Prólogo

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Jeongguk parecia uma formiga de tanto que andava de um lado para o outro na sala de estar do casarão.

Quem o visse assim, até mesmo os servos da casa, pensava que o Mestre Kim Jeon estava fazendo o verdadeiro ritual da barata tonta. Notava-se que ele estava ansioso, inquieto e até mesmo com gestos que denunciavam a sua aflição.

Mas todos do casarão da família Kim sabiam bem o porquê desse nervosismo e ansiedade, até os servos sabiam que este estado limite tinha nome e sobrenome, vulgo: Kim Taehyung.

O marido do Elfo tinha recebido uma carta três dias antes de todos os reinos aliados, pedindo encarecidamente que todos os Reis e Mestres pudessem participar de uma reunião geral dos clãs, pois precisavam discutir assuntos sérios e também tomar decisões rígidas. Mas para Jeongguk parecia o fim do mundo, já que há três dias Taehyung se despediu brevemente de sua família, alegando que não demoraria tanto para voltar e simplesmente embarcou em um navio.

Mas o que deixava Jeongguk andando de um lado para o outro feito uma barata tonta, era o fato de não ter recebido notícias alguma, mesmo depois de três dias, contando com este já era o quarto e mesmo assim não tinha nem mesmo um bilhete de Taehyung enviado por algum mensageiro com a mensagem: “ Estou vivo ” a ser recebida.

Isso afligia o Elfo que já estava deixando os filhos tontos de tanto zanzar. Deixava principalmente a sua filha caçula, Taely, mais perdida e confusa com tudo isso, mas Bonhwa e Rosenrot pareciam entender o pai e as aflições dele, então apenas tentavam não entrar em detalhes.

Observavam calados, enquanto Bongjin que era a terceira mais nova parecia distraída com os seus brinquedos no chão da sala, por vezes atraindo a atenção dos irmãos mais velhos para suas ações e risos contentes de algo que apenas a caçula entendia em sua própria brincadeira.

— Vai abrir um buraco no chão se continuar desse jeito tão inquieto, papai.

Isso pareceu tirar Jeongguk dos seus devaneios, sua atenção foi atraída para os olhos do filho que acabou de se pronunciar depois de tanto tempo apenas observando calado e aguentando esse vendaval que o próprio pai estava causando no meio da sala de estar da casa.

— Ainda não. — respondeu Jeongguk, franzindo as sobrancelhas e negando com a cabeça, vendo Eunha se aproximando com algo em mãos. — O que é isso, Eun?

A serva se assustou com a abordagem do segundo Mestre, nem ao menos teve tempo de se aproximar devidamente, pois já suspeitava que seria abordada, mas não pensou que tão rapidamente.

— Bem que dizem que nada passa despercebido pelo senhor, segundo Mestre.— resmungou a serva, fazendo uma reverência em respeito ao Mestre e aos filhos dele, mesmo sendo considerada da família. — Eu iria deixar para anunciar junto ao jantar, mas é uma carta do primeiro Mestre para o senhor.

— Me dê, Eunha. — mandou o Elfo, seu desespero nítido e também ansiedade explícita mais do que qualquer outra coisa já vista. — Esperei quatro dias para isso.

Eunha apenas observou o jeito afobado do segundo Mestre, negando com a cabeça e rindo baixinho, pois não negaria nada para ele, principalmente por conhecer bem o jeito travesso do Mestre Elfo.

— Aquieta essa ansiedade lendo logo. — disse a serva, entregando o envelope com um selo simples e piscando para o Elfo.

Rapidamente Jeongguk pegou a carta, agradecendo a mais velha e quase chorando por encarar o envelope em suas mãos, atraindo a atenção dos filhos em cada um dos seus gestos.

— Leia papai. — pediu Rosenrot, se levantando e vindo até o pai Elfo, seus cabelos castanhos mesclado aos platinados, suas orelhas pontiagudas iguais ao do pai Elfo denunciava a sua origem.

Amor de tinta: De volta as raízes [ Taekook ]Onde histórias criam vida. Descubra agora