1. Ainda há algo entre nós...

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Quando a noite cai, eu imagino um amanhã brilhante.

E é engraçado como, em todos os meus pensamentos, você aparece sorrateiroㅡ mas nunca despercebido.

Só é impossível não pensar em você; porque você, Taehyung, brilha mais do que qualquer outro astro que já existiu.

E se você é capaz de iluminar o universo como um astro, eu penso que, talvez, você também seja capaz de iluminar meu lado mais sombrio.

Quando a noite cai, tudo é um imenso nada, um completo breu terrível e medonho.

Mas se eu estiver contigo, nada disso importa. Eu posso atravessar a escuridão até o fatídico fim do túnel brilhante, mesmo que ele esteja em uma distância equivalente da Terra à Netuno.

Esse é o efeito da sua presença: algo impossível parece se tornar destrutivo, fraco, alcançável.

Porque, no fim, quando as luzes se apagam, só resta eu, você e os nossos segredos mais impróprios.

E isso basta para mim mais do que todos os raios de sol de um amanhã.

Você ilumina, Taehyung

É meu sol e minha lua.

ㅡ J. Jeongguk, do amanhã.

A noite poderia se arrastar por uma década só para ver Jeongguk dançar.

E nada tinha a ver com sua beleza quase sobre-humana. Com sua popularidade, ou os traços harmoniosos que ele parecia teimar ter até nas curvas dos dedos da mão. Não. Era um tipo de áurea que irradiava dele como se ele fosse um astro universal. O sol daquela festa; o globo espelhado mais brilhante do mundo.

As luzes pulsantes desmanchavam sobre seus passos de dança, em seu corpo cheio de ondas e naquele conjunto apertadissímo todo preto.

Era impossível não olhar. Simples assim.

Se ele já não cheirava ao doce do perfume, que agora era apagado pelo cheiro de álcool, de nada importava. Nem se seu cabelo estava um pouco desalinhado, ou se sua dança não fosse a mais calculada. Sempre que as correntes tilintavam e dançavam junto a ele, a cada remexida, para cima e para baixo num ritmo perfeito, ninguém reparava nos perigos que as profundezas sombrias de Jeongguk poderiam causar. Era quase que uma hipnose; dum estilo de dança muito próprio, cheio de malícia.

O visual também potencializava todo o deslumbre dos convidados; os cabelos úmidos e ondulados, castanho vivo, caindo sobre seu rosto delicado. Jeongguk usava um terno que ia só até a cintura, o corte em V valorizando seus quadris levemente largos que eram envoltos com uma calça alfaiataria apertadinha nas coxas. Alguns cristais brilhavam sem parar, ornados perfeitamente na cintura e no terno aqui e ali, competindo contra o brilho dos seus olhos; contra o brilho da sua dança. Ele ainda usava uma maquiagem leve, como assim gostava, que contrastava de um jeito bonito com os desenhos brutos em sua mão.

Quando as luzes se apagam | kth + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora