DEATH - tyler galpin

capítulo quatro

- BEM VINDA DE VOLTA.

xavier sorri para a wandinha que havia acabado de acordar.

wandinha se levanta em um pulo. ficando sentada sob a cama.

com as memórias voltando em sua mente. ela estava surpresa.

ele havia a salvado. quando aquela gargúla de pedra em meio ao dia chuvoso caiu sob a sua cabeça.

- vai com calma! - xavier alerta. sentando  se na poltrona de frente para ela - a enfermeira disse que não teve concussão. mas deve ter ficado com um galo feio né?

- eu trouxe alguns doces. - maeve avisa ao entrar na enfermaria. agitando uma sacola bege nas mãos - nada melhor que um docinhos após um evento traumático.

- não acredito que você a chamou - wandinha encara a xavier com desaprovação.

- desculpa. é que ela é uma das poucas pessoas que eu confio aqui - o thorpe responde e maeve senta se na poltrona vaga ao lado dele. cruzando uma de suas pernas elegantemente.

- eu também te amo. - maeve 
envia um beijinho ao thorpe que com um sorriso divertido finge o agarrar no ar.  colocando no peito.

wandinha apenas fita aquela interação. ela nunca teve uma amizade assim. nunca teve uma amizade de nenhuma maneira para ser mais precisa.

- e eu resolvi agracialós com a minha maravilhosa presença. - maeve continua.  jogando a sua trança para o lado de maneira confiante. - mas então. você está bem? - entrega a sacola de doces a wandinha.

- a última coisa que eu lembro é estar andando lá fora. sentindo uma mistura de raiva. pena. e auto aversão. - wandinha responde pensativa. - eu nunca me senti dessa forma.

- é, perder para bianca causa esse efeito nas pessoas. - xavier diz soltando uma risadinha amargurada.

- infelizmente eu, como colega de quarto dela nos últimos três anos não tenho como defendelá - maeve acrescenta mordendo a ponta do lábio inferior.

- aí eu olhei para cima e vi aquela gargúla caindo em mim, pensei ' ao menos terei uma morte criativa ' e daí você me tirou do caminho. - wandinha fuzila a xavier com o olhar - porque?

- pode chamar de instinto. - xavier apenas da de ombros.

- eu poderia ter te salvado se não fosse o seu ' nada. apenas me deixe em paz '
- maeve fez um biquinho sarcástico.  tentando imitar a voz de wandinha.

- ainda tenho a mesma linha de pensamento. - wandinha a encara inexpressiva. a filha da diretora apenas coloca a mão no coração. fingindo sentir dor.

- aí! seria o início de uma história sáfica tão romântico. - cantarola maeve.

- e você - wandinha ignora maeve e fita a xavier - guiou se pelo cavalheirismo. um artefato do patriarcado para arrancar me uma gratidão eterna?

- as pessoas costumam só agradecer. - xavier sorri de ladino. a personalidade de wandinha era no mínimo engraçada.

- não queria ser resgatada. - a addams resmunga.

- então. ele devia deixar aquela coisa fazer miolo de você ? - maeve questiona irônica.  encarando a de maneira desacreditada. ela realmente não iria agradecer?

- eu poderia ter me salvado. - wandinha apenas empina o seu nariz.

xavier ri baixinho. - é bom saber que não mudou. - conclui por fim.

wandinha o encara confusa - se te faz sentir melhor. eu diria que apena retribui o favor.

wandinha parece cada vez mais perdida. pescando em sua mente de onde aquela menino a conhecia.

- xavier thorpe. nem deve se lembrar de mim. da última vez que nós vimos eu tinha esse tamanho e vinte quilos a mais.
- xavier explica. apontando para baixo com as suas mãos. isso dá a entender que ainda eram crianças quando se ele a viu pela última vez.

- oque houve? - wandinha questiona tentando se lembrar.

- puberdade. eu acho. - maeve é quem responde. com o seu típico sorriso debochado.

- não.  - wandinha nega com a cabeça impaciente mente - quis dizer da última vez que eu e ele nós vimos. - ela reformula a pergunta.

- ah é. foi no velório da minha madrinha. parece que ela era amiga da sua avó e passaram a juventude juntas na europa enganando os ricos e famosos. - o thorpe explica - sei lá. a gente tinha dez anos. tava entediado e resolveu brincar de se esconder.

- pelo que ele me contou, ele teve a brilhante ideia de se esconder no caixão da falecida. - maeve continua a contar lhe a história. e pude jurar que um lampejo de reconhecimento escapou pelo olhar de wandinha. a addams sorriu ainda que imperceptível mente - ele ficou preso enquanto pensava estar indo pra cremação.

- eu ouvi gritos abafados. - wandinha interrompe maeve.

xavier assente com a cabeça encarando os seus próprios pés.

- achei que a sua madrinha tivesse enganado a morte e estava tentando
de algum jeito sair de lá. - wandinha observa.

- enfim. você apertou o grande botão vermelho e me salvou de ser queimado vivo então estamos quites? - xavier questiona.

- oh. isso não é um belo início para uma épica história de amor? - maeve cantarola com um sorrisinho perverso nos lábios.

oque fez xavier e wandinha se auto encararem de uma maneira tímida?