Capítulo I | Colheita 🐰

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Já fazia algumas horas que havia começado a colheita e muitos coelhos passavam apressados para pegar o máximo de morangos possível

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Já fazia algumas horas que havia começado a colheita e muitos coelhos passavam apressados para pegar o máximo de morangos possível. A colheita acontecia duas vezes na semana, cada grupo tinha um local marcado para irem, coelhos de porte grande colhiam outras frutas ao redor da floresta enquanto os menores ficavam mais próximos da entrada.

Mina não gostava disso, mas não iria contra os superiores, eles ganhariam fácil e odiava os castigos.

Só de pensar, se arrepiava toda.

A coelha agachou-se no chão já com a cesta abarrotada de morangos, pesada, suspirando fundo pelo cansaço. Ser franzina às vezes era muito ruim.

Gotas de suor pingavam no solo e a essência natural da coelhinha se espalhava.

— Precisa de ajuda, garotinha? — Um coelho que estava fora de sua ala perguntou, causando um arrepio na mais baixa pela voz soar tão próximo e rouca. Mina bufou, virando e dando de cara com o homem que carregava em sua cabeça orelhas longas e marrons, diferente das suas que eram branquinhas como o pompom em seu bumbum, este que ficava para fora da jardineira.

— Não preciso de ajuda, Hector. — Disse, cruzando os braços.

— Tem certeza? Você está toda suada e duvido que consiga levar essa cesta até a aldeia. — Debochou, se aproximando mais da garota que entendeu aquilo como um desafio.

— Já falei que eu não darei uma chance à você, pare de ficar me rondando.

Mina tinha uma língua afiada quando queria.

— Você vai ver, ainda iremos casar.

Tsc, quem ele pensa que é? Se fosse ao menos aquela loba gostosa. – Pensou a loira.

Antes mesmo que pudesse responder, o coelho deixou o local e a menor notou que só estava ela ali.

Ao longe, poderia ver todos indo embora já com as cestas repletas de frutas.

— Droga, eu deveria ter aceitado a ajuda daquele brutamontes. — Comprimiu os lábios, segurando as alças da cesta grande e a puxando para cima afim de reerguer e ir embora.

Estava sendo difícil carregar tudo aquilo, as mãos já estavam ficando esbranquiçadas e aos poucos as energias iam se esgotando.

Passou horas debaixo do sol e não teve pausas pois o superior pediu para que fossem para casa cedo.

Foda-se essas regras.

A coelha deixou a cesta no chão, debaixo de uma árvore e andou alguns metros até ficar de frente para o lago extenso e bonito. Nunca havia ultrapassado a cerca pois a loba odiava quem invadisse seu território, mas a pequena estava com sede e precisava se refrescar um pouco.

Se agachou ali mesmo, sentando em cima dos joelhos, empinando o bumbum conforme inclinou o corpo para alcançar a água, juntando as mãos num formato de conchinha. Jogou um pouco no rosto, logo saciando sua sede.

A jardineira parecia que a qualquer momento iria fugir do corpo da coelha, a polpa de seu bumbum aparecia e aquilo era uma visão apetitosa para a loba má que observava a garota da janela de sua cabana.

Como aquela pequena serzinha atrevida ousou ultrapassar as barreiras?

Em passos silenciosos, a mulher saiu da cabana e caminhou até Mina, parando logo atrás desta que parecia totalmente distraída com a água, brincando com seu reflexo.

Conforme a imagem ia se tornando mais nítida, após parar de bater com as mãos na água, a coelhinha sentiu o corpo tremer e o ar fugir de seus pulmões quando notou um segundo reflexo logo atrás de si.

Protetor de todos os coelhinhos, me ajude. – Pensou a garota quando aos poucos se virou, vislumbrando a imagem da mulher.

Chaeyoung se encontrava apenas de sutiã e se não fosse por aquela situação perigosa, Mina estaria babando.

Seria uma bela visão se não estivesse rezando baixinho e pedindo aos deuses protetores dos coelhos para não ser devorada ali mesmo.

Havia trabalhado tanto, ficaria muito brava se tivesse um fim trágico como aquele.

— Por que está se tremendo, garota? — a alfa perguntou, varrendo o local com os olhos em busca de mais algum invasor.

Mas para sua sorte ou azar, apenas a coelhinha estava ali.

— Perdoe-me senhora... eu não quis invadir seu território... eu só... — Tentou se explicar mas palavras lhe faltavam, estava se atrapalhando toda.

Os olhinhos curiosos não sabiam se miravam nos da mulher ou em seu físico forte.

— Já deixei bem claro que odeio invasores em meu território. — Rosnou as palavras, fazendo a coelhinha se encolher e abraçar o próprio corpo.

Buscou se controlar, notando que o sol estava aos poucos se pondo e não deixaria a garota ali fora.

— Vem comigo. — Disse autoritária e Mina soube que ali seria seu fim.

— Eu não quero virar ensopado de loba, Deus. — Choramingou, sendo levantada facilmente pela mulher, olhando uma última vez para trás antes de entrarem dentro da cabana.

Coelhinha e a Loba Má | MiChaeng G!POnde histórias criam vida. Descubra agora