Meio-termo existe em todos os lugares (14)

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"Ei, ei, desacelere. Fale comigo."

Alec continua pelo corredor, seu rosto uma máscara vazia de indiferença. "Nada para falar."

"Eu sei que algo está errado," Jace insiste. "Alec, por favor, eu posso sentir isso, ok?"

"Não é nada," Alec responde com firmeza.

Jace estende a mão e o agarra pelo ombro, exalando fortemente. "Olha, os tempos estão realmente difíceis agora, ok? Eu mal estou aguentando com tudo isso. Não quero que briguemos, não posso lidar com isso. Apenas- apenas fale comigo.

Alec o encara fixamente. Jace não vai deixar isso passar. Há algo errado, Jace pode sentir isso como uma coceira sob a pele. Alec está confuso agora, precisa de algo, mas Jace não pode ajudá-lo se ele não souber. Quando Alec desmorona e explica em um coaxar, Jace percebe que isso não é algo que ele pode consertar.

"Magnus e eu terminamos."

"Merda, Alec... sinto muito."

A umidade dos olhos de Alec desaparece e ele dá de ombros, lábios trabalhando em torno de um sorriso afetado, tão cheio de dor que Jace sente como um golpe em seu plexo solar. Alec está realmente sofrendo e não vai simplesmente passar.

"Está tudo bem," Alec diz a ele, a voz um pouco acima de um sussurro, a mentira saindo dele.

O peito de Jace está apertado. "O que aconteceu?"

"Eu não contei a ele sobre a espada da alma. Eu- eu deveria ter, mas eu-

"Ei, ei, venha aqui."

Alec se deixa abraçar, mas não retribui. Ele não chora. Inferno, ele nem fica tenso ou fica mole com o alívio do conforto. Ele apenas fica parado nos braços de Jace, vazio e dolorido, nada mais do que uma casca neste momento. Jace quer juntá-lo novamente, mas Magnus segura todas as peças em suas mãos, mantendo-as mesmo sem saber.

"Simplesmente aconteceu," Alec explica brandamente. "E-eu acho que estou em choque. Eu só preciso ficar sozinho.

Jace se afasta e acena com a cabeça. "Vá para o seu escritório. Há um relatório de um Warlock morto. Vou levar Clary e dar uma olhada. Me chame se precisar de mim."

O sorriso de Alec nem é um sorriso. "Obrigado, Jace."

Não há nada que ele possa fazer, então eles seguem caminhos separados. Cada passo que o leva de seu dolorido parabatai parece uma blasfêmia. Ele deveria estar consertando isso, deveria estar marchando para a casa de Magnus e exigir que ele se recompusesse. Mas ele tem um trabalho a fazer, Alec precisa se recompor e Magnus tem todos os motivos para estar com raiva.

Então, Jace se joga em seu trabalho. Clary parece sentir que algo está errado, mas ela não menciona isso. Ele é grato por isso.

Sebastian fala com eles antes de saírem, pergunta se precisam de ajuda, mas Jace não está disposto a lidar com ninguém fora de sua família agora. Se não for Alec, Izzy, Clary, Simon ou mesmo Magnus, ele não quer estar perto. Então, tão gentilmente quanto pode no momento, ele recusa e continua.

Não é que Jace não goste de Sebastian. Ele faz, na verdade. Ele é um bom Caçador de Sombras, ajudou Izzy a ficar limpa, até ajudou Clary quando ela estava lutando com suas runas. E quando Jace se abriu para ele, Sebastian deu um grande conselho. Mas parece que foi há muito tempo e Jace simplesmente não tem paciência.

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O Feiticeiro não teve chance.

Mas são as feridas auto-infligidas que atingem Jace. Ele se pergunta o que o Feiticeiro viu para fazê-lo se matar, se pergunta o que o levou a tal medida. Ele pergunta a Luke, mas isso também é um fracasso.

A vida é apenas um sonho (Jimon)Onde histórias criam vida. Descubra agora