Desmoronando.

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*O telefone toca*

-Alô?
-Você já tá pronta?
-Ah, oi Tara, estou quase.
-Anda logo Amber, vai se atrasar pro aniversário de 18 anos da Sam, falei á ela que você estaria aqui no restaurante com a gente.
-chego aí em 15 minutos, Tchau.
-Tchau.

Fecho a porta e tranco, ouço o barulho da chave entrando no bolso da minha jaqueta enquanto o ar seco e gelado entra no meu nariz, fazendo minhas narinas arderem, parece que o inverno está chegando, começo a andar pelas ruas escuras dessa cidade, penso como seria ser a primeira garota a morrer em um filme de terror, seria bem fácil me matar naquele momento, uma garota de 13 anos sozinha em uma rua escura, não era tão tarde assim, ainda eram 19:30, mas eu estava completamente vulnerável, assim que entro na avenida e avisto o restaurante, me preparo para atravessar a rua, até que meu coração para.

(PRESTA ATENÇÃO!)

É o que o motorista em alta velocidade grita pela janela depois de desviar o carro da minha direção com aquela buzina estridente e aquele farol com luzes fortes, depois de despertar com esse susto, atravesso a rua ás pressas, quando chego no restaurante, Tara estava me esperando do lado de fora, ela tinha visto tudo.

-Aí meu Deus, o que foi aquilo?
-O sinal estava vermelho, então não cheguei a ver se vinha algum carro.
-Mas você tá bem?
-Foi só um susto, eu estava destraida.
-Tudo bem, vamos entrar.

Passamos pela porta do restaurante, assim que entro, percebo que o aquecedor está ligado, e assim paro de tremer, não sei se estava tremendo por causa do susto, ou por causa do frio que estava lá fora, quando chego á mesa, vejo que todos estão lá, a mãe da Tara, a Mindy e o Chad, o Wes, alguns amigos da Sam, só falta- a Sam.

-Cadê a Sam?
-Não sei, ela saiu hoje mais cedo, disse que ia na casa de uma amiga, e que viriam juntas pra festa, estamos esperando ela.
-Entendi.
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Pego meu celular e olho que horas são, vejo que já são 20:30, e a Sam ainda não chegou, a Tara está desesperada.

-Ela vai vir mãe, ela tem que vir, este é o aniversário de 18 anos dela, ela vai vir, não vai?
-Vamos ligar para essa amiga que ela estava, qual é o nome dela Tara?
-Ela falou que era a Andi.

*Um dos amigos de Sam liga para a Andi.*

-Alô.
-Andi, a Sam está aí?
-Não?!
-Ela disse que passaria aí hoje mais cedo.
-Mas não passou, a última vez que eu vi ela foi na aula de geometria hoje de manhã.
-Como assim? Onde ela está então?
-Eu não faço a mínima ideia.
Ele desliga o telefone, parecendo tenso.

-A Sam não estava lá senhora Carpenter.
-Onde ela está então?!
-Ela não sabe.

Depois disso, todos vão saindo, um por um, enquanto eu e a Tara continuamos tentando ligar para a Sam, a mãe de Tara foi procurar a Sam, os outros foram embora, já são 22:00 Horas, Estamos na calçada fria do restaurante.

*No momento Este número não está recebendo ligações, grave o seu recado.*

É a centésima vez que tentamos, e só dá caixa postal, até que a Tara para de digitar o número da Sam, e começa a chorar em meu ombro.

-Ela não vai voltar, Amber.
-Como assim Tara?
-Ela fugiu Amber.
-Como? Porquê?
-A minha mãe está passando os dias bêbada, o meu pai foi embora, e agora a Sam, minha família está destruída.
-Sinto muito Tara, saiba que eu sempre estarei aqui pra você, por mais que eu não saiba o que fazer, eu sempre estarei aqui.

Nós nos abraçamos, aquecendo uma a outra naquela calçada gelada.

-Vamos Tara, temos que sair daqui, vamos descansar para procuramos a Sam amanhã.
-Tá bem.

Levanto ela, e andamos de mãos dadas.

-Posso passar a noite na sua casa?
-Claro que pode.
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A Tara sai do banho, assim que abre a porta, o vapor da água do chuveiro se alastra pelo quarto, ela está com os olhos inchados de tanto chorar, provavelmente deixou o chuveiro ligado um pouco mais para que eu não escutasse ela chorar.

-Vou tomar meu banho agora, já troquei os lençóis da minha cama, pode deitar nela.
-Muito obrigada

Assim que saio do banheiro, pergunto a Tara se ela viu o controle da TV.

-Tara? Tara.

Quando me aproximo, vejo que ela já estava dormindo.
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Quando acordamos no dia seguinte, faltamos á aula para procurar a Sam.

-Ela deve estar na floresta atrás da nossa antiga casa, ela adorava ir para lá com nosso pai.
-Vamos procurar lá.

Assim que passamos pela antiga casa de Tara, vejo uma lágrima pingar do seus olhos de bambi cor de âmbar.

-tenho tantas memórias aqui, lembra quando você veio brincar de boneca comigo? no dia que nos conhecemos
-Claro que lembro, você estava tão feliz.
-Eu sinto tanta falta de tudo isso, de morar aqui, de ter um pai presente, uma irmã normal, uma mãe que fica o dia inteiro sóbria, eu queria tanto que tudo pudesse voltar a ser como era antes, é como se, todo mundo tivesse desistido de mim, e tudo está desmoronando bem na minha frente.
-Eu sinto muito Tara, mas eu ainda estou aqui, eu prometo que sempre vou estar aqui para você.
-Promete? Que nunca vai me abandonar?
-Eu prometo.

Quando entramos na floresta, vimos um lugar, campo coberto de "dentes-de-leão" começamos a nos destrair, e a brincar com essas flores, soprando uma na outra, e correndo, até que caímos lado á lado, e começamos a rir, me viro e olho para a Tara, ela está sorrindo, aquele sorriso lindo e puro que ela tem, com os olhos cansados, porém com uma expressão de felicidade, chego mais perto dela, ainda estamos rindo, tiro o cabelo do seu rosto, agora estamos nos olhando, nos aproximamos mais, até que eu a-beijo.

-Aí meu Deus, esse foi o meu primeiro beijo.
-O meu também.
-Pera aí, você nunca beijou o Wes?
-O Wes? Nãão, ele é só meu amigo, ainda estou pensando se vou dar uma chance a ele.
-Eu acho que ele não é bom pra você.
-Porque?
-A mãe dele já prendeu a sua irmã umas mil vezes.
-Ah, sei lá, ele não tem nada haver com a mãe né, mas, o que nós deviamos fazer agora?
-Não sei? Ir á praia?
-Ir a praia Amber? (Risos) aposto que falou a primeira coisa que veio em mente.
-Por que não?

Depois disso fomos a praia.

I Loved You... (Tara E Amber)Onde histórias criam vida. Descubra agora