14. Tempestade

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"Foi um jogo legal, o Robin mandou muito bem!" Gwen dizia, enquanto caminhava até a escola com seu irmão.
Finney estava avoado naquela manhã. Passara o dia anterior inteiro na casa de Robin, foram certeza bons momentos, visto que Finn mal prestava atenção no que sua irmã dizia.

"Se ele continuar assim nos próximos jogos, ele com certeza vai ter que jogar fora da cidade! Isso não é incrível?!" A garota disse animada, o que fez com que Finn acordasse de seus pensamentos e finalmente percebesse o que sua irmã havia dito.

"Espera... jogar fora da cidade?" Ele repete.

"Bem... sim? Eu sei que seu time de baseball não recebe tanta atenção quanto o time de basquete da escola, acho que é por isso que você nunca jogou fora."

A frase dita por Gwen teria deixado Finn chateado, se ele já não estivesse preocupado com outra coisa.
Jogar fora, ela disse? Quando? Por quanto tempo?
Finn precisava se acalmar. Até porque, nada estava certo ainda. Era só uma especulação.

Depois de mais alguns passos caminhando, os irmãos finalmente chegam na escola. Eles se despedem, e cada um segue seu rumo.
Enquanto caminhava pelos corredores à procura de Robin, Finn não pôde deixar de notar os olhares dos estudantes sobre si, o que lhe causava imenso desconforto.
Ouvia as pessoas sussurrando coisas entre elas, mas não sabia dizer o que era exatamente.
Quando finalmente chegou em seu armário para pegar seus pertences, levou um susto.

Finney ficou espantado ao ver uma das folhas do jornal daquela manhã, mais especificamente a sua foto com Robin, recortada e colada na porta de seu armário com rabiscos.
A frase "Estudante comemora vitória em jogo de basquete" havia sido riscada, e várias mensagens como "bixas", "viadinhos", "nojentos", "beijinhos" e "amor" estavam escritas por cima das fotos. A julgar pelos olhares das pessoas, muitos daquela escola já haviam visto.
A respiração de Finney estava frenética. Ele rapidamente agarra o pedaço de papel, arrancando-o de seu armário e o amassando logo em seguida. O garoto abaixa sua cabeça, envergonhado enquanto encara a bola de papel em suas mãos, as lágrimas ameaçando cair de seus olhos.
Ele pensou em rapidamente correr para o banheiro e se trancar, para poder chorar em paz por alguns minutos antes das aulas começarem. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, Finney escuta gritos vindos do pátio da escola, e vê alguns alunos correndo para o local, enquanto falavam de uma briga.
Pressentindo algo ruim, Finn esfrega os punhos em seus olhos na tentativa de conter as lágrimas, e rapidamdnte corre para o pátio da escola.

"Me diz por que você fez isso, porra!" Robin gritava, enquanto segurava Billy pela gola de sua camisa. O garoto loiro parecia extremamente confuso, e só conseguia negar com a cabeça pelo medo que sentia.
Quando viu seu namorado no meio daquelas pessoas, Finney estremeceu.
Logo notou o papel que Robin segurava, parecia ser o motivo de estar tão nervoso.
Então haviam mais daqueles. Era óbvio, Finney pensou.

"Se você não me responder, eu juro que quebro a porra da sua cara!" O garoto berrava, sentindo sua paciência ficar cada vez mais curta.

Cansado daquela situação, Finn se espreme entre as pessoas daquela roda para tirar Robin do lugar. Ao ver o garoto se aproximar, algumas pessoas ao redor gritam, riem e até mesmo assobiam. Finney queria sumir naquele momento.

"Por favor, vamos sair daqui! Deixa ele em paz." Finney sussurrava para Robin, constrangido.

"Esse hijo de puta só queria zuar com a nossa cara ontem! Você não percebe?!" Robin responde, gritando na cara de Finn.

"Não, é você que não percebe!! Ele não fez nada, e você só está agindo como um otário pra essas pessoas rirem de você!" Finney fala mais alto, perdendo o controle que tentava manter diante da situação.

Upside Down - rinneyOnde histórias criam vida. Descubra agora