Prólogo

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Boa leitura!

É fácil afirmar que o ser humano é dependente de sensações e sentimentos. Essas constatações estão presentes em toda a humanidade, e são como um direito pré estabelecido para quaisquer pessoas. Normalmente, essa afirmação sempre leva a humanidade á ruínas.

Sentimentos por muitas vezes ofuscam a forma lógica de agir, celebrando um lado do qual pode vir á tornar algo completo, no entanto, não é assim que eu penso.

Claro que o cérebro nunca está inerte sobre isso, e para a área de psiquianálise, é impossível alguém estar livres de sentimentos ou sensações emocionais. Até mesmo com Psicopatas e Sociopatas os sentimentos estão presentes, podendo servir de motivação, ou infringindo a linha tênue entre o equilíbrio e o rompimento mental.

Pessoas são dependentes disso, submergem nessas camadas, e se perdem nas mesmas. Vivemos observando isso, como um simples tilintar de enfurecimento, pode virar pólvora em meio ao incêndio. Eu mesma pude ver isso na frente de meus olhos.

É frustante, quando finalmente nos permitimos delirar á isso, e como é decepcionante quando nossas expectativas não são atingidas. Sinceramente, odiei ter passado por isso. Não é como se eu me mantivesse distante desse lado emocional, afinal, sempre está aqui. Mas as pessoas parecem não entender que o excrucial para elas, não tem o mínimo de importância para mim.

Uma dessas pessoas, é minha mãe. A infame Morticia Addams, aquela da qual é ilustre para todos, mas não para sua própria sombra. Ao menos é assim que penso.

Lembro-me quando torturei meu primeiro esquilo, com apenas seis anos de idade, consegui renumerar todos os ossos dele em menos de dez minutos. Me senti terrivelmente extasiada.

Gosto do dejà vú que estou sentindo nesse momento, o êxtase em meus ossos, enquanto leio a última mensagem que recebi. Isso vem ocorrendo nos últimos quatro meses, e embora eu goste da sensação de sentir o perigo em minha porta, também tenho de admitir que me sinto um tanto quanto deprimente.

Afinal, tudo o que recebo são fotos de momentos do meu dia, com ameaças e gifs. Eu mesma como uma admiradora da curiosidade e com meu extinto de investigação muito bem aflorado, não encontrei absolutamente nada.

Vivi esses meses em busca de pistas ou ponta soltas que pudessem me levar até a/s pessoa/s envolvidas, mas não fui deslumbrada com nada. Obviamente, que busquei por toda a parte, mas aparentemente, esse ser incosequente é inteligente o suficiente para conseguir cobrir seus passos. Tenho que dizer, fiquei muito interessada com isso.

Não vejo do porquê desta pessoa estar me monitorando, contudo, cheguei a conclusão de que um mistério resolvido nunca está bem enterrado. Como diria meu pai, as vezes temos que dar muitos golpes no crânio antes de jogar terra por cima do corpo.

Recebi notícias de que foram encontrados mais seis corpos de civis nas florestas de Jericho, e não pude deixar de ir atrás. Bem, é por isso que nesse momento estou dentro do carro de minha família, sendo acompanhada por Mãozinha, indo em busca de qualquer que seja o que me aguarda na cidade dos peregrinos.

Gosto da crueldade com que a ansiedade vaga por minhas veias. Sinto um frio tremendo passar por minha espinha, assim que o carro travessa a estrada, e as luzes de ambulâncias e do carro do xerife Donovam iluminam a entrada da cidade, com dois corpos esquartejados e dilacerados banhando um caminho aberto na floresta de sangue.

Nunca me senti tão confortável.



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