O que a vida me roubou

Candidata

Sakura Haruno

7 anos depois

Senti um vento frio no pescoço e fechei meu casaco velho que havia comprado na liquidação há 2 anos atrás, era o único que tinha no momento. Pelo menos conseguiu empatar o frio que estava fazendo naquele fim de outono. Folhas de árvores caíam por todos os lados formando uma camada atraente no chão.

Parada na calçada, olhei para a mansão à minha frente, com receio, e tinha tantos seguranças que engoli em seco nervosamente, perguntando se aquilo era certo. Não estava certo, passei 3 noites em claro pensando se deveria fazer essa burrada, então estou aqui.

Apenas porque precisava realmente de um emprego. Era a casa dos Uchiha. A família era conhecida pela sua rede de petróleo e empresas espalhadas por todo país. Dizem por aí que eles também mexiam com coisas erradas, como tráfico de drogas e armas, mas vai tudo para baixo do pano ou talvez seja apenas boatos.

Eu só estava ali porque precisava de dinheiro e me dava bem com crianças, a vaga de babá para a filha de Sasuke Uchiha anunciada nos jornais foi uma surpresa. O homem era dono de todo o império da família, não se falava muito da sua filha, mas a morte da sua esposa no parto foi falada em todos os lugares. 

Agora, Sasuke estava convocando mulheres que estavam dispostas a cuidar da sua filha e pagaria muito bem por isso, o triplo do que eu ganharia mesmo se estivesse trabalhando em 2 turnos da lanchonete do bairro. Precisei de muita coragem para estar aqui hoje e percebi que sou mais forte do que imaginei.

O pior que pode acontecer é ele me humilhar e me expulsar da sua casa. Mas quem eu penso que sou? Pela forma que ele foi embora da minha vida, me esquecer não deve ter sido uma dificuldade.

Os seguranças me revistaram na entrada e não gostei de como eles reviraram a minha bolsa sem nenhuma delicadeza. Fiquei vermelha e envergonhada quando pegaram meus absorventes e olharam com desinteresse.

Moedas, chaves, documentos e algumas balas foram o que eles encontraram e pareciam um tanto decepcionados.

— Creio que não há nada aí que os interesse. — resmunguei quando eles largaram a minha bolsa.

— Nome e nacionalidade. — um ordenou.

— Sakura Haruno, nascida e criada em Konoha, Japão.

Os homens não pareciam nenhum pouco divertidos e se aproximaram de mim com um detector de metal.

— Abra os braços, precisamos revistar você.

O que há de errado com essas pessoas? Isso já não era exagero? O que eu faria de mal para aquela família? Ele acha que eu teria uma arma na calcinha?

Deixei que o homem me revistasse e um barulho irritante começou a apitar quando ele passou próximo aos meus seios. Respirei fundo me lembrando dos pequenos detalhes de metal em mim, que fui obrigada a colocar depois de perder uma aposta para minha melhor amiga no meu aniversário de 22, isso já faz três anos, mas eu acabei me acostumando com eles.

— São meus piercings. — expliquei, mas ele não pareceu convencido disso.

— Preciso que a senhoria retire o casaco e a blusa.

Mais dois seguranças se aproximaram para ver o que estava acontecendo e eu nunca me senti tão desrespeitada antes. Era uma vergonha tirar a roupa na frente desses homens apenas para mostrar meus peitos com a droga de um piercing em cada um deles.

Estava frio e eu nem um pouco disposta a fazer essa palhaçada. 

— Isso é um insulto. Eu não vou tirar a roupa na frente de vocês.