M&ZPÁ, Gloxinia.

Capítulo- 2

EU REALEMNTE DEVERIA ter ignorado a última frase do loiro maldito, talvez eu não estivesse dentro de uma taberna com porcos falantes e movimentada demais para o meu gosto.

——Vem beber com a gente Íris! A cerveja de Vânia é a melhor que temos!

——Pela décima vez Meliodas, não vou beber.

Sim, ele realmente me chamou para beber dez vezes. Mesmo que eu não seja mais a Santa da Fonte da Juventude, eu ainda guardo alguns costumes antigos. Na Floresta todas as bebidas eram feitas de nossas frutas, não tocávamos em nada que viesse de mãos humanas.

Mas isso já faz tempo, as coisas devem ter mudado.

"Só vim até aqui porque Meliodas tocou em um assunto de meu interesse, mas até agora ele só me enrolou e pediu por paciência. Será que ele realmente sabe de algo?"

Depois que saí da Floresta as coisas não foram tão fáceis para mim como eu imaginava que seria, viver como humana depois de passar a vida inteira como fada era uma coisa realmente muito complicada.

Sair da Floresta sendo uma Santa tinha seu preço. Não é atoa que vivo de migalhas de um poder mágico que um dia existiu em mim. Não estou dizendo que costumava ser uma brava guerreira, mas de fato tive meu potencial totalmente degradado.

——Deixe a pobre garota em paz Capitão –Ban se pronunciou—Íris não é? Tá com fome?

——Ah? Não precisa se preocupar com isso, eu comi a pouco tempo.–respondi simplista.—Mas agradeço a proposta.

Ban apenas virou e continuou cozinhando um ensopado que, pelo cheiro, quase fez eu me arrepender de não ter aceitado. Esse lugar tem alguma coisa clamando por um socorro, meu sexto sentido gritar me fazendo olhar na direção das escadas do bar, podia sentir uma energia fraca mas familiar vindo do primeiro andar.

——Ban, saberia me dizer se há alguém no andar de cima?

Não foi difícil ler sua leitura corporal, pude notar sua pupila dilatar e sua boca se abrir para me responder cheio de incógnitas, mas não antes de ser cortado por Meliodas.

——Esse é um dos assuntos que eu queria falar com você Íris. –Quando esse cara chegou aqui?

——Espera aí Capitãozinho, o que a Elaine tem haver com essa história?

——Só confia no pai–sorriu— me sigam.

Então eu e Ban seguimos o "Capitão" até o segundo andar, ambos com símbolos de interrogação na cabeça, mas Ban também tinha uma gota de preocupação.

A cada degrau que sabíamos aquela fraca energia se mostrava um pouco mais forte, mas ainda assim parecia frágil, prestes a morrer. Não estava entendendo mais nada, porém continuei os seguindo em direção ao último cômodo que tinha no final do pequeno corredor.

Quando Meliodas abriu a porta pude ver uma menina de baixa estatura deitada sobre uma cama que se mostrava ser muito grande para ela. Usava um vestido claro bem confortável e tinha uma feição cansada. Meus olhos brilharam. Ela era uma fada!

A menina abriu os olhos de maneira preguiçosa e demonstrou um lindo sorriso bondoso quando viu o homem platinado passar pela porta do quarto, ele não demorou para retribuir o olhar de carinho. Será que são amantes?

——Íris, essa é a Elaine.–Meliodas iniciou– Ela é a atual Santa da Fonte da Juventude.

Tentei não demonstrar nenhuma emoção diante da pessoa que está na minha frente. Mas não pude segurar a minha curiosidade.

"Então é ela."

——Mas então o que ela estafazendo aqui? Não deveria estar protegendo a fonte?– Hipocrisia da minha parte, talvez. Mas me questionei um pouco. Só existem duas formas de abandonar o posto de Santa/ floresta: Morrendo ou perdendo sua capacidade de proferir encantamentos. Mas ela está bem viva e eu ainda posso sentir seus poderes, não consigo entender.