Ele havia corrido pela cidade toda em menos tempo do que imaginava ser capaz. Atravessou a metrópole de uma ponta à outra no meio da chuva somente com o capuz do casaco para se proteger. Passou pelos bairros pobres, ricos e ainda estava sendo perseguido pela polícia.
O motivo da perseguição? Era algo injusto. Apenas havia parado casualmente ao lado de um carro desconhecido e tentado abrir a porta.
Mas em fim. Agora ele estava passando por uma rua vazia a não ser por uma família pequena passeando de baixo de um guarda chuva.
No momento em que atravessou a rua, o garoto apenas sentiu um arrepio e uma dor, não muito forte, somente o bastante para ser notada, do lado esquerdo do corpo.
Foi só um clarão. Repentino, vindo de só Deus sabe onde. Então, sentiu uma paz que nunca havia sentido antes. As gotas de chuva passaram a cair mais lentamente, os pássaros praticamente pararam em pleno vôo. Aquela seria uma paz que nunca mais sentiria.