Eu não sei o que eu faria sem você...

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3 anos depois...

Mais um dia normal, o despertador começa a berrar, me levanto cambaleando, por ter dormido tarde ontem assistindo "As Terríveis aventuras de Billy e Mandy" meu desenho favorito, ligo o chuveiro, a água morna começa a molhar todos os fios do meu cabelo, enquanto começo a pensar como será o dia de hoje, estou muito ansiosa, meu primeiro dia de aula, eu vi a Tara algumas vezes nas férias, mas nada se compara a vê-la todos os dias de segunda à sexta feira na escola, quero muito vê-la, estou tão ansiosa! Desço as escadas assim que termino de me arrumar, e saio.
Mamãe grita:
- Não vai tomar café Amber?
-Eu vou comer uma maçã no caminho!
Eu respondo, está tudo tão bem, mal posso esperar pra ver a Tara, ando até a casa dela para buscá-la, quando chego e bato na porta, Tara sai, ela está com os olhos inchados, olheiras, ela parece estar muito abatida com algo.
-Bom dia Tara.
-Bom dia Amber.
-O que aconteceu? Porque você está assim?
Ela começa a chorar e me abraça.
-O meu pai saiu de casa ontem a noite, ela e o meu pai brigaram.
-Aí meu Deus, por que motivo eles brigaram?
-Isso é o pior de tudo, eles não me contam, provavelmente foi algo com a minha irmã, foi horrível, eles gritaram muito, e meu pai saiu, não tenho notícias dele desde ontem.
-Eu espero que eles se resolvam.
-Eu também.
Fiquei imaginando o quão terrível é para uma criança de oito anos ser abandonada por um pai.

Depois disso eu e Tara fomos andando para a escola, ela chorou o caminho inteiro, e meu primeiro dia perfeito estava arruinado, eu odiava ver a Tara daquele jeito, eu estava mal por ela, quando chegamos na escola, todos perceberam o quanto a Tara estava mal, a Mindy e o Chad vieram dar uma força pra Tara, a e claro... aquele Wes, eu nunca gostei dele, o jeito que ele olha pra Tara, ele tinha acabado de ficar mais relevante da escola, a mãe dele tinha acabado de presenciar mais um massacre do ghostface em Woodsboro, dessa vez foi uma familiar da própria Sidney, a prima dela, eu já tinha visto ela algumas vezes no supermercado, nunca imaginei que ela faria aquilo, e nunca imaginei que a Jill Roberts era prima da Sidney Prescott, a maior celebridade dessa cidade, enfim, a mãe do Wes estava lá quando a Jill apareceu no hospital para matar a Sidney,ela é policial, ele se gaba disso o tempo inteiro, minha mãe isso, minha mãe aquilo, a Tara ama ouvir ele falar sobre a mãe dele.

Na volta pra casa eu também deixava a Tara na escola, mas dessa vez eu a convenci de ir na minha casa, pra se animar, no caminho de casa ela falou que gostava do Wes, foi naquele momento que eu descobri as duas coisas que eu mais odiava nesse mundo, ver a Tara triste e o Wes Hicks.
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4 Anos depois...

-Vamos lá Tara! Escolhe um filme!
-Eu não quero ver filmes.
-Você não pode ficar pensando nisso toda hora.
-No que você quer que eu pense Amber?! Eu vi a minha irmã se drogando! Você pode imaginar como é isso?
-Desculpa, eu sei que você está sofrendo com tudo isso, mas não percebe que ela não vai parar se não quiser Tara? Você não pode ficar se lamentando o tempo inteiro.
-Tudo bem.
-Quer conversar sobre isso?
-Sim.
-Quanto tempo faz que você e sua mãe descobriram que a Sam está se drogando?
-Eu acho que, a minha mãe já sabia, provavelmente tudo isso começou meses depois que o papai foi embora, eu notei que a Sam estava ficando estranha, se afastando, mas só vieram me falar agora que ela teve um surto por causa das drogas, como sempre, eu sou "nova demais" para saber o que está acontecendo na minha casa.
-Isso é péssimo Tara, mas, já que sua mãe deixou você ficar aqui em casa por uns dias, vamos aproveitar ao máximo ok? Não quero te ver triste, você precisa se destrair de todos esses problemas, é muita pressão pra uma garota de 11 anos.
-Obrigada Amber, Eu não sei o que eu faria sem você, eu te amo.
Quando ela falou isso meu coração começou a palpitar, eu sentir aquelas borboletas no estômago, como se estivesse de olhos fechados numa montanha russa, estávamos sentadas na minha cama, com um episódio bobo de Icarly passando ao fundo, me aproximei para abraçá-la, eu estava tão grata por tê-la em minha vida, e ver ela tão mal por causa da sua irmã inconsequente, partia o meu coração, e por causa do seu pai mal caráter que á abandonou, queria arranjar um jeito de ajudá-la, queria poder dar o meu pai para ela, mas ele nunca proporcionaria o amor que ela precisa, então, eu precisava saber o porquê o pai dela saiu de casa.
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Quando acordo, vejo ela dormindo na minha cama, eu estou deitada em um colchão ao lado dela, não quero acordá-la, ela parece estar tão em paz, como se tudo ao seu redor estivesse completamente em paz, queria vê-la mais vezes assim.

Me sento na minha cama, ao seu lado, e a observo, tiro uma mecha de seu cabelo que estava sobre seus olhos, e os ajeito atrás de sua orelha, quando vejo, ela abre os olhos delicadamente, e seus olhos parecem procurar algo, eles estão me procurando.

-Bom dia Amber.
-Bom dia Tara.

E essa se tornou a nossa rotina de todas as manhãs, durante duas semanas na sexta série, as duas semanas mais empolgantes que uma garota de 11 anos podia ter, depois disso, a Sam parece ter se recuperado do seu vício em drogas, e parado de arranjar problemas com a polícia, a Mãe do Wes chegou a prendê-la por dirigir bêbada, mas como ela só tinha 16 anos, ela foi solta uns dias depois.

I Loved You... (Tara E Amber)Onde histórias criam vida. Descubra agora