Stupid Wife: 2ª temporada

capítulo 5 - "Intermitências"

Em casa de Duda e Igor...

    “Que carinha de felicidade!”, cantarolou Duda, antes de sorver mais um pouco do seu café. Luiza apenas mordeu o lábio, sorrindo e mexendo no celular sem dar grande atenção à amiga. “Vai me conta, agora que sua memória e safadeza estão de volta, eu quero detalhes!”, continuou a morena naquele seu estado animado tão característico. 

    “Que coisa Duda! Detalhes de quê?! A gente transou ontem sim…”, confessou com um ar sonhador. A amiga de Luiza bateu palmas toda alegre, vibrando por saber que a vida sexual da sua amiga estava de volta como se aquele fato tivesse alguma interferência direta na sua vida. “Ai pára com essa cara… sério Duda, o que você quer saber?”, Luiza perguntou começando a ficar sem graça com o curiosidade da amiga.

    “Luuuiza! Eu só estou feliz por você!”, agarrou a mão de Luiza, sorrindo. “E curiosa!”, completou com uma gargalhada das suas, nada discretas. 

    “Eu hein… vê lá onde vai parar essa sua curiosidade toda. É assim que começa”, atirou a outra, espicaçando a amiga. Duda fez uma careta de nojo, largando a mão de Luiza, mas logo voltou a gargalhar. 

    “Ai amiga, desculpa… eu estou só tentando não pensar nos meus problemas”, revelou, deixando a gargalhada ir morrendo aos poucos e dando lugar a um ar mais sério e preocupado. “E saber que você está bem com a Valentina, que estão conseguindo recuperar a cumplicidade que tinham, mesmo com o lance da gravidez e tudo…. é… muito bom.”

Luiza encarou com mais atenção a amiga, vendo que esta não estava muito bem. O assunto “gravidez” novamente vinha assombrar não só Luiza, mas pelos vistos Duda também. 

    “Eu nem tenho procurado por você né, amiga?”, Luiza perguntou caindo em si e imediatamente procurando a mão da outra com intuito de passar algum conforto. “Você continua insegura?”

    “O Igor parece uma criança que acabou de receber o presente que pediu do Papai Noel.” Disse no mesmo tom sério de antes, baixando os olhos. “E eu me sentindo mal… quer dizer, não é mal de estar mal, entende?” Duda suspirou, não sabendo como continuar.

    “Eu te entendo”, Luiza assegurou, fazendo que o olhar da amiga regressasse ao dela. “Você apenas queria estar animada e feliz na mesma proporção que ele.” Duda acenou afirmativamente com a cabeça. “Não se sinta mal. Amiga, que o meu exemplo te sirva para alguma coisa. Nem sempre os dois vão estar cem por cento alinhados quanto ao que desejam num momento.”

    “É, eu sei…”

    “Você já conversou com ele?”, Duda negou. “Então conversa, vai ver que ajuda. Eu e a Valentina temos tentado melhorar esse aspeto e acho que a terapia tem ajudado.”

    “Vocês estão firmes com essa gravidez?”, perguntou de uma forma retraída que parecia não combinar muito com a personalidade dela. Luiza pareceu refletir por momentos, tentando organizar as ideias sobre aquele assunto que trazia questões tão sensíveis para o casamento dela. 

    “Nesse momento a minha única preocupação é com a Valentina e com a possibilidade de algo dar errado…”

    “Não vai dar!”, Duda cortou, tentando amenizar o clima tenso que se instalou entre elas.

    “Ninguém pode garantir isso, Duda! Eu não estou iludida quanto a isso. E para mim, você sabe, eu amo o Léo mais que tudo no mundo, mas nunca tive o sonho de ter uma porção de filhos”, confessou séria, mas sem denotar qualquer mágoa na voz. “Estou aprendendo a não me sentir culpada por isso. É claro que se essa criança vier eu vou amá-la do mesmo jeito, mas eu não preciso disso para ser feliz.”