Três anos depois em 2 de julho de 1948 e um pouco mudados devido ao tempo, Carlos, Bruna e seu filho de 2 anos estão chegando de navio no porto de Rio de Janeiro. Carlos diz para a Bruna vendo o lindo horizonte da cidade na baía de Guanabara:
- Não é bonito o meu país, Bruna?
- Belíssimo – brinca ela.
A cada metro que o navio se aproxima para atracar, o olhar de Carlos é cada vez mais um olhar de alguém muito ansioso por chegar.
Assim que os acessos do navio são liberados, Carlos e sua família finalmente pisam em solo brasileiro e Carlos fala:
- Vamos! Quero mostrar para vocês o lugar onde tudo isso começou para mim.
Carlos chama um táxi e pede para o motorista ir direto para Copacabana.
- Aqui! Aqui mesmo! Pode parar seu motorista – fala Carlos ao ver a rua do Bar do Zé.
Carlos paga a corrida e eles caminham rumo ao Bar do Zé. O bar em que seu amigo Gustavo tinha zombado dele antes de conhecê-lo. Ao chegar na frente do Bar, Carlos se sente como se fosse naquele dia em que ele era apenas um menino sozinho em uma cidade estranha em busca de conhecer amigos para lutar junto uma grande batalha. Batalha essa que o transformaria totalmente. Hoje, Carlos era um homem seguro com uma família. Mesmo assim, Carlos hesita na frente do bar. Parece que aquele menino de antes poderia surgir novamente a qualquer momento. Mas não. A guerra realmente o transformara em um homem forte e mais maduro. Carlos definitivamente não era a mesma pessoa de antes.
Carlos ainda olha para lugar. Diferentemente dele, o bar tinha mudado muito pouco. Estava tudo muito parecido. Mas ele toma coragem e entra. Mas pede que Bruna espere com seu filho do lado de fora. Isso era uma coisa que Carlos sabia que tinha que enfrentar sozinho. Ele entra procurando o lugar onde ele tinha visto pela primeira vez Gustavo e os demais pracinhas. A mesa estava vazia. Sua ingênua esperança era poder rever seu amigo lá, visto que ele nunca mais tinha tido notícias de Gustavo desde aquele dia na Itália.
Já quase desistindo, Carlos se vira e olha para uma parede do lado oposto ao da mesa. Era a parede atrás do bar. E ele se emociona. Lá estava na parede aquela cruz que ele havia encontrado na igreja da Itália e entregue para Gustavo. Logo em seguida, ele ouve alguém na direção do bar falar:
- Amor, Giovanna, preciso de duas cervejas para a mesa 3.
Era uma voz conhecida para Carlos. Sim... era a voz de Gustavo. Carlos então se vira e vê Gustavo saindo da cozinha e indo para o bar. Gustavo também percebe a presença de Carlos nesse mesmo instante. Eles se emocionam e se abraçam. Gustavo então fala:
- Meu amigo, meu grande amigo! O que faz aqui? Você está muito bem! Mas como me encontrou aqui?
Carlos diz brincando:
- Não foi difícil, mesmo sem ter nenhuma notícia sua desde aquele dia.
- Giovanna! – grita um Gustavo feliz como se fosse um autêntico italiano. Com a convivência com a mulher, Gustavo parecia ficar cada vez mais italiano mesmo.
- Giovanna – grita ele novamente – Venha aqui! É o Carlos! Hoje vamos fechar o bar mais cedo, querida!
Giovanna sai curiosa e juntamente com o seu pequeno filho que tinha tido com Gustavo, encontra o motivo da felicidade do marido. Ela vê Carlos. Giovanna e Carlos se cumprimentam e ela pergunta:
- E a Bruna, Carlos? Nunca mais a viu?
Carlos com um sorriso maroto fala:
- Eu tenho mais uma surpresa para vocês. Esperem um pouco aqui.
Carlos sai do bar e volta depois de instantes trazendo consigo Bruna e seu filho. Giovanna sai correndo para abraçar Bruna. Elas se abraçam e choram emocionadas. Todos se sentam em uma mesa do bar e ficam conversando por horas.
Gustavo então resolve mesmo fechar mesmo o bar mais cedo e convida:
- Vamos caminhar na praia?
Então ao entardecer do Sol em Copacabana, as duas famílias andam pelo calçadão. Os pequenos filhos começam a brincar e os pais olham com muito orgulho. Gustavo olha para as duas crianças e depois fala para Carlos:
- É... parece que está nascendo mais uma grande e longa amizade.
- É isso aí – concorda Carlos.
FIM
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Para Sempre
RomanceA amizade. A força da amizade. Quando duas pessoas se unem para enfrentar as duras condições de uma Guerra Mundial, nada pode ser mais forte. Esta é uma história de companheirismo, de força, de luta, de dor e de alegrias. No momento militar mais imp...