Conseguia ver Loki Laufeyson andando pelos corredores graciosamente, usava um vestido folgado branco que deixava pouco para a imaginação, os cabelos longos tão pretos como a noite voavam em diversas direções, mas sempre de uma forma perfeita. Pela vestimenta e direção, deduzi estar indo para a praia. Acredite em mim, eu não sou um perseguidor, Loki é alguém que chama atenção e é extremamente difícil de desviar o olhar. Desde que ele veio morar entre os AESIR por conseguir salvar a vida de meu pai, eu me pego totalmente perdido quando percebo sua chegada, sempre me deixo cair em sua aura paqueradora e piscadas espontâneas.
Me aproximo de onde ele está, abaixo de uma tenda reforçada protegendo sua pele branca do sol, ouço-o pedindo para que os guardas e mulheres que o acompanha, tirar um descanso.
— Tem certeza, senhor Loki?
— Absoluta, sei me virar.
Os guardas e damas concordaram, fazendo uma reverencia ao passar por mim e adentrar o palácio.
— Sua coragem é admirável, senhor Loki. Sabe quantas pessoas querem sua cabeça?
— Deus dos trovões, sabe que não demonstrei medo algum nem quando roubei seu precioso martelo. Mas percebo que acabei roubando outras coisas perigosas também. — Me acomodo na cadeira em sua frente, aceitando o vinho oferecido. — Seus olhares estão persistentes demais sobre mim, Odin está começando a perceber e Frigga passou a me levar para passeios nada convencionais em busca de enxovais de casamento, dizendo ser para uma amiga, claro. - Leva a taça a altura dos lábios exibindo um sorriso contido.
— Acho que estou indo bem ao disfarçar...
— Acaba de derramar vinho em suas vestes. — A taça prestes a fazer mais sujeira foi posta no chão. — Eu não te culpo, eu preciso dessa devoção, me deixa com bom humor.
Seus cabelos sendo trançados e presos em um belo coque, tirou o tecido leve, ficando completamente nu em minha frente, a pintura mais bela que já depositei meus olhos.
— Torturante...
— Pode se juntar a mim, eu não mordo. — Seu corpo se afunda no mar, sua pele avermelhando aos poucos pelo sol. Depois de pensar em todos os prós e contras, me juntei ao Deus da trapaça. — Essa água tem um processo curativo incrível... — Segura meus braços arranhados a altura dos olhos, as feridas cicatrizando. — Tome cuidado na próxima caçada, os lobos já os temem.
— Posso ter a honra de beijá-lo, Loki Laufeyson?
— Seu pai não vai gostar nada disso. — Permitiu-me tocar seu corpo ao que trocamos um beijo longo e gratificante.
— Odin está te devendo a própria vida agora, tens o direito a muitas coisas.
— Isso inclui corromper o único filho querido dele?
— Se assim desejares...
Passamos a tarde na praia até virem nos comunicar sobre o jantar. Não estávamos disfarçando tão bem quanto deveríamos, percebia-se pela expressão de insatisfação que Odin carregou por toda a noite. Mas eu não me importava, levá-lo todas as noites até seus aposentos e me perder entre seus lençóis valia mais que qualquer coisa no mundo e nem mesmo Odin acabaria com aquilo.
[...]
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✻ Delírio ✻
General FictionColetânea de textos que não tenho mais onde guardar e não prometo nada prosseguir com isso.