𝖢𝖺𝗉í𝗍𝗎𝗅𝗈 𝟤𝟣

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Jason Todd


Coloquei uma roupa legal, uma roupa que imaginei que fosse fazer Maggie Carter gostar, passei perfume e até hidratante labial, agora meu beijo estava com gosto de uva.

Ontem mesmo eu estava pensando em como resolver as coisas com ela, sei que ela está bastante ocupada essa semana por causa do trabalho, mas soube que estava indo tudo bem, então pensei em passar na casa dela no fim de semana.

O que Maggie Carter acharia ao me ver com uma cesta igual a que ela fez para mim no dia que fui embora?

Coloquei uma garrafa de vinho, alguns sanduíches, roubei algumas rosas da roseira de Alfred, sem que ele descobrisse é claro, e fiz um buquê improvisado. A minha ideia era passar lá para vermos o sol nascer, mas levei mais tempo me arrumando do que imaginava e fui parar em sua casa às 9hs da manhã.

Ansioso e nervoso, eu bati em sua porta, coloquei a cesta no chão e mexi no cabelo de novo.

Eu não vou desistir de você, Maggie Carter. Eu te amo, eu sempre te amei e sempre vou te amar. Eu estraguei as coisas, eu sempre estrago, é assim que eu sou, talvez você nunca me perdoe de verdade, mas não posso simplesmente desistir do amor da minha vida, por você eu nunca vou parar de tentar.

Quando ouço a porta ranger coloco um sorriso no meu rosto.

Merda.

— Hm, posso ajudar? — idiota, babaca, filho da mãe.

— Eu só... — meu olhos vão para o peito de Cameron, estava cheio de marcas de beijos, tinha batom vermelho por todo corpo dele.

— Sim?

Cameron me pegou olhando para o peito dele, pronto, agora acho que sou definitivamente gay.

— Vim entregar isso para a Maggie.

— Ela ainda está dormindo, mas eu posso entregar a ela, se quiser.

Eu passo a língua nos dentes, olhando descontente para o outro lado, não era assim que eu imaginava esse dia.

— Pode ser — respondo.

— É uma cesta bem romântica — Cameron dá uma risada.

Isso, ri mais seu filho da puta, para ver se eu não dou um soco na sua cara.

— Foi um presente, mas não deu certo.

— Poxa, cara — Cameron colocou a cesta atrás dele, depois ele deu um passo para fora, parando no corredor, eu estava sem entender nada.

Ele me abraçou, fazendo os meus olhos saltarem.

— Você ainda vai achar um homem que te valorize, ok?

Aperto os lábios e levanto as sobrancelhas, eu olho para o outro lado, repetindo: claro, claro... Depois que ele fecha a porta, ainda fico parado, pensando nessa porra que acabou de acontecer.

{...}

— Ele acha que você é gay? — Dick ria como se esse fosse o remédio para a cura do câncer.

— Muito, muito engraçado.

Percebi que Tim estava calado o tempo todo, ok, não é engraçado zombar da sexualidade de alguém, mas o fato aqui era zombar de mim e por ter sido "acolhido" pelo cara que estava comendo os lanchinhos que eu preparei, o vinho que roubei de Bruce e as rosas que me cortei arrancando das roseiras.

— Tá tudo bem, Timmy?

— Eu estou ótimo, do que está falando?

— Você está meio caladão — Duke acrescenta.

— Vocês estão loucos. Vou treinar — Tim vai embora e nos deixa sozinhos na sala de jogos.

— Tem alguma coisa acontecendo — comento.

— Eu falo com ele — Dick se levanta.

— Acho melhor agora não — Duke afirma. — Agora ele parece apenas querer ficar sozinho.

Nos dispersamos pela mansão, mas continuei pensando em Tim. Eu amo o garoto, preciso garantir que ele esteja bem. Droga, queria tanto que Maggie estivesse aqui, ela sempre sabia o que fazer, dava os melhores conselhos, e fazia todo mundo se sentir à vontade para se abrir. Tim precisava de alguém assim nesse momento.

E eu tinha que ser esse alguém.

Assisti ele treinando por alguns minutos, ele parecia estar jogando toda a sua raiva nos sacos de pancadas, ele não estava bem, nem um pouco bem.

— Ei.

Tim se vira e me olha, depois acena me deixando me aproximar. Ele aproveita para pegar uma garrafinha de água e se hidratar.

— O saco de pancadas fez alguma coisa para você? — pergunto sorrindo.

Tim riu soltando ar pelas narinas.

— Porque eu posso cuidar disso para você, você sabe.

— Eu estou bem.

— Timbo, eu estou aqui... você pode falar comigo sobre qualquer coisa.

Ele pegou uma toalha e passou no rosto, Tim estava sério, o seu olhar era quase mortal, ele veio até mim, ainda meio irritado talvez.

— Por que pensarem que você é gay foi tão ofensivo para você?

Meus olhos se elevaram, eu não esperava por isso de jeito nenhum.

— Não foi ofensivo, Tim.

— Parece que foi.

— Mas não foi. A situação de ser abraçado pelo idiota que está com a mulher da minha vida é que foi engraçada. Quer dizer, não para mim. Então é isso? Você é gay? Tim, eu juro que...

— Não porra, eu não sou gay.

— Não tem problema você ser, não precisa...

— Eu não sou gay, eu sou bi, porra.

— Claro, claro — balancei a cabeça. — Sim, isso é, é ótimo. De novo, não me ofendeu ele achar que eu fico com outros homens, eu sou homem, somos incríveis.

— Você não é tão incrível assim — Tim me deu soquinho.

— Todo mundo já sabe?

— Ainda não, só você e Stephanie, porque ele é uma baita fuxiqueira e fica investigando a vida de todo mundo, ela não tem mais o que fazer.

— Eu concordo totalmente — rio. — Bem, você sabe, somos uma grande família de gente doida e disfuncional, mas nos amamos, apoiamos e cuidamos uns dos outros, apesar de tudo.

— É, eu sei...

— Agora vai tomar um banho que você está fedido — tampo o meu nariz e empurro ele.



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Rᴏsᴀs, ᴠɪɴʜᴏs ᴇ sᴇᴜs ʙᴇɪᴊᴏs┃Jᴀsᴏɴ TᴏᴅᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora