PINGOS DE AMOR E MAGIA

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Ouçam a música ❤️

O carioca Arthur gostava do que era místico

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O carioca Arthur gostava do que era místico. Era bruxo, mas mantinha isso em segredo, compartilhando apenas com amigos próximos devido ao preconceito que ainda existia. Naquele dia, ele estava indo para o coven que frequentava há algum tempo, sem imaginar que sua vida mudaria ao cruzar com alguém especial.

Ao sair apressado do carro, uma mulher esbarrou nele.

— Desculpa — disseram ao mesmo tempo.

— Eu me chamo Arthur.

— Prazer, eu sou Angéle — respondeu, corando. Um leve estremecimento percorreu seu corpo ao toque inesperado.

— O prazer é todo meu — disse ele, mantendo o olhar.

—Eu sinto sua energia de bruxo — comentou ela, relutante em se afastar.

— Sim, sou adepto à bruxaria — respondeu com tranquilidade.

— Como sabe? — perguntou ele.
— Também sou bruxa. Consigo sentir a energia de outro bruxo, é inconfundível.

— Talvez por isso eu também sinta algo diferente em você.

De repente, o vento trouxe uma chuva fina, que logo se intensificou. Os dois continuaram se olhando, completamente encharcados.

— Vamos! — disse ele, segurando a mão dela e puxando-a em direção a um pé de ipê florido. Sob as flores rosadas espalhadas pelo chão, os dois riram, molhados, mas alheios ao desconforto.

 Sob as flores rosadas espalhadas pelo chão, os dois riram, molhados, mas alheios ao desconforto

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A conexão era palpável. Ela, romântica, desejava um amor como o de seus pais, que se conheceram de forma igualmente inesperada. Ele, intrigado, sentia-se atraído por algo além da beleza da jovem à sua frente.

— Quer ir ao coven comigo? — perguntou, admirando-a entre as flores que caíam.

— Quero — respondeu com um sorriso tímido.

O tempo passou, e Angéle conquistou a confiança dos membros do coven, sendo escolhida para liderar a cerimônia em homenagem à deusa Nix. À luz da lua cheia que iluminava o rio, Angéle se destacava. A morena, com seus cabelos negros ondulados caindo até a cintura, usava um capuz preto que simbolizava a divindade que cultuava. O vestido justo acentuava sua beleza, e Arthur esforçava-se para desviar os olhos. Percebendo os olhares dele, Angéle também tentou evitá-lo. Respirou fundo e pediu silêncio aos participantes, todos vestidos de preto, para que se concentrassem no ritual.
Um vento frio balançava as copas das árvores para a direita, e o capuz ia na mesma direção.

Sentou no chão, acendeu uma vela roxa, espalhou folhas de louro, encheu uma taça de vinho e colocou próximo à vela. Aproximou a mão da chama e pediu para ela aparecer. Em seguida, levantou e começou a dançar com desejo de contemplá-la.

Delicada, dançava graciosamente enquanto pronunciava em latim uma língua morta que dominava perfeitamente. Os participantes repetiam as palavras ditas por ela:

— Domina Noctis, lumen lunae, tuum velamen nos protege. Dea Nix, custos arcanorum, adesto nobis.

A luz do luar ficou mais intensa e foi na sua direção.

De olhos fechados, levitava, e a luz dançava em volta dela.

Quando abriu os olhos, viu uma imagem linda.

Era Nix, deidade dos segredos noturnos e defensora das bruxas. Ela era poderosa e possuía um capuz que lhe deixava invisível, e assim podia assistir ao universo sem ser notada.

 Ela era poderosa e possuía um capuz que lhe deixava invisível, e assim podia assistir ao universo sem ser notada

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Momentos depois, entraram no rio felizes por terem presenciado a personificação da noite.

O rito acabou, e todos foram embora, menos os dois. Eles estavam no rio, olhavam-se com desejo mútuo, suas bocas estavam próximas, era um convite irresistível, então beijaram-se.

— Nossa! O que acabou de acontecer? — Angéle ruborizou. Era tímida, mas já estava desejando o beijo desde o primeiro dia em que se conheceram.

— Um beijo delicioso — falou beijando-a novamente.

Gotas de chuva molhavam os apaixonados que ainda se beijavam... E o único som nesse momento era o tamborilar dos pingos da chuva no rio que os banhava.

O rio, lua e chuva foram testemunhas desse amor, e quem sabe a nume ainda estava por ali, espiando os apaixonados

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O rio, lua e chuva foram testemunhas desse amor, e quem sabe a nume ainda estava por ali, espiando os apaixonados.


Eles se encontraram em outros rituais, e os encontros amorosos eram intensos. Mas um dia ela foi embora, e sem notícias da bruxinha misteriosa, Arthur seguiu sua vida sem tirá-la do coração.

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Publicado novamente. Rio de Janeiro, 16 de Setembro de 2023. Autora: Ana Paula Urbani.

Está  com uma nova versão em 2025

Angéle. Um conto de amor e magia Onde histórias criam vida. Descubra agora