Capítulo 1-Memórias

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Ao acordar, percebo estar sentada em um banco, em um parque de diversões; ouço barulho de brinquedos e pessoas rindo; logo, penso tratar se de um sonho, ao andar um pouco, percebo a pulseira de berloques em meu braço, ela tem as iniciais "E+M"; parece ser tão real; penso.
Procuro meu celular para ver que horas são; o aparelho marca as exatas cinco e meia da tarde; estou usando um vestido preto curto, tendo meus ombros a mostra, com mangas largas; também com rendas por todo o vestido; cabelos soltos, sapatilhas vinho com laços e uma pequena bolsa lateral.

–Ei Darling! —Ouço uma voz; alguém caminhando em minha direção.

Um lindo rapaz de cabelos ondulados, se aproxima de mim.
Meu deus, é ele; Ethan.

Paralisada, o admiro por um tempo; seus olhos num tom de azul acinzentados, brilhantes pelas luzes do parque; ele está usando jaqueta preta, com uma corrente prata no pescoço, tendo a mesma pulseira de berloques.

–Parece mais fácil pegá-los nos vídeos da internet — Ele me entrega uma pelúcia; um fofo coelho branco com um grande laço azul; meu animal favorito; penso.

–Já te disse como você fica linda, com qualquer coisa que tenha rendas?

Eu a observo, é a mesma pelúcia que ele me dera quando fomos a este mesmo parque pela primeira vez. Será que este sonho na verdade se trata de uma espécie de memória?

Considerei por fim, memória ou não, iria aproveitar aquele momento.

–Obrigada... Eu amo como suas correntes combinam com nossa pulseira. Por mais brega que ela seja. —Eu disse, tentando parecer distraída com a pelúcia, para não demonstrar minha timidez em meio ao elogio.

Ele se aproximou mais, com um sorriso de tirar o folego; meu coração acelerou. Batidas tão fortes que achei que iria parar de repente, estávamos tão perto um do outro, que eu podia sentir sua respiração. Ele sorriu ao olhar em meus olhos; castanhos, porém, tão esverdeados como árvores na primavera.

Um beijo; tão suave quanto uma brisa. Mais uma vez meu coração palpitante, me deixando vermelha.

–Eu te amo, Darling. — Ele diz; sorrindo, enquanto acaricia minhas bochechas coradas.

–Isso é um sonho? –Pergunto em meio a uma mistura de curiosidade e emoção intensas.

Assim que faço essa pergunta; sinto meus pés formigando, estou caindo; sinto minha respiração falhando; como se estivesse me afogando em um oceano, afundando lentamente; onde não consigo chamar por ajuda, conforme vejo o medo me consumir por inteiro. De repente, escuridão; apareço novamente em meu quarto.

Assustada, com a respiração ofegante, acendo a luz; começo a observar ao redor, na busca de me acalmar; a penteadeira cheia de fotos espalhadas, coladas com pequenos corações adesivos, no espelho.

Minha escrivaninha de metal, também tem algumas fotos, todas em cima de meu computador de trabalho; O que será que foi aquilo?
Me encontro procurando novamente meu aparelho celular e percebo, o fato de o tempo não ter passado.

De manhã, vestida de forma simples, mas levemente formal; um vestido rosa, curto com mangas e em meus cabelos loiros escuros, uma trança; vou até minha cozinha; feita em estilo moderno, tendo uma ilha com cadeiras vermelhas; faço um café da manhã rápido, servido de tapioca com cream cheese e um suco de laranja natural.

Desço o elevador de meu apartamento; sigo em direção ao trabalho. São sete horas da manhã; não dormi desde aquele sonho estranho.

O relógio marca sete e quinze, quando chego ao escritório de arquitetura; cumprimento meus colegas de trabalho, sempre mantenho me gentil, apesar de não simpatizar muito com algumas pessoas. A seguir, avanço em direção de minha única amiga sincera nesse local:

Assim Como as Estrelas BrilhamOnde histórias criam vida. Descubra agora