97. Hogsmeade

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Assim que Arya chegou perto de Amycus, Alecto conjurou correntes de ferro que suspenderam a garota pelos pulsos. Ela não entendeu muito o objetivo daquilo, mas não conseguiu pensar em nada, pois no segundo seguinte, foi atingida pela Maldição Cruciatus.

Arya se recordou de uma conversa que teve com Harry na qual Potter revelou uma breve conversa que teve com Bellatrix Lestrange no dia da Batalha do Departamento de Mistérios. Era algo sobre o efeito da Cruciatus estar diretamente ligado à vontade na execução. Quanto mais empenhado o bruxo estivesse, mais doloroso seria para a vítima.

E ela percebeu que a ódio que os Carrow sentiam por ela era bem maior que o de Rabastan e Rodolphus, já que aquele Crucio foi muito pior. A dor foi alucinante a ponto de Arya desmaiar e ser acordada com chutes e pontapés. Ela mal conseguia se manter em pé.

—Volte amanhã no mesmo horário. —Alecto ordenou e deu mais um chute em Arya, que se arrastou até a própria varinha e caminhou com dificuldade até a Grifinória que, para alívio dela, estava deserta.

Ela subiu até seu quarto e arrancou a própria roupa, encarando as manchas vermelhas que obviamente virariam hematomas bem roxos. Ela entrou no banho com a esperança de a dor passar, mas foi frustrada. Parte dela agradecia mentalmente por Gina não estar ali.

Nunca, em toda sua vida, ela se sentiu tão sozinha como naquele momento. Não havia nenhuma maneira de pedir ajuda sem praticamente condenar seus amigos a um castigo cruel. Ela não tinha a quem recorrer sem ameaçar outras pessoas.

Ela não poderia prejudicar várias pessoas apenas porque sentiu dor com a Maldição Cruciatus.

Arya se encolheu e finalmente se permitiu soltar o choro que segurou durante todo o tempo que esteve sob o domínio dos Carrow. Ela não daria a eles esse privilégio de vê-la ainda mais vulnerável que ela estava. E foi o que ela fez: chorou até adormecer.

No dia seguinte, ela se arrumou, colocou um sorriso no rosto para passar a imagem de que estava tudo bem, assistiu às aulas, arrumou a biblioteca e, por fim, se encontrou com os Carrow para mais uma sessão de Crucio e chutes.

E foi assim no dia seguinte... e no dia seguinte... e no dia seguinte e em todos os outros que se sucederam.

A primeira semana foi a pior e Arya se sentia cada vez mais próxima do limite, coisa que até os Carrow perceberam a ponto de reduzir a duração da Cruciatus. E obviamente não era porque eles tinham pena da garota, pelo contrário: eles tomavam cuidado para não serem descobertos, então os machucados que eles faziam nela sempre eram cobertos pelas roupas, já que com o frio chegando, Arya naturalmente usaria roupas que não deixassem a pele à mostra.

Até que ela começou a sentir os efeitos. Seus desmaios aconteciam cada vez mais rápido e ela demorava muito mais para acordar, sempre ficando um pouco desorientada.

Já era quinta-feira, décimo segundo dia de punição quando Arya chegou no próprio dormitório lançando todos os feitiços que conhecia para dor e usava durante os treinos de quadribol na esperança daquela dor diminuir o suficiente para ela dormir um pouco e ela conseguir manter a pose pertos dos amigos, os quais estavam perguntando o motivo de ela estar mais calada ultimamente.

—Pirralha? —Arya escutou uma voz a chamar e procurou a origem dela, até encontrar o espelho que Sirius a entregou na King's Cross. —Pads chamando.

—Ei! —Arya respondeu.

—Ei, apareça que eu não vou ficar conversando com o teto. —Sirius respondeu de maneira bem humorada.

—Eu estou terminando de me trocar, um minuto. —Arya respondeu e se encarou em um outro espelho, colocando o seu melhor sorriso no rosto para Sirius não desconfiar e entrou no campo de visão dele. —Oi, Six.

Choices - Draco Malfoy (Livro 02) CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora