Hana Haki:
O Florescer das Peônias"Floresceu em um jardim de solidão
uma flor que se parece com você.
Eu queria a entregar para ti,
depois de arrancar essa máscara idiota.
Eu ainda te quero."
Jimin odiava acordar às cinco da manhã. Sobretudo odiava o choque térmico da água fria em seu rosto e ainda mais o barulho incessante das conversações dentro do primeiro ônibus do dia, nem sequer parecia que ainda era de madrugada.Pessoas animadas, conversando em murmúrios sobre sonhos da noite anterior e das expectativas para as próximas horas. Jimin só queria dormir, encostado na janela gelada enquanto sentia os tremores da locomoção e a música calma e passiva dos fones em seu ouvido.
Ele suspirava se espreguiçando de mau humor manhã após manhã ao observar o lento nascer do sol, andando em uma caminhada vagarosa em direção à floricultura.
Trabalhava em meio período, das seis ao meio-dia, em uma monótona rotina sem nada em especial... o máximo de agitação que conseguia era descarregar sacos de adubo que o faziam cheirar a esterco e rever suas escolhas de vida, além dos jovens apaixonados que volta e meia apareciam atrás de buquês e ornamentações bregas para suas paixões.
Ah o amor... Jimin o considerava perigoso demais, talvez uma falha grave que apenas atormentava as almas sob a falsa sensação gostosa que a emoção trazia, envolvendo as vítimas como galhos de uma hera venenosa que facilmente o matariam de modo literal em apenas um deslize, ao menos era o que via nas notícias televisivas do casos de Hanahaki cada vez mais recorrentes na atualidade.
Entretanto, ainda assim ele gostava sinceramente de se imaginar amando alguém, mesmo que não levasse a sério a possibilidade de se apaixonar... até aquele dia.
Não era um dia diferente ou "único", pelo menos era o que achava quando chegou até a fachada do estabelecimento.
A floricultura era mediana, a parte exterior possuía um letreiro semi novo e alguns cartazes com promoções de plantas pouco rentáveis. Já o interior era amplo, com um teto alto semi transparente se assemelhando a uma enorme estufa com abóbadas, além de paredes claras e vários canteiros altos com os mais diversos tipos de plantas.
Iam desde jibóias e espadas de São Jorge, até delicadas onze-horas e margaridas que eram singelas sem se destacar em contraste com as enormes orquídeas e as estacionais dálias que chamavam a atenção quase imediatamente pela estrondosa beleza perene de suas flores.
— Bom dia, meu cactozinho preferido — Namjoon sorriu, cumprimentando o jovem rapaz enquanto carregava um enorme bonsai para perto da entrada, o destacando dentre os demais. O idoso de cabelos grisalhos era um dos donos do estabelecimento, gentil e tranquilo, com uma sábia alma de velho que adorava acordar cedo apenas para varrer calçadas.
Jimin murmurou um "bom dia", esfregando os olhos e bagunçando ainda mais os sedosos fios castanhos de sua cabeleira, antes de focar a visão no enorme homem à sua frente, pensando em como alguém podia realmente estar animado em plena segunda-feira de manhã.
Por fim suspirou, começando a organizar a parte externa da floricultura para a abertura da mesma. Completamente tedioso.
Foi quando estava carregando dois potes com rosas do deserto para o expositor na fachada que a viu cruzar a esquina pela primeira vez.
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𝐇𝐚𝐧𝐚 𝐇𝐚𝐤𝐢: 𝐎 𝐅𝐥𝐨𝐫𝐞𝐬𝐜𝐞𝐫 𝐝𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐨𝐧𝐢𝐚𝐬
Fiksi PenggemarPark Jimin é um jovem floricultor que contrai Hana Haki, uma doença que aflige as almas com corações desiludidos de amor não correspondido e sentimentos reprimidos. As flores preferidas da pessoa amada florescem nos pulmões e coração do doente, come...