Capítulo 9 - Princesa do Povo

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Uma vez por ano toda a família real se dispõe a passear sob as ruas de Kingslanding em suas carruagens, mostrando um tipo de solidariedade, mostrando que se importam, mostrando que são governantes dignos, mostrando que se lembram do povo. Bom, isso é o que eles gostam de pensar, os providos de qualquer milímetro de inteligência sabem que os monarcas pouco se importam com o que acontece na cidade, pouco se importam com os plebeus, mas eles gostam de fingir ser bons, por que aos os olhos deles, é mais fácil fingir do que de fato ser.

— Yelena. — A princesa pode ouvir de relance alguém chamado por ela. — Yelena.

— Oi, desculpe, estava longe. — Ela responde para Baela.

— Você podia disfarçar um pouco... quando olha para ele. — Ela sussurra.

— Não estou olhando para ninguém. — Yelena destrava seus olhos de Aemond conversando com Lady Brianna á alguns metros da mesa.

— Minha avó me contou dos boatos entre vocês dois, que vocês teriam... que ele teria te desonrado...

— Não, isso não é verdade. — A princesa trava seus dentes, espetando acidentalmente seu dedo com a agulha que usava para tecer o bordado. — Ai. — Ela solta uma queixa.

— Ei, deixe me ver isso. — Baela rapidamente pega a mão da amiga. — Não foi profundo.

— Tudo bem, esqueça isso, nem está sangrando mais. — Ela rapidamente puxa sua mão de volta, suspirando.

— O que está acontecendo com você? Você parece tão distante ultimamente, quase não conversamos, sinto falta da minha amiga. — Ela caie o olhar.

— Desculpa, sinceramente nem eu sei. — Ela bufa.

— Pois eu acho que você sabe, e tenho certeza que tem haver com uma certa pessoa a nossa frente. — Baela joga o olhar discretamente para Aemond.

Elas apenas se encaram, Yelena não sabia o que dizer.

— Vamos. Conversamos depois, já está quase na hora de você sair. — Baela se levanta, esperando pela amiga.

— Pode ir, só vou terminar esse bordado. — Yelena força um riso, ela assente, saindo.

Yelena não conseguia disfarçar o desgosto para Aemond no seu olhar, ela estava irritada pelo que havia acontecido na noite anterior, irritada com ele e acima de tudo consigo mesma por ainda insistir, apesar de tudo que ele fez, em achar um único resquício de bondade, ou qualquer motivo que a diga que ela não estava errada em ter se entregado a ele.

Ela chorou a noite toda olhando para aquele maldito vidro de chá, se perguntando se ela deveria tomar ou não, ela pensou muito, e muito, e talvez se arrependa da decisão que ela tomou. Mas agora já estava feito.

Yelena se levanta, bufando, indo para fora dali.

— Sobrinha. — A jovem pode ouvir ecoar de longe. — Eu poderia conversar com você?

— Não, estou ocupada no momento. — Ela acelera seu passo para que o mesmo não a alcançasse.

Ela esquiva com a cabeça. Aemond a puxa pelo braço.

(Diálogo em valiriano).

— Me solte. — A garota puxa seu braço, olhando para os lados. — Eu não preciso que ninguém tenha mais motivos para concretizar aquele boato sobre nós dois.

Eles se encaram por alguns segundos.

— Eu não quero mais falar com você, se possível, nem mais ver.

(EM PAUSA) Fire on Fire - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora