- Adam - Agarro a sua mão e ele se solta
- É sério isso? Você vai embora para Londres? - Ele fala extremamente irritado e antes que eu responda ele continua seu desabafo - E achou que eu não deveria saber? Aquele cara estranho tem o direito de saber, mas eu não Maria Heloísa? - Ele aumenta o tom de voz e pessoas ao redor começam a olhar para a gente
- Adam, para com isso. Vamos entrar. Vamos conversar em particular - Quase imploro para ele e ele anda de um lado para o outro passando uma de suas mãos pelo cabelo
- Acho que não precisa. Eu já entendi tudo - Sua voz é extremamente seca e ele caminha até o seu carro
- Eu não sei o que você acha, mas eu só vou ficar bem depois de falar como você - Sigo ele que para do lado do seu carro e olha para mim
- Não acha que seria tarde demais?
- Não, porque não é algo que é uma certeza - Respondo calmamente e ele franze o senho
- Como assim?
- Não é certeza que eu vou, Adam. Eu quero fazer artes cênicas e minha maior chances seria em Londres, mas a minha mãe não curtiu a ideia e isso me deixou confusa. - Faço uma pausa quando vejo Tay saindo da starbucks e eu faço um sinal para ela esperar - Eu tava conversando com a minha mãe ontem. Eu não sabia como contar para você, porque tudo aconteceu tão rápido - Toco a mão na minha testa que começa a doer e escuto o seu suspiro
- Entendi - Ele fala ainda frio
- Adam, por favor! - Diminuo a distância entre o meu corpo e o dele - Não fique chateado comigo. Eu estou muito confusa agora. Inclusive sobre... - Faço uma pausa e olho para os meus pés
- Incluindo sobre a gente? Por isso estava de mãos dadas com outro - Ele pergunta frio e eu suspiro revirando os olhos
- Não. Óbvio que não - Respondo com o seu mesmo tom frio e ele me olha surpreso - Estou confusa sobre o que eu devo fazer até eu me decidir. Se devo fazer um curso, se devo entrar em outra faculdade
- Ou se deve seguir o seu sonho - Ele sussurra
- Mesmo se eu seguisse o meu sonho, isso não significa que seria o nosso fim. Eu gosto de verdade de você, Adam - Falo brincando com os meus dedos, porque eu sei que agora eu estou completamente corada
- Eu também gosto de verdade de você, Má - Ele toca em meu rosto delicadamente e suspende de forma que os meus olhos encontram os dele. Seu rosto é tristonho, mas ele dar um sorriso forçado - O problema é que eu não acredito em relacionamentos a distância- Ele fala me soltando e entrando em seu carro. Fico ali parada na calçada, vendo o seu carro partir sem nenhuma reação. Isso foi um fim para o que a gente tinha acabado de começar?
- Gata? - Tay fala me trazendo de volta a realidade
- Acho que eu devo voltar para casa - Falo com a minha voz fraca de choro
- Tudo bem. Eu sinto muito - Tay me abraça e eu sigo andando para a minha casa. Não era tão longe. Só alguns quarteirões e eu precisava tomar um ar fresco. Paro de frente a uma fonte em um parque da cidade. Os pássaros cantam alegremente próximo dali, algumas borboletas voam próximo, crianças brincam correndo ao redor da fonte, alguns casais riem juntos e eu fico parada olhando para tudo isso. Estranho como sinto o meu coração se despedaçando. Acho que isso nunca tinha acontecido antes em toda a minha vida. Depois de um tempo ali sentada resolvo levantar e seguir até a minha casa. Abro a porta e subo as escadas direto para o meu quarto e me jogo na cama sem nem tirar os sapatos. Começo a chorar e apago.
🌸🐚🌸
Acordo com a campainha tocando várias vezes e me arrasto para fora da cama.
- Já vai - Grito enquanto a campainha segue tocando sem parar - Mas que merda! - Resmungo abrindo a porta, pronta para gritar com quem fosse, mas fico sem palavras ao vê-lo do outro lado da porta, com as mãos em seus bolsos da calça moletom.Então, depois de anos resolvi voltar com a história. Espero que gostem!
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Para onde o vento levar
RomanceUma jovem brasileira(Maria heloísa) segue em uma dúvida cruel: Seguir os seus sonhos de estudar fora, ou viver com o amor de sua vida. O que será que ela vai decidir? Será que o seu amor vai com ela? Ou será que ela vai largar tudo e correr atrás...