MEU CAMISA 9 - RICHARLISON

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Assim que ele fez aquele primeiro gol, meus olhos brilharam. Sabíamos o que significava e eu, com minha bunda supersticiosa, ficava cada vez mais animada ao me lembrar que a última vez que um camisa 9 tinha feito o gol de estreia da seleção, tinha sido a 20 anos atrás, em nossa última vitória. E ali estava, meu camisa 9 puxando a primeira dancinha de comemoração.

As últimas duas semanas tinham sido um caos na preparação da minha visita ao Qatar. Eu tinha chegado de avião literalmente poucas horas antes do primeiro jogo de minha seleção e o fuso deixava meu corpo pesado e cansado. Mas eu não me importava. A cada investida da seleção contra a Sérvia era uma palpitação em meu peito. Aquela formação horrorosa deixava muitos buracos no ataque, nos impedindo de avançar e eu me preocupava pela nossa zaga, mesmo que tivesse plena confiança neles.

Estava prestes a entrar em campo e estapear o Raphinha para que melhorasse as finalizações. Tínhamos perdido muitas oportunidades reais de gol, embora continuássemos seguros.

E então, com um movimento pornográfico, meu namorado fez a rede balançar NOVAMENTE.  Minha garganta ardia, mas eu sequer me importava. Meu copo caiu da minha mão e respingou para todos os lados com uma chuva de líquido gelado, mas o calor da torcida nunca esfriaria. A felicidade estampada no rosto dele era a maior satisfação para mim e para todos os membros da área vip. Tinha sido a execução perfeita do treinamento e eu senti quando ele começou a irradiar orgulho.

Um calor desceu pelo meu estômago, diferenciado quando olhei para ele. A sensação de felicidade me inundando no segundo em que ele lançou um beijo em minha direção, sabendo exatamente onde eu estava. Seus olhos pequenininhos com o sorriso gigante estampado em seu rosto.

Minha risada tinha um som de deleite inconfundível. Eu tinha certeza de que até ele tinha se surpreendido com o que tinha feito.

Quando o juiz apitou e a partida acabou, eu esperava ansiosamente na frente do vestiário determinada a fazer um filho chamado Richard-Alisson com aquele homem, naquela noite. Depois de toda a gritaria, ele veio em minha direção com um sorriso tímido, empurrado pelo capitão do time, meu irmão mais velho, Thiago Silva.

 —Seu namorado destruiu hoje. — O mais velho deu dois tapas fortes, mas absurdamente carinhosos no mais novo, que parecia subitamente tímido com a minha presença.

Mesmo de cabeça baixa, ele ergueu os olhos em minha direção, para ver qual seria a reação a fala cheia de elogios do Thiago. Seus olhos brilhavam com expectativa, como um gatinho a procura de mimos ou um pássaro (mais propriamente um pombo) a procura de carinho.

 — Foi excepcional como sempre. — Digo, entregando os dois gatorade's que o staff tinha jogado em minhas mãos assim que apareci. 

Richarlison riu, ficando vermelho enquanto Thi o empurrava em minha direção. A falação era ensurdecedora. Eu conseguia ouvir a risada de Paquetá e Jesus ao longe, conversando sobre como as expectativas pro hexa agora eram impossíveis de segurar. Mas eu só tinha olhos para o garoto a minha frente.

 — Oi. — Ele disse, quando seu peito bateu contra mim. Nossa diferença de altura era pouco significativa, levando em consideração seus 1,84 e meus 1,78. 

 —Oi amor. — Me derreti contra ele, quando seus braços passaram ao redor da minha cintura.

Ele escaneou meu rosto, de um jeito significativo, prendendo minha atenção. Seu corpo aquecido pelo jogo eram as únicas coisas que captavam as minhas sensações. Algo em meu rosto deve ter mudado, porque automaticamente senti seu aperto se intensificar. Beijou minha testa, sorrindo um pouco. Enganchei meus dedos em sua camisa, planejando levá-lo para qualquer lugar comigo.

—Para de me olhar assim, bandida. — Ele sussurra contra minha pele.

Dou um sorriso cafajeste, do jeito que sei que ele gosta.

— Assim como? — Questiono, piscando inocentemente.

— Com esse olhar. Essa cara.

 —Estou pensando. — Digo, alisando sua camisa para tirar os vestígios de gramado que insistiam em grudar.

 — Em que? — Faz pouco caso, passando as mãos calejadas em meus braços.

 — No quanto de mulher você pegaria agora, se fosse solteiro.

Ele ri com gosto, surpreso e feliz. O observo com deleite puro, felicidade e um sentimento borbulhante em minha boca do estômago. droga, eu era tão feliz com esse idiota. Puxo seu rosto para o meu, parando a centímetros de sua boca, acariciando seu nariz com o meu.

— Estou mentalmente fazendo os cálculos. 

— Do quê? — Ele se interessa levemente, os olhos quase fechados com minha proximidade.

— Qual seria a nossa punição se fossemos pegos transando em algum lugar do vestiário. — Rio pra ele.

—   Garota, tá maluca chefe? — Ele ri, se afundando em meus braços. — Se comporta sua doida. — Ri mais, tão anestesiado. 

 — Não tem problema. Consigo esperar até chegarmos no hotel. — Rio também adorando ver sua felicidade.

EU TO MORRENDO DE CIÚMES DE MEU HOMEM, RICHARLISON, O POVO AGORA DECIDIU SER FÃ DELE NÃO QUERO

(Não consigo parar de cantar EU VOU LARGAR MINHA CASA E VOU MORAR NO CABARÉ)

IMAGINE SELEÇÃO BRASILEIRA - VOLUME HEXAOnde histórias criam vida. Descubra agora