A semana passará lenta, aquelas longas e repetitivas caminhadas deixara-me exausta.
Nada mais justo que tirar aquele fim de semana para recarregar as energias no mar. Naquele exato momento estava abrindo um guarda‐sol após estender a toalha grande na areia, já avia passado o protetor por todo o corpo, meu desejo era o óbvio relaxar, relaxar, e relaxar, deitada de barriga para baixo com o meu fone de ouvido, para ignorar o barulho ao redor, mesmo escolhido um lugar mais afastadas os gritos animados das pessoas que se divertiam a jogar vôlei parecia tirar-me do estado zen que ainda pretendia alcançar. Não demorou até ver um grupo se aproximar parando ao meu lado, um deles tentou conversar, fechei os olhos para fingir dormir.
— Olá moça! bom dia!
Continuei ignorar até o rapaz sentar na areia e bebé água da garrafa que ele tinha nas mãos, usando óculos e boné ainda estava completamente vestido, mesmo assim ele parecia está bem a vontade, os outros dois que viera com ele agora estavam correndo para a água, o homem com um sebrante calmo ficou a observar o casal brincar na água, chutando e jogando um nó outro.
Tirei o fone do ouvido olhando para ele, não pude conter-me de alguma forma ele capiturou a minha atenção, e não era porque ele era homem, para ser bem sincera nunca avia-me sentido atraída por um cara, eles não me despertavam interesse algum, porem aquele parecia diferente eu logo decidir saber o porque, então sentei-me também e olhei para a mesma direção que ele olhava então sorrir ao notar como era engraçado ver os turistas mergulharem na água e emergir recebendo a força das ondas contra o corpo e sendo arremessados para longe, vi as cenas se repetir por várias vezes, pareceu-me cômico, mas ele não ria, e percebera como me divertia com o que parecia a desgraça alheia, falou:
— Eles são da Nigéria, é a primeira vez que estão viajando para outro país, somos todos como crianças vendo essa imensidão de água concorda?
— Ah claro! Então não os percam de vista! — apontei quando os vi se afastando a tentar alcançar as ondas altas como se aquelas já não doesse o bastante.
— Sim eu ficarei! Mas acredito que eles sabem o que fazem!
Ele disse com um breve sorriso sem demonstrar preocupação— A propósito eu sou a megh!
Limpei a areia na perna e estendi uma das mãos na sua direção me apresentando— Olá! Prazer, eu chamo-me Lian!
Apertamos as mãos e comecei puxando papo perguntei:
— Então convidou os seus amigos Nigerianos para conhecer o Carnaval e as praias do Brasil?
— Se fossem meus amigos não convidaria eles para o Carnaval, mas para as praias sim! Mas hoje estou aqui como guia turístico, por isso estou vestido assim, só estou acompanhando os clientes! — Ele quis da explicação
— Porque não o Carnaval?
Ele pareceu pensar um pouco procurando as palavras certa antes de responder:
— Amo Brasil, povo caloroso, não é como lugar que eu nasci, aqui é muita dança, artes, se ver amor em tudo, — Olhando para mim ele continuou: — Mas não consigo entender o sentido desse tal Carnaval... É tudo muito confuso...
Eu sorri porque eu sendo brasileira também pensava exatamente como ele, concordei pois não gosto das atrações dessa comemoração, mesmo amando balançar os esqueletos em um pagodinho, depois falamos de muitas outras coisas e foi maravilhoso nos conhecermos descobrindo que concordavamos com inúmeras outras coisas.
— E o que acha do samba? — indaguei já com as bochechas doendo de tanto dar risada quando ele terminou de contar um relato de fatos engraçado que ele estranhou quando chegou ao país.
— Adoro o gingado dessa gente! Quanto remelexo as mulheres tem!Você dança assim também?
Ele pareceu entusiasmado quando confirmei levantando e comecei a sambar mesmo sem música era só para ver‐lo mais animado normalmente eu não sou de expor-me com quem acabava de conhecer, mas com ele eu estava tão a vontade que parecia que já nos conhecia a séculos, e ele dissera esta sentindo a mesma sintonia, deixando óbvio que ele era uma pessoa bem reservada e seria em dias normais.
— Nossa! Você está arrasando!
Puxei ele pela mão para me acompanhar na dança, algumas pessoas já estava nos olhando eu recusei-me a passar vexame, sozinha, do nada me surpreendi com o Lian acompanhando os passos e até cantando uma música de Martinho da Vila, em seguida o casal juntou-se a nós como eu não falava o Inglês muito influente, vez ou outra o Lian intervinha e traduzia, mesmo assim trocamos muitas informações, soube que o casal estava de lua de mel e eram professores, fizeram até convite para conhecer o seu país e suas famílias, e com todas as coisas interessantes ditas até me empolguei em conhecer as culturas, principalmente ZUma Rock, um monólito de 725 metros de altura que fica perto da capital Abuja que eles falou com ênfase que eu iria gostar de conhecer.
Eu disse que não tinha condições de bancar viagens no momento, mas prometi pensar quando surgisse oportunidades, eles eram muito carismáticos. Eles aviam dito que apesar de a Nigéria ser banhada pelo oceano Atlântico e ter muitas praias, eles tinham o sonho de conhecer as do Brasil o país do futebol, e do Rei Pelé, dessera com intusiamo o quanto o Brasil era lindo devecificado de cultura e raças eu concordei é mesmo um país muito bonito e cheio de riquezas naturais, até sentir prestigiada pela escolha da rota; mas achei uma pena ele não ser valorizado por todos.
— O que vocês acham de sairmos juntos essa noite? — Perguntei de repente, afastando o pesar que caia sobre mim, estava louca para desanuviar a cabeça esquecer o trabalho cansativo sem falar nos olhares feios que o Elói lançava na minha direção toda a vez que nos cruzávamos nos corredores, já estava a ficar estranho o clima, toda a vez que precisava direcionar-me a ele sobre alguns assuntos do trabalho, as respostas vinham ásperas outras vezes com indelicadeza, certo que passara uma má impressão no começo, mais aquele comportamento já parecia exagerado.
— Seria uma boa! — Lian prontificou-se contagiado com a minha empolgação — E já sei aonde vamos, você disse que acabou se mudar para cá ainda não conhece pessoas e lugares, eu tomo a responsabilidade de levar vocês aos melhores lugares dessa cidade!
— Veja lá onde pretende enfiar-nos! — Fingir desconfiança
— Só confia! O bom de ter o meu trabalho é que como guia turísticos conheço o lugar certo para indicar a cada tipo de pessoa!
— É mesmo?
— Sim, para você jovem com tudo em cima e com certeza curte dançar, este inaugurando uma “boate” Desejos secreto hoje mesmo, e veja só, com uma ligação posso conseguir entrada VIP para nós!
Bati palminhas superanimadas, quase dei pulos não tinha dúvida que avia conhecido a pessoa certa na hora certa.
O casal também se mostrou animados e concordou, depois de mais alguns minutos e alguns mergulhos na água salgada trocamos os telefones o grupo saiu em direção do quiosque mais acima dizendo estarem famintos; eu também comecei arrumar as coisas para voltar para casa, estava me sentindo bem mais leve, tinha a sensação de ter lavado a alma no mar e descarregando aquela inhaca e a má sensação de negatividade pois estava claro que avia entrado na cidade de pé esquerdo, agora parecia que avia acertado o caminho, pairava no ar os bons ventos prometendo boas vibrações aquilo com certeza agradava-me imersamente. Fiz o trajeto de casa livre leve e solta, a noite pretendia soltar-me ainda mais na pista e dançar como nunca.
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VERMELHO & AZUL
Short Story- DEGUSTACAO - Megh e a personagem principal descendentes de japonês e americano ela foi deixado em um orfanato no Brasil com 3 meses de nascida e foi adotada por um casal brasileiro. no final da adolescência ela se identifica como lgbt e se apaixon...