
- Como assim fofa?
- Depois que eu fui para o Canadá você não me deu um pingo de atenção. Não me ligou nem nada. Tipo:
"Oi. Meu nome é Jurema e eu esqueci que tenho uma filha! O interessante é que eu esqueci, mas tô contando pra vocês :D".
- Só foi 3 anos... Deixe de drama.
- Drama? DRAMA?! Você não sabe o quanto eu sofri com aquela "avó" patricinha dos horrores, que se veste igual uma prostituta. Ela me deixou passar fome! Isso é uma avó? Se fosse possível, Dona Jurema, eu MATAVA ela!
- Filha, a vida é assim... Eu também sofri com sua avó, mas aprendi a gostar dela.
- Sabe mãe... Eu poderia estar mais chateada com você. Só que eu não sou vingativa.
- Eu sei meu amor! Você aprendeu com a mamãe...
- Não. Eu aprendi com o Chaves. "A vingança nunca é plena, machuca a alma e envenena".
- Você nunca foi de mostrar seu lado hilário, mas eu sei o quanto você é ridícula!
- Hahaha... Agora vamos pra casa?
- Vamos, óbvio!

Sem - Vergonha.Onde histórias criam vida. Descubra agora