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Desde nova já sabia que era diferente de outras garotas, pela forma de pensar e sentir as coisas e sabia também que jamais seria uma mulher que daria orgulho para meus pais ou qualquer outra pessoa. 

O sentimento de impermanência era constante desde cedo, conseguia enxergar o tipo de mulher que eu seria: solitária. Eu nunca me encaixei em um padrão correto, nunca fui também a menina prodígio ou bonita demais para chamar atenção de garotos e comecei a entender minha solidão aos 14 anos, quando eu enxergava minhas irmãs sendo mãe cedo, tendo marido e casa enquanto eu, nem namorado tinha 

meu primeiro relacionamento foi quando eu tinha 21, tenho 22 anos hoje em dia mas sempre comentei com ele sobre o fato de eu ser insegura, porque sempre fui abandonada ou trocada mas isso nunca foi o suficiente para entender por que eu o amo de verdade 

Mas a insegurança é uma maldição que não me deixa na mão, sempre sou hipersexualizada pelo meu corpo, então se tornou difícil acreditar que sou alguém que pode amar ou consegue ser amada, só que pela primeira vez consegui sentir isso mas hoje em dia, acho que foi a última vez que me senti assim 

afinal, é muito fácil me substituir como todos os outros fizeram 

na real? eu nunca fui a garota que valesse a pena dar o braço a torcer e é torturante procurar justificativas na sua aparência, gostos ou personalidade 

é como pensar "o que ela têm que eu não tenho? por que ela e não eu?" 

mas tem uma frase de summer walker que diz "sem o olhar da sociedade sobre mim, você me escolheria primeiro. Mas você é cuidadoso, então, vai com ela" 

os pensamentos incessantes da CrisOnde histórias criam vida. Descubra agora