Prólogo

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AMANDA HAVIA ACABADO DE ACORDAR. Ouviu um barulho no andar de baixo que a fez levantar-se rapidamente da cama, foi quando ele chegou. Naquele momento, percebeu que algo estava errado.

— Consegui um serviço grande em São Paulo — disse ao abaixar-se no chão para pegar uma mala. — Isso nos renderá muito. Talvez possamos fazer aquela viagem que sempre quisemos.

Seu jeito não era o habitual, ele parecia apreensivo. Seus olhos buscaram pela porta quando o som de madeira rangendo foi ouvido.

— Por que não fica aqui e eu vou dar uma olhada? Deve ser o gato novamente. — Ele sorriu, mas uma gota de suor desceu por seu rosto, morrendo em sua camisa branca.

No mesmo instante, os sentidos de alerta de Amanda se acenderam. Sentiu um arrepio percorrer a espinha e, antes mesmo de ver a guarda adentrar pela porta, abriu a janela e pulou. Ao sentir a grama debaixo de seus pés, arriscou olhar para trás e o viu ao lado do capitão da guarda.

O que aconteceu com ele para que agisse daquela forma?

Amanda era uma ladra, não qualquer uma, mas a melhor ladra da região. Ofício que havia aprendido e herdado de seu pai, o melhor ladrão e assassino do estado, por consequência, enforcado há mais de dois anos. Também, por isso, que sobreviveu em um mundo de homens. Ficou conhecida primeiro por ser filha de quem era e ninguém em sã consciência mexia com ela. Aprendeu a furtar, a se defender e com o tempo seu nome já tinha mais força que o de seu pai.

O único homem que teve coragem de se aproximar foi,então, seu parceiro e amante. O mesmo que a traiu naquela manhã.

Desejo e HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora