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E é hoje. Um hoje que vai ser mais difícil do que ontem, e mais difícil do que o amanhã. Faz exatamente um ano. Um ano que a minha vida se tornou no meu maior pesadelo.

Deixei-me ficar na cama, a olhar para o teto e a pensar no porquê. Eu tinha tantas perguntas... Mas o porquê era a única que eu tinha obrigação, pelo meu querido coração, de desvendar, mais do que tinha necessidade de respirar.

Nós éramos os melhores amigos de sempre. Nós éramos inseparáveis. E eu só me pergunto como é que ele foi capaz.

"Ash, ew que nojo!"

"Tu já viste o meu bolo alimentar triliões de vezes!"

"Ew." Tapei os olhos, para tentar amainar a necessidade que tinha de vomitar.

"É o nosso último almoço juntos, Ash."

"Que deprimente!"

"Já disse o quanto gosto quando nos tratamos por Ash um ao outro?" Ele gargalhou.

"É. Pensava que era a única a achar isso."

"Mas não és." Levou uma batata frita à boca. "Já disse o quanto te adoro?"

"Não, tu não disseste."

"Disse cinco vezes esta manhã, mas como eu sou o melhor melhor amigo do mundo, vou repetir." Levou outra batata frita à boca e engoliu-a. "Adoro-te tanto. Não podia ter pedido melhor amiga que tu."

"Vá, até foste querido."

"Até foste querido? A sério?! É só isso que tens a dizer depois de dizer-te o que és para mim?!"

"Ashton, tu sabes que eu não vivo sem ti, meu amor."

"Agora é a parte em que dizes que sou o melhor amigo do planeta."

"Ou a parte em que digo que és o rapaz mais convencido que já conheci." Gargalhei.

Ele fez uma cara de ofendido. "Bom, parece que vou apanhar o avião mais cedo."

"Não, por favor..." O meu sorriso desapareceu.

"Eu não vou ser capaz de te deixar."

"Vais ser obrigado a isso..."

"Não vamos chorar, por favor!" Ele levanta-se e abraça-me.

"Eu não quero que vás..."  Murmurei e mais lágrimas caíram sobre as minhas bochechas.