Capítulo 3

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Pov Júlia

Finalmente as férias acabaram, não aguentava mais ficar dentro de casa sem fazer nada. A melhor parte de está de férias é que eu podia aproveitar o dia todo de folga da minha mãe, fora isso a monotonia dos dias me consumia. Não sei porquê, mas essa foi a férias mais entediante que tive. As poucas vezes que saí com meus amigos me ajudou um pouco a relaxar, fora isso, eu relaxava quando tocava violão ou ouvia a minha banda favorita: nirvana.
Acordei mais cedo que o normal, levantei e fui ao banheiro tomar banho e escovar os dentes. Fiquei me olhando no espelho; meu cabelo precisava de um retoque e eu, definitivamente, precisava de um sol!
Desci e preparei o café da manhã para que quando mamãe acordasse não tivesse tanto trabalho.

ー Bom dia, mamãe, tudo bem? ー cumprimentei minha mãe assim que ela apareceu na cozinha.

ー Bom dia, filha! Estou bem e você? Preparada para o último semestre de aula?

ー Tô animada! ー confessei sorridente. ー Tô ansiosa pra terminar logo o ensino médio, não vejo a hora de nunca mais estudar.

ー Você tá cada dia mais engraçada, né, Júlia? ー minha mãe falou sorrindo forçadamente. ela odiava quando eu dizia que não ia mais estudar. obviamente, era mentira!

ー É brincadeira, mãe. Qual é! ー respondi rindo.

Depois de mais alguns minutos perturbando minha mãe, pedi para ela me levar a escola. Era perto, mas eu não estava afim de ir andando.
E como sempre, volta às aulas é sempre uma algazarra. O 3° ano estava uma verdadeira bagunça! Era nosso último semestre de aulas e depois disso, talvez, nunca mais veríamos uns aos outros, exceto aqueles que se tornaram amigos de verdade, tipo eu, Emma e Josh.
Eu estava me sentindo muito nostálgica. Muito emotiva. Ver toda aquela gente me fez lembrar de todas as coisas que fizemos juntos. Eu, Emma e Josh desde pequenos sempre fomos muito unidos, havia algumas implicâncias, mas sempre achávamos um jeito de nos dar bem. Somos bem diferentes um do outro: Josh é muito na dele, conversa pouco, é mais solto com a gente, mas com outras pessoas ele é bem tímido. Sempre foi assim. Emma já é bem extrovertida, inimiga da timidez, o que irrita bastante o Josh, isso é até engraçado. E eu sou um pouco de cada, meu jeito depende muito de quem está perto.
Depois de me tocar que eu estava plantada na entrada da escola tal qual uma pateta, me encaminhei em direção à minha sala. Emma estava sentada na mesa, Sabrina estava na cadeira e Josh estava vendo algo muito interessante no celular que nem sequer levantou a cabeça para me olhar, ao contrário de Emma que assim que me viu veio correndo na minha direção, gritando e pulando. Isso me deixou ainda mais emotiva!

Pov Izabel

Segui meus dias trabalhando. A empresa estava indo muito bem e as parcerias internacionais que fizemos estavam cada vez melhores e isso me deixava muito feliz! Estimo o crescimento da empresa, visto que este é o império do meu pai, fruto do trabalho dele e de seu pai e sua mãe, meu avô Ângelo e minha avó Rosália. Nascemos numa boa família, com dinheiro o suficiente para nos manter e meu pai fez bom uso desse dinheiro para ampliar os negócios da família e ajudar a comunidade que ele participava. Sempre o admirei por ser um homem humilde, honesto e conhecedor dos privilégios que possuía.
Meu pai faleceu quando eu tinha 23 anos, estava no auge da juventude, querendo conhecer o mundo, me apaixonando por tudo que via de novo pela frente e então a responsabilidade de cuidar de uma empresa caiu de paraquedas no meu colo e eu tive que me adaptar a minha realidade e desistir de alguns sonhos para dar continuidade ao sonho do meu pai.
Minha mãe ficou extremamente abalada com a morte do meu pai, decidiu que era melhor viver longe da cidade grande e se mudou para o interior de uma cidade bem pequena, onde todo mundo conhecia todo mundo e todos se ajudavam. Minha mãe adorou! De tempos em tempos eu a visito, gosto do lugar que ela escolheu para viver a sua vida. É um lugar tranquilo e cheio de amor.

Olhei meu celular, era exatamente 11h49. Hora do almoço! Fui ao shopping, precisava comprar uns ternos novos para mim e comprar um presente para o meu marido, para felicita-lo por ter sido contratado para trabalhar como professor de Educação Física.
Saí no carro e fui direto para o shopping, fiz minhas compras e segui para a praça de alimentação. Almoçaria ali, era mais rápido e prático do que ir em casa.

Pov Júlia

Estava distraída sentada conversando com meus amigos. Havíamos decidido ir ao shopping que tinha perto da escola para almoçarmos. De repente, olho para o lado e... meu deus, não pode ser, é ela, Izabel! Tão linda e elegante. Estava vestida em uma saia lápis, um salto preto e um blazer cinza. Que mulher!
Ela olhou em minha direção, pareceu não me conhecer, mas depois olhou novamente e acenou. Chamou-me para sentar com ela. Na mesma hora eu paralisei. Perdi os movimentos da perna e quase desmaiei. (Brincadeira, nem foi tudo isso). Hesitei em ir, mas criei coragem e fui.
Sentei de frente para ela e a cumprimentei.

ー Oi, Izabel, tudo bem? ー eu deveria ter avisado antes que meu papo é de uma idosa de 80 anos. Eu realmente não sei conversar com desconhecidos. Deus me ajude!

ー Oi, distraída! ー ela riu. ー Estou muito bem e você? Está passeando com os amigos?

ー Distraída? Ah, qual é! ー respondi rindo ー A nossa escola é perto daqui, então decidimos vir almoçar. E que bom que está bem, na verdade, você parece ótima!

Izabel sorriu e agradeceu. Desviou os olhos para os meus amigos.

ー Achei que não fosse mais ver você, Júlia. ー Izabel falou olhando para mim e depois para o celular.

ー Pensei o mesmo, mas cá estamos! ー respondi dando um leve sorriso.

ー Seus amigos estão bem animados. ー Izabel falou depois de uns segundos em silêncio.

Olhei para os meus queridos amigos e percebi a algazarra que estavam fazendo. Às vezes dava vergonha. Josh, coitado do meu amigo, sofria na mão desse pessoal. Virei o rosto de tanta vergonha, sentia a minha face vermelha.

ー Eu vou fingir que não conheço eles. Você pode fazer o mesmo. ー sugeri baixinho e Izabel riu do meu comentário.

ー Que isso, Júlia, eles até que são engraçados. Aquele loiro de camisa preta é o mais animado de todos. ー Izabel comentou, ironicamente.

ー Ah, claro! A animação do Josh é contagiante. Dá vontade de sair pulando cambalhota com ele. ー nós rimos.

ー A conversa está boa, mas eu preciso voltar para o trabalho, Júlia. ー Izabel levantou-se, pegou a bolsa e eu me levantei também.

ー E eu preciso voltar pra aquela mesa antes que aquela bagunça fique maior. Foi muito legal te ver aqui, Izabel!

ー Então você é a pacificadora? ー Izabel perguntou arqueando a sobrancelha.

Quando eu ia responder, alguém respondeu primeiro.

ー Não se engane com essa cara de anjo e esses olhos angelicais, pois ela consegue ser mais bagunceira do que todos nós.

Semicerrei os olhos para a Emma. Sempre intrometida essa loira abusada.

ー Izabel, essa é minha melhor amiga, Emma. E Emma, essa é a Izabel.

ー Eu sei! É a mulher bonita que tu esbarrou naquele dia na praça. Moça, perdoa minha amiga, ela é distraída demais!

ー Viu? Distraída! ー Izabel falou rindo e eu ri também. Só Emma que ficou olhando para nós com cara de otária. ー Agora preciso ir, meninas, foi um prazer conhecer você Emma. Te vejo por aí, Júlia.

Eu não sabia se abraçava ou apertava a mão dela, mas rapidamente Izabel tirou minhas dúvidas, pois ela quem tomou a iniciativa de me abraçar e ainda beijou minha bochecha.
Saiu andando apressadamente, com aquele salto finíssimo e um rebolado de matar qualquer um!

ー Limpa a baba aí, otária! ー Emma falou batendo no meu queixo e correu para a nossa mesa e eu fiquei ali olhando para Izabel.

Ela é o meu amor verdadeiro Onde histórias criam vida. Descubra agora