Aqueles Olhos.

01. sea.

8 de outubro de 2021

Vocês já sentaram na areia, começaram a observar o mar e cada detalhe dele?
Bom, eu estou fazendo isso agora. Não hà ninguém aqui além de mim, e podemos considerar isso maravilhoso, pois, não hà nenhum tipo de barulho além das ondas. Todos os dias depois do trabalho gosto de vim aqui, olhar o por do sol e apenas observar o mar.

Olho para os lados e vejo uma garota, seu cabelo liso e preto, ela entra no mar desaparecendo entre as ondas, feito uma sereia, fico a observar-la. Ela sobe até a margem, não paro de observar-la, vejo seu rosto, ela é linda! Seus olhos castanhos escuros me encararam, consigo ver perfeitamente de longe. Tenho receio de ir até ela, mesmo que tudo dentro de mim, grite para ir falar com ela. Desvio o olhar e apenas volto a apreciar aquele fim de tarde e as ondas.

[...]

26 de agosto de 2022

Eu havia acabado de sair do meu banho quando ouço meu celular vibrar, o encaro por um tempo e logo o pego, vejo que era a Maggie, sim, a famosa Maggie Lombardi me ligando em plena 00h30m, atendo rapidamente e ela já começa a soltar as palavras desesperadamente, não entendo nada.
— Ei, calma!!! fala devagar. — ela respira fundo e diz. —  Você já está pronta? Estou indo lhe buscar, já estamos atrasadas, o pessoal já esta lá. Aliás, tenho uma fofoca, e essa fofoca é a fofoca! advinha só, a santinha da aurora começou a bater as asinhas, Martins postou no cf onde estava com alguns amigos, e adivinha! A aurora no fundo da foto beijando o Arthur Dios.
Quando ouço ela falar me sinto entorpecida, estava paralisada em frente ao espelho, tudo que eu menos queria estava acontecendo, e eu não fazia a mínima ideia de como lidar com aquela situação, faz meses que tudo acabou e eu ainda estou na mesma, não importa o que eu faça, Aurora Campbell sempre, sempre, sempre vai estar em minha cabeça. ver ela com outro, é uma sensação horrível e ao mesmo tempo boa, horrível por saber que não sou eu, e boa por saber que ele é horrível e nunca chegará aos meus pés, mas... até então ela deve está feliz, acho que nesse momento é isso que importa.
Saio do meu estase quando ouço Maggie berrar ao telefone.
— BARBARA BELLUCI!!!!!!
— OIIIII, me desculpa, acabei me distraindo aqui, mas já estou prestando atenção novamente, enfim, uma fofoca que pequepe, viu?! será que a mãe dela está ciente? haha
— Eu não faço a mínima ideia, mas tenho certeza que ela iria odiar saber que a filhinha está andando com um mal falado com o Arthur Dios, já me disseram que ele tem doenças, fuma maconha, já estuprou uma menina e os krl a 4.
— Concordo, me contaram essas coisas também, acho que a mãe dela iria ficar muito puta... — digo com um tom que Maggie morria de medo, ela sabia que eu estava prestes a fazer besteira.
— Bárbara Belluci... eu não te contei nada! nem invente de falar ou fazer algo com isso. eu acabo com você, sua rapariga!!
— Calma, não vou fazer nada...
— Assim espero.
— Ainda! — ela começa a falar um monte e eu desligo o celular rindo.

[...]

— Você vai querer o que hoje?
— Um redbull, acho que hoje não vou beber tanto.
— Aham sei, já já você tá caída ai — Maggie da risada da minha cara e eu reviro os olhos rindo também. Maggie me entrega o redbull e eu fico no meu canto observando o pessoal. Olho para o lado e vejo uma garota dos cabelos pretos, entro em estase, era ela, era a garota que eu vi na praia aquele dia, ela estava mais bonita do que antes, me perco a observando que nem havia percebido que Maggie estava me chamando.
— Bárbara!! Que ódio.
— Oii, me desculpa! Acabei me destraindo.
— Jura? Nem havia percebido. Mas, iae, o que você vai querer? O pessoal escolheu japa.
— Hmm, pode ser. Eu vou ao banheiro, já volto.
Me levanto e saio, eu não ia ao banheiro, eu estava prestes a falar com a garota da praia, eu já estava próxima a mesa onde ela se encontrava, mas novamente entrei em desespero, não consegui, não cheguei nela e segui em frente, indo ao banheiro. Me olhei no espelho e lavei as mãos, eu estava suando, não sabia o que fazer muitas coisas estavam passando pela minha mente, era tudo muito complicado, mesmo querendo seguir em frente com outra pessoa, ou pelo menos conhecer outra pessoa, Campbell estava lá, estava em meus pensamentos. Eu estava me sentindo entorpecida novamente, senti o choro vim e minha visão ficar turva, entrei em uma dás cabines e comecei a chorar, liberei tudo que eu estava sentindo, chorei igual um bebê sentada na privada de um dos restaurantes mais caros de São Paulo. Após um tempo, consegui me acalmar, por sorte estava com maquiagem a prova d'água, saio da cabine e me olho no espelho, limpo meu rosto suavemente com um lencinho, retoco a maquiagem e saio do banheiro indo para a mesa onde meus amigos estavam, quando passo novamente pela mesa da menina da praia, olho para ela e nossos olhares se cruzam em uma só vez, me arrepio por inteira.