7. lembranças

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Central da Inteligência Japonesa, Tokyo, 2021.

O chefe de setor chegou, batendo a porta e assustando todos os presentes na sala.

- Quero a atenção de todos! Ozawa foi visto em um bairro do subúrbio. Vão atrás dele agora!

Os agentes se olharam por um tempo e acataram a ordem. Saíram com pressa, Ozawa era o traficante mais procurado do país, seu jeito cruel era sua marca, conseguia arrancar o medo até dos agentes mais experientes.

- Agente Hirai, passe a localização exata dele para os agentes de campo.

A jovem assentiu com a cabeça e foi deixada sozinha na sala. Por sorte, não precisava enfrentar os problemas em campo.

Após algumas horas, o telefone tocou. Era o chefe. Ele pedia que Hirai pegasse coletes e armas, para poder participar de sua primeira missão em campo. Ela não soube como reagir. Sua equipe havia perdido alguns membros no confronto contra Ozawa e ela precisava ir ajudá-los. Com medo, ela fez como ele havia ordenado e se encaminhou para o local. Mal sabia ela que estava prestes a viver um trauma que mudaria sua vida.

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Seul, 2022.

Maya's pov:

Não conseguia me acalmar. Os traumas já deixados para trás voltavam para minha mente. Luna colocou as mãos em minhas costas e me ajudou a sentar no sofá, trazendo um copo de água para mim. Toda a sensação de "nova vida" na Coréia havia desaparecido de repente. Deixei o Japão em busca de fugir de tudo de ruim que passei lá, e agora isso viria até mim.

- Maya, se acalma. Você está segura aqui. - Luna disse, me abraçando.
- Eu espero que sim. - Eu disse, olhando em volta.
- Não sei se é o momento, mas você nunca me contou o que aconteceu no dia em que você o encontrou. - Ela me perguntou, e eu acredito que estava mesmo na hora de contar para alguém.
- Naquele dia, perdemos alguns agentes durante a tentativa de prender Ozawa e o chefe pediu para que eu fosse para o campo. Até então, só havia trabalhado com a parte de informática. Quando cheguei no galpão, tudo estava quieto. Entrei e acreditei estar sozinha, olhei em volta e haviam balas e sangue no chão, mas ninguém estava ali. Ouvi uma risada e me deparei com Ozawa. Sua feição me assustava. Ele tinha uma arma na sua mão e a apontou para mim. Fiquei paralisada. Ele se aproximou, colocando o revólver em minha cabeça, enquanto falava coisas nojentas sobre mim. - Eu fiz uma pausa, vendo o momento voltando em minha frente.

- Em um momento de desatenção dele, consegui jogar sua arma para longe e o derrubei. Começamos a rolar pelo chão, lutando. De repente, Ozawa pegou uma faca em seu bolso e a enfiou em minha coxa, fazendo um grande e profundo corte. - Parei e fechei meus olhos, foi a maior dor que senti na vida.

- Amiga, eu... não fazia ideia. Não precisava me contar. - Luna disse.
- Eu precisava contar isso para alguém, Luna. Mesmo com a dor insuportável, consegui forças para arrancar a faca da minha coxa e a enfiei na perna dele. Enquanto ele gritava, consegui algemá-lo. Meus amigos chegaram e me ajudaram a ficar de . Eles pegaram Ozawa, que me olhava com uma expressão de raiva. "Agente Hirai, você vai se arrepender muito por esse dia. Vou sair da prisão em breve, e irei atrás de você." Ele me disse, dando um sorriso aterrorizante depois. É a última coisa de que me lembro. Perdi muito sangue e desmaiei, logo depois.

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