Cap 5

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- Irmão?

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Reaper reconheceu aquela voz, se virando e abraçando Papyrus, já fazia alguns meses que não se encontravam, pois ele passava mais tempo com Geno e Frisk do que com o irmão ou com os outros deuses. Mas se Papyrus o pergunta-se o motivo de não se verem, Reaper provavelmente responderia com algum trocadilho como: "o trabalho está me matando." ou coisa do tipo.

- Papyrus, que saudade que eu estava de ti! Mas pelo visto quem é morto sempre aparece!

Papyrus soltou um leve suspiro e abraçou Reaper cabisbaixo. Aquilo era estranho, normalmente ele se irritava com os trocadilhos do Irmão e o dava uma palestra de como essas piadas perderam a graça 100° vez que foram feitas. 

- Papy, aconteceu alguma coisa?

perguntou desfazendo o abraço. Papyrus apenas assentiu com a cabeça o que deixou Reaper mais preocupado.

- O que aconteceu? Alguém brigou com você? A Undyne bateu de novo na sua cara com o controle enquanto vocês jogavam? Você encostou em um gatinho sem querer ou matou uma das plantas da Tori-

- Não foi nada disso, ninguém me fez nada... Tem algo a ver com você

Nesse momento a culpa por algo que ele nem sabia que tinha acontecido caiu sobre seus ombros, Reaper começou a imaginar todas as coisas que poderia ter feito para magoar papyrus. Então pequenas lagrimas começam a escorrer pelo seu rosto e ele diz:

- Eu esqueci seu aniversario de novo, não foi?- ele abraça o Irmão com força -Me perdoa! Eu sou um péssimo irmão! Desculpa!

- Não Sans! Você não esqueceu! Não chora, você é o irmão mais magnifico que eu, o grande Papyrus poderia ter!- diz erguendo e abraçando Reaper com toda sua força- É só que... os outros querem falar com você... eles estão com muita raiva...

Reaper seca as lagrimas na túnica do irmão e pergunta ainda com um tom choroso porem um pouco irritado:

- Oque aqueles cornos querem? Eu não fiz nada pra aqueles vagabundos!

- Eu acho melhor você ir falar com eles.

Reaper ficou pensando por alguns segundos e respondeu:

- Nah, eu vou falar com eles amanhã.

- Sans- disse desfazendo o abraço e colocando o irmão no chão - isso é Realmente sério.

O tom de voz que  Papyrus usou o fez ver que ele com certeza está com problemas. Então ele apenas asentiu e foi junto do irmão ao encontro dos outros Deuses.

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..

...

Reaper se encontrava sentado na mesa do jardim de Toriel junto dos outros deuses. Apesar de aparentemente ser um momento sério, ele não podia evitar de ter inveja pelo fato de que enquanto os outros estavam sentados em grandes flores e Toriel os servia vinho em flores copo-de-leite de diversos tamanhos ( Com exceção a Frisk e Chara daquele universo, que bebiam suco de uva). Ele e Papyrus estavam em cadeiras de pedra tendo o vinho servido em taças velhas.

O silencio era extremamente desconfortável, o único barulho era o de toriel o servindo um pouco de vinho. Ele olhava fixamente para a taça, o vinho tinha a cor vermelho sangue, normalmente o vinho que eles bebiam em reuniões era um vinho branco. Depois que Toriel acabou de encher sua taça ele tomou um gole de imediato, percebendo que aquela definitivamente não era uma reunião normal. Normalmente o vinho era misturado com agua porque todos achavam o álcool muito forte, mas aquele que acabara de beber com certeza era puro.

Toriel enfim se sentou a mesa, tossindo como sinal pra alguém iniciar a conversa, oque não foi feito. Chara ou como Reaper o chamava: Caos em forma de criança, deixou o suco pela metade na mesa e disse:

- Vamos Gente, será que eu terei que dar as boas noticias.

O sorrido de Chara ia de orelha a orelha, apesar do carinho que Reaper tinha por ele Chara não podia evitar de o odiar, Já que graças a Reaper ele passou milênios vagando como uma casca vazia que só servia de recipiente para o caos, sem nem outro Deus saber que ele ainda estava vivo. 

Então chara abriu a boca na tentativa de contar a tal noticia, mas Frisk tampou a sua boca e sussurrou algo. Reaper apenas conseguiu identificar algumas palavras como: "não devemos nos-" "é só para os Deuses" e "não pode ficar feliz com isso". Chara então se calou e voltou a beber o suco em silencio.

Reaper já se sentindo desconfortável com a situação decide puxar assunto:

- Vamos gente! eu já vi funerais mais animados.

Ninguém respondeu, oque pareceu irritar Undyne a Deusa da guerra. Que largou o vinho. Nesse momento Reaper começou a se preparar pra todo tipo de noticia ruim que poderia vim.

- A NÃO! NÃO É POSSIVEL QUE AGORA CÊS VÃO ARREGAR!- Gritou  ela batente os punhos na mesa. - É O Seguinte: Sans, cê tá demitido

Ouvindo isso o Deus recém desempregado se engasga com o vinho. Ok ele realmente não esperava aquilo

- É sério isso?- perguntou incrédulo- Asgore, pode uma coisa dessas?

- Bem... sim, pode.

Respondeu Asgore quase que de imetiado.

-ok... posso pelo menos saber o porque eu tô sento demitido?

com aquela pergunta praticamente todos presentes começaram a falar apresentando centenas de motivos como: "você é irresponsável", 'você se atrasa pro trabalho porque fica tomando banho no rio" etc. Reaper não estava entendendo nada com todas aquelas vozes ao mesmo tempo, então ele só começou a gritar frases aleatórias tentando se defender. Até que Asgore bate na mesa pedindo a todos um pouco de silencio, oque consegue rapidamente, então continua:

- Sans nós temos notado a algum tempo que você não aparece mais com tanta frequência. No começo pensei que era algo positivo e que você finalmente estava tomando jeito. Mas aí Gaster me mostrou algo interessante- Asgore pega um papel e o coloca em cima da mesa o entregando para Reaper - Você reconhece esses mortais?

O de preto observa o papel que continha uma foto de Geno e de "seu" Frisk, assim como eles estavam na ultima vez que Reaper havia os visto. No mesmo instante apenas uma palavra se passava pela mente do esqueleto "merda, merda, merda". 

A expressão da Morte anã já respondia a pergunta de Asgore, que logo acrescentou:

-Tenho certeza que já era para eles estarem mortos a alguns meses. Porque você não os matou?

Reaper tentou formular alguma frase, mas nada do que dizese iria adiantar, então ele apenas permaneceu calado, ouvindo Asgore o dizer:

- Sans, essa sua ação egoista só está causando sofrimento a esses mortais.

Reaper sabia mais que ninguem que aquilo não era verdade, mas mesmo assim continuou calado. Asgore viu o olhar abatido dele, então com um pouco de dó disse:

- Eu vou de tar uma ultima chance, Você tem até o natal para mata-los, ou eu mesmo o farei e ainda o transformarei em apenas mais um Mortal. Entendido?

O esqueleto assentiu com a cabeça, e logo saiu assim que Asgore disse que estavam todos dispensados.
Ele decidiu caminhar um pouco amaldiçoando todos em seu pensamento, desejando que fosse possível matar Gaster pois foi ele quem o denunciou. Aquilo não era justo, Toriel podia manter Frisk e Chara que já foram dois mortais, porque ele não pode manter Geno e o outro Frisk também? Ele se ajoelhou na grama não ligando se ela iria morrer, e derramou todas as suas lagrimas. Uma semana, é só isso que ele tem.

1225 palavras

You'll kill me (cancelada)Onde histórias criam vida. Descubra agora