9. sozinha

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Maya's pov:

Gangneung, 08:00 am.

Acordei e senti que Mujin acariciava meu rosto. Tudo ainda parecia um sonho. Queria que os dias sempre começassem assim.

- Bom dia, meu amor! - Ele disse, dando um sorriso logo depois.
- Bom dia, meu bem! - Eu respondi e sorri.

Nos levantamos e fomos juntos para a cozinha. Fizemos um belo café e nos sentamos na varanda. Conversávamos sobre assuntos aleatórios quando ouvimos seu celular tocando. Mujin me pediu licença e foi atendê-lo. Não consegui ouvir o que conversou, mas pela sua expressão, algo sério estava acontecendo.

- Amor, infelizmente, vamos ter que voltar para Seul. - Ele disse, com um olhar decepcionado.
- Eu entendo. Aconteceu alguma coisa?
- Era Taeju no telefone. São problemas na academia. - Mujin disse e passou a mão na cabeça, parecia muito preocupado.
- Está tudo bem, meu amor, vou arrumar as coisas. Fica tranquilo. - Eu disse e dei um beijo em sua bochecha. Mujin agradeceu e arrumamos tudo rapidamente.

[...]

O trajeto de volta para Seul parecia mais distante. O clima era bem diferente do de alguns dias atrás. Mujin tentava disfarçar, mas eu sabia que as coisas estavam complicadas demais no cartel. E ao pensar em problemas, minha mudança para a Espanha estava mais próxima do que parecia, e eu não havia sequer tocado no assunto com Mujin. Como o faria? Depois de tudo que aconteceu nesse fim de semana, seria mais difícil ainda o contar que estou indo para outro continente em poucos dias. Deixei uma lágrima cair de meu olho, abri minha carteira e, cuidadosamente, peguei um lenço, sem que Mujin notasse.

Estávamos chegando na capital, quando Taeju ligou. Mujin parou o carro em um posto e o atendeu. A conversa não foi longa, mas serviu para que Mujin ficasse ainda mais nervoso.

- Acredita que hackearam o nosso sistema? - Ele me disse e voltou seu olhar para mim.
- E vocês têm ideia de quem pode ter feito isso?
- Com certeza foi o novo cartel, desconfio que um velho conhecido é o chefe e sei que ele não irá descansar até acabar comigo e Dongcheon Pa. - Em sua voz não havia medo, mas, da minha parte, estava temendo por ele. Sem perceber, levei minha mão à seu rosto e acariciei.

- Toma cuidado, meu amor. Por favor. - Eu disse, e por um momento senti que Mujin relaxou. Ele deixou o celular e colocou sua mão sobre a minha.

- Eu tomarei meu amor. Agora tenho um motivo para ser cuidadoso. Maya, quero que saiba de uma coisa. Eu te amo. Tenha certeza disso. - Ele me disse, com as duas mãos em meu rosto.
- Eu também te amo. - Eu disse e nos beijamos.

Voltamos para a rodovia e me lembrei do que ele havia dito após a conversa com Taeju.

- Você disse que foram hackeados? - Eu perguntei.
- Sim, por quê?
- Eu posso ajudar. Era minha especialidade na Inteligência.
- Pode? Seria perfeito.

[...]

Seul, 10:00 am.

Entramos no hotel e todos pareciam preocupados. Minha presença ao lado de Mujin os causava um notório espanto. Eu apenas os cumprimentei e segui para a cobertura. Ao entrarmos na sala, encontramos Hyejin sentada mexendo em um notebook.

- Maya! Que saudade! - Ela disse ao me ver e veio até mim, me abraçando.
- Também estava com saudades, Hyejin!
- Como vão as coisas? - Mujin a perguntou.
- Mal. Estou tentando, mas parece que eles são bons.
- Não tem problema, eu trouxe alguém que vai nos ajudar. - Mujin disse e colocou suas mãos em meus ombros.
- Maya? Você é boa nisso? - Hyejin perguntou, curiosa.
- Bem, é uma longa história. Digamos que eu trabalhava com isso na Inteligência Japonesa. - Eu disse e Hyejin arregalou os olhos.
- Espera, você trabalhava aonde?
- Vou te explicar tudo daqui a pouco. Esse é o notebook?
- É sim, e me conta essa história direto. - Hyejin disse, me entregando o notebook.

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