Dyaenreth Lutrea é uma feiticeira que estava morando em Piltover já há um bom tempo, mas desde o momento em que a mulher assistiu horrorizada a ação dos defensores do lugar, vendo-os atirar no seu próprio povo a queima roupa, muitas vezes agredindo...
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━━━━━━━━━━━━⠀ ❪ 🌹 ❫⠀💬 ⬊⠀⋮⠀𝐏𝐥𝐚𝐲𝐠𝐫𝐨𝐮𝐧𝐝 by Bea Miller⠀₊⠀🍄⠀⊹⠀𝟑𝟏 ⠀⠀⠀⠀⠀⏝︶︶⏝︶⏝
Quem te contou o que havia aqui? Me acompanhe se você quer dar uma olhadinha Eu já vi seu rosto por aqui Venha sozinho, conte-me bem baixinho O que você procura?
Bem vindo ao playground, siga-me Conte-me seus pesadelos e fantasias Afunde-se na terra devastada abaixo Fique esta noite, eu vou te vender um sonho
O que o traz aos achados e perdidos, querido? Por que não puxa um assento? Todo mundo aqui tem um preço para brincar Faça-me uma oferta, o que vai ser? Oh, o que vai ser?
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SE FOSSE PARA DESCREVER MEUS SENTIMENTOS EM UMA ÚNICA PALAVRA, SERIA REPULSA.
A cena dos defensores de Piltover, a intitulada 'cidade do progresso' (esse título me dava raiva genuína), abrindo fogo contra os habitantes da subferia sem mais nem menos, atirando em homens e mulheres, crianças ou adultos, sem dó nem piedade fazia meu sangue ferver, e minha mente transbordar de todos os piores sentimentos. Sentimentos esses que eu não sentia há muitos anos, diga-se de passagem.
É tão irônico que a cidade que foi capaz de abrir as portas para mim, uma curandeira com a ficha suja em alguns lugares de Runeterra, no entanto, eles não eram capazes de fazer o mesmo para o seu próprio povo, visto que era fácil enxergar o que a subferia tanto queria: a independência, o respeito que eles já deveriam ter, mas era claro que não tinham, e tudo porque Piltover se achava melhor do que eles.
Sinceramente, eu nunca ouvi ladainha mais fajuta do que ouvir Piltovences falando sobre os filhos de Zaun: que eles eram sujos, ladrões, assassinos, e tão sujos quanto a sujeira das ruas poluídas e tóxicas que circulavam na subferia.
Era como se eles fossem lixos, quando, na verdade eram apenas pessoas lutando para sobreviver, para viver o máximo possível, e dar aos seus filhos, o melhor, mesmo que isso signifique roubar da boca de outro.
Eles não eram monstros como muitos diziam, eram apenas pessoas; pais e mães, assim como eram filhos e filhas de alguém que poderia facilmente estar atualmente morto.
Para mim, os filhos de Zaun eram pessoas muito mais fortes (mentalmente e fisicamente falando) do que os Piltovences; eram lutadores, guerreira ferozes lutando por um propósito maior que todos eles; maior do que seus filhos, mas que acabaria ajudando-os uma hora ou outra.
Os Zaunitas eram como uma comunidade, uma grande família com seus altos e baixos. Mesmo no meio de tanto sangue, óleo, e ar tóxico, eles encontraram algo para lutar, e para viver: a esperança de um dia serem um lugar independente, e poderem finalmente dormirem em paz, sabendo que não são uma parte esquecida de uma cidade que se achava mais do que realmente era.
Foi pensando nisso que eu atravessei a ponte; coberta dos pés à cabeça com uma grande capa escura que era encantada, eu andei pelo mar com minhas botas de couro, passando por debaixo da ponte que deveria ligar as duas cidades, mas que a separavam; nem sequer olhando para trás uma única vez quando pisei no território que muitos vinham como um grande lixão.
A lembrança de um senhor da alta classe falando mal dos filhos de Zaun fez meu sangue ferver, no entanto, me controlei o máximo possível, em busca de não me perder em memórias inúteis, mais focada em minha atual missão: ajudar os zaunitas, nem que não fosse recomendável naquele momento.
Eu tinha pleno conhecimento do perigo que era entrar na subferia naquele momento, especialmente sabendo que muitos poderiam me considerar uma 'piltie' (mesmo que minha descendência estava bem longe dessa cidade hipócrita), e isso me faria ser mil vezes menos bem-vinda na subferia.
Ainda que sabendo disso, eu erguia a cabeça, segurando com força o tecido de qualidade de minha capa, precisando-a contra meu rosto o máximo possível, em busca de me esconder dos possíveis defensores, e entrei no local fedendo a sangue, e a toxicidade esplanada no ar como o perfume das flores em Ionia, mais do que disposta a ajudá-los, mesmo que isso colocasse a minha segurança em risco.
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