Decisões.

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Os dias foram passando, logo chegavam a ser meses e depois um ano.

Akutagawa e Mori frequentemente convidavam Dazai para chás em sua residência, geralmente o casal estava feliz, mas já não era esse o clima que se encontrava naquela casa, e sim, de preocupação.

Akutagawa estava visivelmente abatido, Mori tentou de tudo, era médico, mas não encontrava o problema de seu esposo, ele estava doente, mas de quê?

Dazai se encontrava  largado na rua.
Estava sentado em um beco, com uma garrafa de rum na mão, porém só havia bebido o início. Ele parecia ter se entregado a desistência mais do que nunca. Pudera depois do acontecimento que mudou sua vida de forma fatídica.

- .....

- Amor, o que você tem?

Mori já não criava mais situações hipotéticas, ele queria saber o que se passava pela cabeça de Akutagawa.

- É só anemia, amor
Não precisa se preocupar

O último recurso seria chamar um psicólogo, talvez fosse emocional, mas Akutagawa negava que o problema fosse esse.

- Me leva pra tomar sol?

Ele mal conseguia se locomover sozinho, de tão fraco que se encontrava.

- Não aparenta ser somente anemia.

Mori o olhou desconfiado e se aproximou, servindo de apoio e indo até o lado de fora com o menor.

Dazai levantou tonto, bateu no poste e caiu em uma poça de lama que tinha por ali. Já nem enxergava direito o chão.

- Droga...

- Eu só preciso tomar sol....

Akutagawa agarrou no marido tendo os olhos ofuscados assim que saíram, pela falta de costume, ele já não tinha forças pra sair sozinho.

- O sol é tão quentinho....

- Hum ....se diz

Mori foi andando lentamente, em direção ao jardim, por alí o vento ser mais úmido. Akutagawa se aninhou nos braços do marido percebendo a resposta fria do outro.

- O que foi, amor?
Tem algo te perturbando?

- Você está me escondendo algo.

Mori foi direto ao ponto, sabendo que havia algo que Akutagawa estava encobrindo.

- Eu troquei os resultados dos exames....
Não queria te preocupar e não queria que tivesse que tomar essa decisão...

Akutagawa retirou o resultado verdadeiro de dentro do casaco e mostrou ao marido.

- Foi por isso que nos últimos meses não quis que me examinasse...

Akutagawa estava grávido, mas era uma gravidez de alto risco e ele tinha decidido ter essa criança, sem consultar o marido.

- Eu não queria que você tivesse que assinar minha sentença de morte....ou a do bebê....

As lágrimas já escorriam no rosto do mais novo. Mori ficou em choque.
Era difícil Mori, um médico, ficar em choque. Ele não sabia o que dizer, apenas segurou o papel, lendo desacretitado.

Por que não me disse antes?
Como médico não posso dar a resposta que quero....

Ele puxou Akutagawa, tocando o rosto dele e limpando as lágrimas.

- Mas como seu marido....você precisa sobreviver, podemos tentar ter outro bebê depois...ou outros.

Akutagawa mal sabia como responder, ele sabia o quanto Mori o amava, mas ele também já amava aquela vidinha em sua barriga, além de que..

Chuva de Novembro (Bsd) Onde histórias criam vida. Descubra agora