Nicholas passou toda a sua vida sofrendo para proteger seu irmão dos seus tios, sempre assumindo responsabilidades que nenhum menino da sua idade deveria tomar para si, apanhando para não ver seu igual sofrer... tudo isso para que, no final, quando...
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Nicholas acordou de sobressalto no colchão velho dentro do armário sob a escada da casa, suando igual um gordo fazendo maratona de corrida, respiração desregulada e mãos tremendo, assim como os olhos arregalados. Era mais um pesadelo, daqueles que você morre e acorda pensando que realmente morreu na vida real, era bem constante... a sensação de ainda estar dentro do pesadelo, enfrentando com tudo o que tinha uma espécie de homem com feições de cobra, pálido, magro, psicopata, porém poderoso e aparentemente forte.
Não tinha nada que fizesse isso parar, nada. Pesquisou escondido do seu tio algum jeito de acabar com esses sonhos horríveis que tinha, sem contar para o irmão sobre elas, mas não achou nada.
"Pirralho! vai comprar o pão!"
A voz de petúnia, tia dos pequenos, é escutada já sem paciência e passando pelo o armário com passos rápidos. Ela já acorda com raiva? por isso as rugas! Nicholas pensa se levantando sem acordar o irmão e saindo do armário.
━ Nicholas! se apresse! -- petúnia passa por ele, carregando uma bacia de roupas sujas, provavelmente de Duda, o primo gorducho.
━ Sim, tia, estou indo -- o moreno responde, não tendo tempo de arrumar suas vestes, já que foi empurrado até fora da casa do Petúnia -- grossa... tomara que quebre a perna -- Nicholas xinga baixinho quando a mulher fecha a porta atrás de si e some.
O garoto caminha pelas ruas quase vazias do bairro, chegando, enfim, na padaria, um lugar simples, mas com um cheiro de te levar ao mundo dos sonhos. Imediatamente colocou um sorriso no rosto fino.
━ Senhor Evans! que bom te ver -- Thomas, seu amigo íntimo e filho do dono da padaria, chega até ele, com um sorriso enorme -- o que vai querer hoje, hum?
━ Já disse pra parar de me chamar de senhor. Parece que eu sou um adulto viciado em café e que não sabe respeitar a família -- Nicholas reclamou dando um leve peteleco na testa alheia.
━ Embora seja viciado em café e não respeite a família... -- Thomas diz com um ar diferente.
━ Eu respeito a minha família, minha única família de verdade... o Harry -- e sorriu ao fim da frase.
━ Enfim, senhor Eva-, quer dizer, Nicholas, o que vai querer? pães doces, franceses, largos... ou o velho e querido pão de alho? -- Thomas ia apontando para a prateleira a sua frente enquanto falava, sua voz saindo leve.
━ Hum... que tal o largo? coisas largas são boas, por que um pão não? -- Nicholas pergunta abrindo seu saco de pano em seu ombro, e dando uma piscadela para thomas, não vendo uma latente cor avermelhada tomar o rosto do amigo.
━ C-Claro, Nicholas! são legais -- gaguejando e com voz falha, Thomas colocou cerca de quatro pães na bolsa do moreno, que sorriu em agradecimento, o que só piorou o vermelho sangue na sua face. Então o cobriu com uma mão.
