único.

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• depois de muito relutar, decidi fazer a minha contribuição e escrever uma one-shot 2son. esse clichê esteve na minha mente desde o jogo, e a tristeza da derrota de alguma forma me fez querer publicar.
enfim, essa obra não tem a intenção de difamar os artistas, e é feita para puro entretenimento. espero que gostem ♡

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Fim de jogo, Estádio, Qatar.

Havia chegado ao fim. O Brasil estava eliminado da Copa do Mundo. Por mais que houvessem tido um bom desempenho, tudo desandou após os pênaltis.

Sentiram como se tivessem dado tudo de si em vão, mas pelo contrário, valeu a pena para chegar onde chegaram.

Entre muitos gritos, abraços, palavras de consolo e lágrimas de incredulidade, os jogadores, desolados, se dirigiam aos seus dormitórios. Alguns cabisbaixos, se recusavam a trocar olhares com os repórteres.

Entre eles, estava Richarlison. Este que, ao anoitecer, se dirigira ao ônibus da seleção em completo silêncio e assim se manteve por todo o caminho até seu destino. Adentrou o edifício, subiu pelo elevador e chegou até seu quarto. Apertava com força o cartão-passe, descontando sua raiva na dor, ainda em negação. Finalmente, abriu a porta do quarto e aquele ambiente agora soava diferente. Ele não se sentia merecedor de nada daquilo. Sua aura animada e esperançosa tornou-se triste e descrente. Não conseguia aceitar a derrota. Prometeu a si mesmo que levaria aquela taça para o país, custe o que lhe custasse, mas não fora dessa vez.

Se aproximou da janela e observou as luzes brilhantes da cidade e as estrelas do céu. Mil pensamentos tomavam sua mente naquela hora, bem como lágrimas tomavam seus olhos. Estes que foram interrompidos pelo som agudo do toque do celular. Tateou-o em seu bolso e ao olhar a tela, viu que era Son. Exatamente, seu companheiro no Tottenham, o qual havia eliminado há menos de uma semana. Se sentia horrível. Não conseguia encarar Son quando a vergonha lhe consumia. Com isso, ignorou o toque até que parasse. Não muito depois, o som voltou e Richarlison decidiu atende-lo.

- Oi, Son...

- Oi, Richy. Eu vi o jogo.

- Hm, então você acompanhou a derrota? Deve ter sido um prazer para os coreanos. – disse, enquanto segurava suas lágrimas. Tudo o que menos queria era se mostrar frágil para aquele que o ouvia do outro lado da linha.

- Não fala assim. Vocês foram bem demais. Não tem de quê se arrepender.

- Obrigado – sorri pequeno.

No mesmo minuto, ouve-se a campainha tocar.

- Sonny, eu preciso atender a porta. Até logo.

Desligado o telefone, Richarlison se dirige à porta e quando a abre, se depara com a pessoa que menos esperava ver ali.

Era Heung-min. Ele não havia ido embora.

- Son... Você não deveria estar-

Imediatamente é interrompido por um abraço apertado de Son. Nada fez além de retribuir. Ele jamais confessaria, mas precisava daquele consolo tanto quanto precisava de ar para respirar. Naquele momento, o seu coração apertado parecia bater normalmente. Sua respiração pesada se normalizou. Sua mente nublada se clareou. Aquele era o poder que só Heung-min possuía sobre Richarlison.

Próximos à janela do quarto, o mais novo entreabre seus lábios, buscando as palavras certas para desabafar, mas não conseguiu, Aquilo tudo era demais para ele e Son sabia disso. Ele levou seu dedo indicador aos lábios alheios e disse:

- Não diz nada. Não precisa. Só me escuta – diz, segurando firmemente as mãos de Richarlison – Você foi tão bem. Olha pra isso – aponta para a paisagem – Não vê aonde chegou? Se vocês não fossem dignos disso e realmente não merecessem, vocês não estariam aqui no Qatar, na Copa do Mundo. É sobre vitórias e derrotas. Assim é a vida, Richy.

- Sonny... Mas, e você?

- Não se preocupe. Você não tem que se preocupar comigo.

- É claro que tenho! Vocês foram eliminados para isso. Eu não pude cumprir o que você me disse para fazer. Eu não consegui vencer.

- Shh. Não coloque toda a pressão em cima de você. Aquilo foi um incentivo. Não era um problema não conseguir. Acontece. O futebol é assim.

Nisso, Richarlison já não diria mais nada. Ele simplesmente não conseguia aceitar. Sabia da veracidade das palavras de Heung-min, e reconhecia seu esforço, mas não era fácil absorvê-las.

Dito isso, ele apenas depositou seu rosto na curvatura do pescoço do coreano, este que estava sentado na cama, enquanto suas lágrimas insistiam em cair de seus olhos. Atravessou seus braços na cintura alheia e o abraçou o mais forte que pôde. Pela primeira vez se mostrara vulnerável na frente de Son. Sua relação era mais do que amizade há algum tempo, então ele sabia que o mais velho jamais o julgaria, mesmo que seu ato repentino o tenha surpreendido um pouco, ele apreciou. Estava triste pela situação, pela derrota, pela tristeza de Richarlison é claro, mas estava feliz por ter sua confiança.

Heung-min não se moveu até que Richarlison o fizesse. Ele queria dar-lhe o seu espaço e a oportunidade de extravasar. Aquele tempo que passaram colados poderia parecer uma eternidade, mas não aos seus olhos. Cada segundo com seu amado valia muito. Assim que separou-se dos braços de Son, o mais novo olhou no fundo dos olhos alheios, com os olhos levemente inchados, sorrindo pequeno e singelo e disse:

- Sonny, você é tão precioso pra mim. Obrigado por ficar ao meu lado. São em momentos como esse em que eu me lembro do porquê de ter me apaixonado por você - diz enquanto sente seu rosto esquentar e enrusbecer.

Aquele sorriso o encantava. Era uma das pequenas coisas que o davam forças. A felicidade do outro era a sua. O que Son fez naquele momento foi sorrir em resposta e levar suas mãos à nuca de Richarlison, puxando-o para perto de si delicadamente num beijo calmo, confortante e apaixonado encontrando os lábios macios do mais novo, e que foi retribuído com rapidez.

- Eu te amo, Richy.

- Eu também te amo, Sonny. Obrigado por ser meu porto seguro.

- Estarei ao seu lado, sempre – ambos sorriem.

Tudo terminou com Richarlison deitado sobre o peitoral de Son, até que ambos adormeceram, juntos. Aquela noite tornou-se menos melancólica para o brasileiro graças à Heung-min. Sentia que grande parte do peso que carregava sumira só de estar na presença de quem amava.

E foi ali que tudo finalmente se tornou claro. Aquele sentimento reprimido cresceu e  consequentemente acendeu, se provando tão verdadeiro quanto a necessidade que tinham um do outro. Eles se complementavam em cada pequeno detalhe. Eram tão essenciais um para o outro quanto o oxigênio que respiravam.

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• espero que tenha ficado bom. devo confessar que me apaixonei por eles juntos. perdão por qualquer erro.
obrigada por ler :)

safe harbor (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora